Da Redação
Apesar de um mês de dezembro negativo do ponto de vista da geração de postos formais de trabalho, Teresópolis andou fora da curva negativa deste índice no país e fechou o ano de 2017 com um índice positivo de 0,30%. Não é nenhum “espetáculo do crescimento”, como gostava de dizer nossa ex-presidente, mas, ainda assim é de se comemorar o fato desta estabilidade técnica no importante índice de mensuração da economia local. Segundo os dados do CAGED, divulgado esta semana pelo Ministério do Trabalho, o Brasil fechou mais de vinte mil postos formais de trabalho em 2017, ou seja, o terceiro ano consecutivo em que o número de demissões supera o de criação de vagas com carteira assinada no país.
Como registro negativo ficam os índices registrados em dezembro de 2017, mês em que normalmente são feitas mais contratações, sobretudo temporárias. No mês passado foram 929 admissões, contra 1080 desligamentos na cidade, uma queda de 0,44%. Entretanto, em todo o ano de 2017, o numero absoluto de admissões foi de 12.508 empregados com carteira assinada registrados, contra 12.407 desligamentos, saldo positivo de 0,30%. No mesmo período, a economia brasileira fechou 20.832 postos de trabalho formais, ou seja, com carteira assinada e entre 2015 e 2017, o país fechou um total de 2,88 milhões de postos. Apesar disso, o resultado do ano passado foi o melhor em três anos, ou seja, desde 2014, quando foram criadas 420,69 mil vagas de trabalho.
Segundo dados do Ministério do Trabalho, através da base oferecida pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), esse saldo negativo calculado se dá pela diferença entre as contratações e as de demissões. De acordo com a pasta, "para os padrões do Caged, esta redução em 2017 é equivalente à estabilidade do nível de emprego, confirmando os bons números do mercado na maioria dos meses do ano passado e apontando para um cenário otimista neste ano que está começando", declarou o ministro do Trabalho substituto, Helton Yomura, por meio de nota à imprensa. Da mesma forma que a singela queda no âmbito nacional é considerada estabilidade para os especialistas, os dados de Teresópolis, que apontam ligeira elevação, também o são. De acordo com o Ministério, não são variações suficientemente relevantes para tender ao crescimento ou diminuição dos índices.
Com o corte de vagas em 2017, o Brasil fechou o ano com um estoque de 38,29 milhões de empregos formais existentes. Esse é o estoque mais baixo desde o final de 2011, quando 38,25 milhões de pessoas ocupavam empregos com carteira assinada no país. Ao final de 2016, o Brasil tinha 38,32 milhões de pessoas trabalhando com carteira assinada. Somente em dezembro de 2017, as demissões superaram as contratações em 328.539 vagas com carteira assinada. O fechamento de postos foi menor que o registrado no mesmo mês de 2016, quando 462.366 pessoas perderam o emprego. Dezembro é tradicionalmente um mês que registra demissões. Apesar da queda, foi o melhor dezembro desde 2007 (-319.414 vagas fechadas). Os números do Caged mostram que as mulheres foram mais atingidas pelo desemprego no ano passado: o número de demissão de mulheres superou o de contratações em 42.526 postos. Já para os homens, o resultado ficou positivo no ano passado: foram 21.694 vagas abertas a mais do que fechadas.
O Ministério do Trabalho também divulgou dados de contratações e demissões por raça e cor em todo ano de 2017. Nesse caso, a análise é feita com base na "autodeclaração" de cada trabalhador. De acordo com os números, os trabalhadores que se declaram como brancos perderam 322.669 postos de trabalho no ano passado. Os de raça amarela, -12.093 e, os que se declaram indígenas, -2.225 postos. Entre as vagas criadas, o maior número foi para trabalhadores que não declararam raça ou cor (+225.862). Para trabalhadores que se declararam como pretos ou pardos, o número de contratações superou o de demissões em +30.654 e +59.639 postos no ano passado. Os números do Caged também apontam que o desemprego atinge mais os trabalhadores com escolaridade mais baixa.