Maria Eduarda Maia
Na manhã desta terça-feira (20), teve início a intervenção da ‘Operação Limpa Rio’ em todo o trecho do Paquequer no centro da cidade, contando com três máquinas e dez caminhões. A expectativa é de que os serviços sejam realizados em aproximadamente dois meses. A ação, que está sendo realizada nesta época do ano de estiagem, faz parte de um programa conduzido pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), com o desassoreamento e a dragagem desta extensão do Paquequer para permitir uma maior fluidez do rio, minimizando os efeitos da chuva no período chuvoso. “Esta é uma área delicada, onde temos estruturas de edifícios e apartamentos. Dessa forma, contamos com a supervisão de um engenheiro, o Álvaro Pinho, que está aqui semanalmente fazendo a avaliação das estruturas para que não haja nenhum tipo de dano”, destacou o secretário municipal de Meio Ambiente, Leonardo Maia, em entrevista à Diário TV, pontuando que a iniciativa é uma etapa do projeto ‘Teresópolis Sustentável’.

Apoio do Estado
Desde o início do ano, após uma articulação do Governo do Estado com a Prefeitura, Teresópolis está sendo contemplada com as intervenções do “Limpa Rio”, sendo fundamental para que as extensões hídricas do munícipio estejam livres de qualquer obstáculo que possa atrapalhar o curso da água. O programa é supervisionado pela secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade. “O secretário estadual Bernardo Rossi tem dado todo o apoio para a nossa cidade. Hoje, o ‘Limpa Rio’ conta com seis frentes, contando com o interior. E nesta quarta-feira (21) estaremos iniciando uma nova frente em Vale Alpino, em Bonsucesso, no Terceiro Distrito”, pontuou o Coronel Maia, ressaltando que a cidade nunca recebeu um projeto tão robusto no desassoreamento dos corpos hídricos. “Vamos continuar aqui na cidade e no interior sem data para finalizar. Nós temos que lembrar que foram décadas de abandono dos nossos corpos hídricos. Essa operação nunca foi realizada na dimensão de agora, e continuará ao longo de todo o ano”, concluiu o secretário.



Anos de abandono
A falta de intervenções no Rio Paquequer, principal curso d’água da cidade, gerava muita preocupação da população teresopolitana em relação a possíveis transbordamentos em consequência de áreas obstruídas. Cerca de dois anos atrás, o governo estadual anunciou uma nova fase do programa “Limpa Rio”, com investimento de R$ 250 milhões e ações nos 92 municípios fluminenses. Entretanto, no ano passado foi possível observar que as máquinas da secretaria de Estado de Ambiente estavam atuando somente em três pontos, não sendo contemplados diversos trechos do Paquequer, na Várzea, que permaneceram por muito tempo sem ações de limpeza.

Para evidenciar as décadas de total abandono do nosso principal curso d’água e a preocupação dos teresopolitanos, nos anos de 2008, 2009 e 2010 chegou a ser realizada a ação chamada de ‘SOS Paquequer’ com o objetivo de alertar a população sobre a crítica situação que se encontravam trechos do rio. Na época, ambientalistas locais percorreram a maior parte do curso d´água em barcos de garrafas pet e outros produtos reciclados.
Problemas para a comunidade
Entre as ruas Duque de Caxias e Francisco Sá, atualmente Calçada da Fama nesse ponto, área em que começaram as operações do “Limpa Rio”, era perceptível dezenas de grandes bancos de areia e vegetação, obstruindo o espaço para livre fluxo da água e evidenciando a falta de ações periódicas do poder público na extensão do rio. E, com o período chuvoso, vários trechos do rio acabam transbordando, causando enormes prejuízos para a população e os inúmeros estabelecimentos comerciais do entorno. Ainda neste ano, após as fortes chuvas que atingiram Teresópolis no início de abril, a cidade ficou, mais uma vez, embaixo d’água, sendo registrados transbordamentos de cursos d’água e alagamentos em vários pontos da cidade, principalmente em bairros e comunidade cortadas pelo Paquequer. Uma das situações que ganhou destaque, alarmando a população, foi quando a água barrenta do rio ultrapassou a cabeceira da ponte da Duque de Caxias, rapidamente tomando a Lúcio Meira e chegando à Rua Heitor de Moura Estevão, na Várzea.
