Luiz Bandeira

O uso de “marketplaces” em redes sociais tem se tornado cada vez mais comum, mas, com isso, também aumentaram os casos de golpes envolvendo transações nesse tipo de plataforma. Estelionatários estão cada vez mais sofisticados, aplicando fraudes em anúncios reais e usando estratégias como preços atrativos ou até se passando por compradores interessados, tudo para enganar os vendedores e obter vantagens indevidas. Recentemente, dois casos chamaram a atenção: um envolveu a venda de uma moto e o outro, a negociação de um móvel. Ambos ilustram como golpistas têm se aproveitado da vulnerabilidade dos vendedores online para aplicar golpes.
Na tarde de segunda-feira (07), por volta das 17h, um rapaz teve sua moto Honda CBX Twister, ano 2008, furtada após um golpe de estelionato aplicado por dois homens. Os criminosos se passaram por compradores interessados e, enquanto o proprietário estava distraído em seu local de trabalho, enganaram sua patroa, uma idosa. Eles afirmaram que o pagamento já havia sido feito via Pix e que o dono da moto havia autorizado a entrega. A moto foi levada pelos golpistas. A Polícia Civil investiga o caso, que foi registrado como furto mediante fraude.

Além desse incidente, o caso de um anúncio de um Volkswagen Saveiro, ano 1997, também ilustra as fraudes nos marketplaces. O carro foi anunciado por um valor muito abaixo do preço de mercado — cerca de 50% abaixo do valor registrado na tabela Fipe — e está sendo replicado em diversas cidades e estados. Esses preços extremamente baixos são, na maioria das vezes, um claro indício de tentativa de golpe, com o objetivo de atrair vítimas desatentas.

Aumento do número de golpes
Esses exemplos mostram que os golpes em marketplaces estão se tornando cada vez mais comuns e sofisticados. Estelionatários frequentemente replicam anúncios legítimos de produtos reais, mas com preços absurdamente baixos, para atrair compradores e vendedores, e assim conseguir aplicar a fraude. Outros golpistas, como no caso da moto, fingem interesse nos produtos para enganar o vendedor e obter vantagens.
A advogada Filomena Medeiros quase se tornou vítima de um golpe ao tentar vender uma cristaleira em um marketplace. Ela relatou que foi contatada por um possível comprador, que se apresentou como “Pedro”, oferecendo um pagamento via Pix, mas com a condição de que a transação fosse feita em outra plataforma. A partir desse momento, Filomena ficou desconfiada da situação, já que o golpista estava tentando mudar a forma da negociação e dificultar a transparência do pagamento. “Eu já fiquei um pouquinho atenta a essa situação de vulnerabilidade, e felizmente ele não conseguiu concretizar a compra”, disse Filomena, que optou por não continuar com a negociação.

Como evitar ser vítima
O caso de Filomena serve como um alerta para todos que realizam transações em marketplaces. Aqui estão algumas dicas importantes para evitar cair em golpes:
1 – Desconfie de preços muito baixos: Se o preço de um produto estiver muito abaixo do valor de mercado, é importante ficar alerta, pois pode se tratar de um golpe. Golpistas costumam usar preços atrativos para chamar a atenção de vítimas desatentas.
2 – Verifique a identidade do comprador/vendedor: Quando um comprador mudar repentinamente a forma de pagamento ou solicitar transações em plataformas externas, desconfie. Verifique as informações do perfil e tente entrar em contato para confirmar a legitimidade da negociação.
3 – Prefira plataformas seguras: Sempre que possível, utilize plataformas de pagamento seguras e que ofereçam mecanismos de proteção, como o pagamento na própria plataforma ou via intermediários confiáveis.
4 – Fique atento a mudanças de perfil: Se o comprador ou vendedor mudar de identidade no meio da negociação, como no caso de Pedro, que passou de pessoa física para pessoa jurídica, desconfie imediatamente.
5 – Não hesite em denunciar: Se perceber algo suspeito, denuncie imediatamente. O medo de constrangimento não deve impedir que você tome atitudes preventivas. A denúncia pode ajudar a evitar que outras pessoas sejam vítimas do mesmo golpe.