Luiz Bandeira
Nestes últimos 10 meses a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social atingiu a marca de 70 mil refeições distribuídas em dois projetos da pasta, o Café Popular e a Sopa Popular, que estão abertos a toda a população, mas que tem como alvo as pessoas em situação de vulnerabilidade social. O secretário Valdeck Amaral, em entrevista ao jornal O Diário e Diário TV, revelou que não esperavam atingir essa importante marca. “Na verdade nem a gente acreditava que fosse chegar a esse número tão importante e a gente chega nesse momento sabendo que vale a pena até que possa ter a continuidade desse trabalho. No início a gente imaginava três meses somente, de fazer pelo menos a sopa, o café não, o café a gente já previa a continuidade dele. A sopa pelo menos no período frio, mas vimos que tem muitas famílias que saem de casa, pela questão da fome, da necessidade e é comum a gente encontrar lá famílias, a mãe, o esposo, dois filhos, sentados à mesma mesa aproveitando para jantar fora a sopa, e uma sopa de qualidade, pois temos uma nutricionista da Secretaria de Educação, que nos ajuda. Uma sopa com qualidade, com produtos da nossa agricultura familiar que são doados e são utilizados pra que a gente possa continuar esse trabalho da sopa”.
O Café popular foi pensado para ser um serviço continuado, porém a ideia inicial do projeto Sopa Popular era que, apenas durante o período mais frio do ano, fosse servido um alimento para aquecer a população em situação de rua. Porém, o projeto deu tão certo que agora o secretário admite continuar. “Não tem como parar, a sopa foi um projeto que a gente pensava em três meses, mas hoje a gente viu que temos condições de continuar, até porque a agricultura familiar, os amigos agricultores estão doando alimentos. Essa semana nós recebemos cinco sacos de cenouras para incluir na sopa. Então a gente está ganhando isso dos agricultores, dos produtores, e isso estimula a gente a continuar esse trabalho. Então não vamos parar, vamos continuar mesmo no verão vamos continuar juntos nessa sopa”, adiantou o secretário.
De dezembro de 2021 até a última terça-feira, 04 de outubro, foram 70.550 refeições. Além disso, também foram feitos 618 atendimentos para encaminhar pessoas aos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) e ao Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), além de 517 pessoas cadastradas para receberem a gratuidade no Café Popular.
Ajuda além da comida
Questionamos à Valdeck Amaral se o Desenvolvimento Social trabalha para tirar a população atendida da situação em que se encontra. “A gente utiliza esses serviços para chegar aos beneficiários destes programas, seja o que utiliza a sopa, seja aquele que toma o café da manhã, ele já é observado, pois nós temos uma equipe de assistentes sociais e técnicos que abordam essas pessoas e verificam o porquê delas estarem ali, se é necessário alguma coisa a mais, e ai inicia um acompanhamento, esse acompanhamento vai pra família, geralmente, por exemplo, a questão do PSR (Pessoas em Situação de Rua), que vem a Teresópolis, vai no café e quando chega no café já é acolhido pelo nosso CREAS, pelo nosso trabalho de acolhimento e é encaminhado ao CREAS. As famílias que vão, seja pela sopa ou pelo café, nós encaminhamos já pros CRAS, que fazem o acompanhamento para que possa verificar nessa família se existe alguma necessidade maior, porque muitas vezes acontece que o alimento, simplesmente o alimento é o mínimo, na verdade o quê eles precisam é de um acompanhamento, de trabalho, de condições para que possam desenvolver atividades e ter a própria renda, e o CRAS faz isso muito bem feito, através do programa de acompanhamento das famílias com um serviço de fortalecimento de vínculo familiar”, destacou Valdeck.
A Secretaria de Desenvolvimento Social promove oficinas para capacitar pessoas que quem aprender um ofício e assim caminhar com as próprias pernas sem precisar recorrer ao assistencialismo, como pontuou secretário. “Nós temos ali no próprio Café Popular e também na Sopa, nós temos ali uma equipe de assistência social que pode ser procurada ali, e também nós temos os telefones da Secretaria de Desenvolvimento Social, que também podem ser utilizados. O quê nós fazemos aqui é acolher essas pessoas e capacitá-las para quê possam entrar no mercado de trabalho. Não adianta nós darmos cestas básicas todos os meses, não adianta nós darmos sopa e café permanentemente pras famílias somente, nós temos que pensar na capacitação. Hoje nós temos o padeira da nossa padaria escola, era um PSR, era um rapaz que ficava na rua, foi encaminhado para um abrigo, do abrigo nós o encaminhamos para o POT, que é o Programa Operação Trabalho, e ele aprendeu a profissão de padeiro e hoje ele é um dos padeiros que faz o pão do café popular, o café que nós servimos, o pão quem faz foi uma pessoa egressa deste sistema. Da mesma forma outras pessoas são treinadas nas oficinas que temos nos CRAS, seja costura, seja de música, seja de artesanato, seja de maquiagem, agora nós temos uma costureira nova contratada, então nós temos vários serviços nas oficinas que fazem com quê essas pessoas, que são acompanhadas pelos CRAS, possam estar se capacitando pro mercado de trabalho. O nosso objetivo é capacitar, não é dar o peixe, ensinar a pescar é o mais importante”, prega o secretário.