Maria Eduarda Maia
Nos últimos meses, moradores de Teresópolis têm observado uma série de obras em diferentes pontos da cidade. Interdições, máquinas em operação e valas abertas fazem parte do cotidiano da população, resultado da implementação do primeiro sistema de esgotamento sanitário da história do município. Essas intervenções para instalação de interceptores e redes coletoras, iniciadas em abril deste ano, fazem parte de uma etapa fundamental para a construção da primeira Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Teresópolis, localizada no bairro Cascata do Imbuí. Nesta terça-feira (16), conversamos com o superintende da concessionária, que explicou as obras e falou sobre o prazo previsto para o início da operação.
Antes desse projeto, Teresópolis não possuía um sistema de coleta e tratamento de esgoto, tendo parte dos efluentes despejada sem tratamento em rios da cidade, especialmente no Rio Paquequer. O projeto, conta com apoio de R$ 286 milhões financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), está investindo em mais de 250km de novas redes de esgoto, 60 unidades elevatórias e uma moderna Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), que contará com tecnologia holandesa, reconhecida pela máxima eficiência no tratamento, sem emissão de odores ou ruídos. De acordo com a Águas da Imperatriz, o objetivo é preservar os mananciais, melhorar a qualidade da água e promover a saúde da população.

Bairros contemplados
Para que a estação funcione plenamente, é necessária a instalação de uma extensa rede de tubulações, ligando os bairros a unidade de tratamento. “Nesta etapa inicial, estamos implantando a rede coletora de esgoto e os interceptores em 45 bairros da região central de Teresópolis”, pontuou o superintendente da Águas da Imperatriz, Jackson Pires.
Entre as localidades que estão recebendo obras recentemente estão a Estrada das Pimenteiras, com os serviços realizados até abril de 2026, e regiões do bairro do Alto, como Avenida Oliveira Botelho e Rua Gonçalo de Castro. Recentemente, a Servidão Amazino da Veiga, no bairro Beira Linha, também foi contemplada com as intervenções, já tendo todas as obras de implantação da rede coletora de esgoto concluídas nesta segunda-feira (15) e entrando em sua etapa final nesta terça (16).

Transtornos
Apesar da importância do projeto, que resultará em benefícios para a cidade, incluindo a despoluição do Rio Paquequer e melhoria da qualidade de vida das pessoas, os transtornos causados pelas obras têm gerado reclamações de moradores da cidade, principalmente por causa das interdições no trânsito e da qualidade questionável das obras. “Para minimizar os impactos, estamos atuando com planejamento e o apoio da prefeitura e da secretaria de mobilidade. Levantamos as questões dos riscos dos locais e realizamos sinalização adequada e orientações para pedestres e motoristas”, declarou Jackson, destacando que todas as obras são divulgadas previamente para que a população esteja informada, ocorrendo sempre de segunda a sexta, das 7h às 17h.
Ainda sobre a qualidade das obras, o superintendente da concessionária destacou que os serviços são realizados por uma empresa terceirizada. “Nós cobramos que as obras sejam realizadas com qualidade e a celeridade que a cidade merece. Trabalhamos também para garantir que o pavimento seja recomposto no mesmo dia, minimizando os efeitos decorrentes das obras”, disse, frisando que todas as obras são fiscalizadas pela Águas da Imperatriz.

Previsão de conclusão
De acordo com Jackson Pires, nos próximos sete meses haverá um volume significativo de obras em andamento, com onze frentes de trabalho. “A previsão é que no último trimestre de 2026 o sistema de esgotamento sanitário esteja implantado e o tratamento de esgoto já esteja em operação em Teresópolis”, pontuou.
Com esse novo sistema de coleta e tratamento de esgoto, a principal mudança deve ser percebida na recuperação dos corpos hídricos, principalmente do Paquequer. “Assim que a estação de tratamento de esgoto for inaugurada e o sistema de esgoto estiver em funcionamento, a população perceberá uma melhoria significativa na qualidade dos rios da cidade, especialmente no Rio Paquequer”, afirmou.
Ainda segundo Jackson, o cronograma de obras está sendo seguido e a meta é atender, inicialmente, 115 mil pessoas, o que corresponde a cerca de 70% da população de Teresópolis. “A previsão é que até 2032, o sistema seja universalizado, atendendo todo o município, conforme o Marco Regulatório de Saneamento Básico”, concluiu.










