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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Turista francês perdido na Serra dos Órgãos

Sozinho e sem conhecer o caminho, ele se arriscou na Travessia Petrópolis x Teresópolis

Marcello Medeiros

Estudante de um curso de Medicina Veterinária, o jovem francês Marc Meslin, de 22 anos, veio passar um período no Rio de Janeiro para um estágio em uma clínica no Grajaú. Findado o período necessário na formação profissional, resolveu explorar o estado e se aventurar um dos locais mais bonitos da Região Serrana, o Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Porém, sem o necessário conhecimento e experiência na trilha mais difícil e conhecida na parte alta da unidade de conservação ambiental, acabou se perdendo entre Petrópolis e Teresópolis. Ele iniciou o passeio na quarta-feira da semana passada, chegando ao Abrigo do Açu, ponto de parada do primeiro dia da travessia entre os dois municípios. Na quinta pela manhã, seguiu o rumo em direção a Pedra do Sino, onde faria a segunda parada. Porém, não chegou ao seu destino como previsto. Muito provavelmente, a inexperiência foi somada às condições climáticas da última semana – muita chuva e neblina – e assim Marc seu perdeu. Na sexta pela manhã, conseguiu contato com o Corpo de Bombeiros e informou sua situação. A última vez que deu sinal foi às 11h daquele dia e, até o fechamento desta edição, continuava perdido nas geladas altitudes da Serra dos Órgãos.
Segundo um montanhista que estava abrigado no Açu na quinta-feira passada, mesmo com frio e chuva ele saiu de bermuda e camiseta em direção ao Sino.  “Não sabemos o que ele portava de equipamento ou não na mochila. Quanto a negligencia e outras coisas nem vou entrar no mérito, mas espero que encontrem o cara”, relatou.
Nesta segunda-feira, quase 70 pessoas estavam envolvidas nas buscas, sendo a maioria militares do Corpo de Bombeiros dos quartéis de Teresópolis, Petrópolis, Magé, Alto da Boa Vista e Grupamento de Operações Aéreas. No fim de semana, inclusive, a aeronave do GOA sobrevoou diversas áreas para onde Marc pudesse ter se deslocado. Porém, com chegada de nova frente fria e a falta de teto para continuidade da operação com helicóptero, as operações voltaram a ficar concentradas nas equipes em terra. Uma base para o controle do trabalho de resgate foi montada no quartel do 16º GBM, em Pimenteiras.
"As buscas estão sendo feitas incessantemente, ainda à noite. Nos preocupa a alimentação, hidratação e temperatura. Fui informado que chegou a bater 3 °C no fim do dia. Outro problema é a dificuldade de acesso, principalmente à noite, quando reduz a visibilidade. Infelizmente, ele foi sozinho, o que não é recomendado", afirmou o comandante o comandante do 16º GBM, tenente-coronel Fábio Gonçalves, em entrevista ao G1. “Estamos seguindo os indícios relatados por ele. Locais próximos de cachoeiras, córregos, rios, estamos batendo toda essa área, que vai desde o Abrigo 4 (na Pedra do Sino) até a parte do Açu. Inclusive estamos ratificando por terra  os locais que já passamos, até os locais que não tem a menor possibilidade dele ter adentrado", enfatizou.

Inexperiente
Uma moradora do Rio de Janeiro que hospedou Marc no período do estágio na clínica veterinária em Grajaú relatou que o conheceu através de um aplicativo e que orientou que procurasse um guia para realizar tal empreitada. "Ele é ótimo rapaz, mas jovem e inexperiente. Quando chegou me disse que queria ir a pé da minha casa (em Vila Isabel, RJ) até Petrópolis. Eu lhe disse que não dava, que é longe e perigoso. Apresentei um guia, mas ele não marcou nada com ele. Resolveu ir sozinho", contou Suzana Souza. “Dia 1º ele saiu. Não falou nada. Eu perguntei para onde ia e ele disse que ia para Teresópolis. Disse que ia passear pelo Brasil e voltaria dia 23 para dormir na minha casa, para voltar para França. Marc fala pouco português. Como não sei muito francês, nos comunicávamos mais em inglês", lembrou.

Risco sempre presente
Essa não foi a primeira situação do tipo registrada na parte alta da Serra dos Órgãos. A beleza cênica e a riqueza de fauna e flora entre Petrópolis Teresópolis atraem gente de todo mundo com o objetivo de realizar a travessia entre os dois municípios, considerada uma das mais bonitas do país. Porém, não é um caminho que deve ser percorrido por quem não tem experiência no assunto.  É preciso ter bom preparo físico para percorrer os cerca de 30 quilômetros de “sobe e desce” entre as montanhas, além de boa noção em relação à orientação. Mesmo com o grande número de placas, setas e outros facilitadores instalados ao longo do trajeto nos últimos anos, há vários trechos que cruzam lajedos de pedra e onde, em um momento de neblina fechada, é bastante fácil se perder. Para quem nunca fez o trajeto, é recomendado contratar um guia (o Parque Nacional da Serra dos Órgãos disponibiliza uma relação em seu site) ou alguém que já tenha percorrido o caminho por um bom número de vezes, somando a esse segundo caso, se possível, a utilização de GPS ou outros meios que contribuam com a orientação.


O jovem francês se perdeu no segundo dia da travessia, após deixar o abrigo dos Castelos do Açu

 

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Edição 21/12/2024
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