Lara Benevenuti *
O último final de semana trouxe muitas preocupações para os expositores que trabalham no ponto turístico mais movimentado da cidade, a Feirinha do Alto. O importante espaço turístico sofreu com um ato de vandalismo e ainda alagamento em pontos que ficaram três anos em reforma. Nesta segunda-feira (21), a reportagem do Diário conversou com o Presidente da Associação Mais Feirinha, Deco Pacheco, sobre o ataque criminoso e os problemas causados após as pancadas de chuva.
A recém reformada feira foi pichada na área da praça de alimentação, com inscrições feitas nas portas e corredores danificando toda a pintura, além das placas de identificação dos restaurantes. Em relação ao ataque, apesar de totalmente diferente de outras pichações “comuns”, Deco diz que não vê o ato como retaliação ou protesto contra a Associação. “Eu acredito que aquilo ali é pra mostrar alguma coisa que tá errada na feira, porque a feira tá abandonada… Ela não tem nenhum tipo de segurança. Ela tá a Deus dará lá”, afirma ele, que tem o nome citado em algumas das marcas.
Deco que, além de Presidente da Associação é expositor há mais de 20 anos na feirinha, vê a praça de alimentação em estado vulnerável pela falta de segurança e monitoramento em todo o espaço. “É muito desagradável tudo o que tá acontecendo, aí a gente pega essas maldades que tão acontecendo com a feirinha, porque a feira é um bem público, então tem que ter uma guarda municipal ali. Apesar que nós já pagamos uma segurança privada, mas ela não a praça toda, eles não contrataram a segurança”, afirma. Ele lembra que este não foi o primeiro ato de ataque à feirinha. Menos de um mês atrás vândalos quebraram os banheiros e os mármores, além de estourar portas dos banheiros. “Dessa vez foi um pouco pior, picharam todas as portas, todos os corredores. E a gente fica preocupado porque a gente não sabe o que pode acontecer”, lamenta o expositor.
Ainda segundo Deco, as imagens que captaram o vandalismo foram passadas para o secretário municipal de Segurança Pública, Marcos Antônio Da Luz, que está trabalhando para descobrir quem são os pichadores. Diante da nova situação, Deco diz que, além dele, os outros expositores também estão muito preocupados com a segurança das mercadorias que são vendidas na feira e afirma que ele vai colocar uma câmera em seu estande por conta própria.
Também na entrevista ao Diário, ele disse que o ato vandalismo não afetará o movimento da feirinha e espera que sejam cobertas as pichações até o próximo final de semana, quando a feirinha abrirá com o intuito de “tirar a impressão ruim de abandono”. A feira, que há muitos anos vem sendo uma das maiores fontes de movimentação no ramo turístico, gastronômico e hoteleiro, já perdeu muitos expositores que desistiram de trabalhar na lá devido a não conseguir ter lucro para pagar os custos, já que logo após a pandemia aconteceu a obra na feirinha que dura aproximadamente três anos.
Alagamento
E não bastasse o ato de vandalismo, a feira que acaba de passar por uma grande reforma, não suportou o volume de água da chuva no último final de semana, tendo danificações expressivas em seus telhados e alagamento por toda parte. Deco afirma que não ficou surpreso com a situação e diz que alertou sobre as possíveis falhas no projeto desde quando estava na planta. Ele informa que chegou a conversar diversas vezes com o responsável pelo projeto alertando sobre os pontos de alagamento. “A nossa maior preocupação é a chuva de Verão”, declara ele. O expositor diz teresperanças em mudanças que possam realmente trazer melhorias e segurança para a feirinha e para os expositores.
O que diz a PMT
Em nota encaminhada ao Diário, a Prefeitura informou que lamenta os atos de vandalismo e que a secretaria municipal de Segurança Pública está conduzindo a apuração junto aos demais órgãos de segurança. “Agentes da GCM intensificaram as rondas no local e solicitaram o apoio do Programa Segurança Presente. O processo para instalação do sistema de videomonitoramento também segue em andamento pela Secretaria”, destaca a PMT.Sobre o escoamento de água, a Prefeitura esclarece que o órgão executor e fiscalizador da obra é a EMOP-RJ, que continua conduzindo a conclusão da obra com a empresa licitada: “Ressaltamos que a Prefeitura segue acompanhando e cobrando a conclusão da obra conforme o projeto aprovado”.