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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Turista perdido na Serra dos Órgãos é encontrado com vida

Francês errou trilha e correu grande risco na travessia Petrópolis x Teresópolis

Marcello Medeiros

Após cinco dias de buscas, envolvendo Corpo de Bombeiros, Brigadistas do ICMBio, funcionários do Parque Nacional da Serra dos Órgãos e montanhistas voluntários, o estudante de veterinária francês Marc Meslin, de 22 anos, foi encontrado com vida no final da tarde desta terça-feira (08). Ele errou a trilha da travessia Petrópolis x Teresópolis quase chegando à Pedra do Sino e saiu em direção ao local conhecido como Vale da Morte, onde foi encontrado por umas várias equipes que desde a última sexta-feira faziam buscas nas gélidas trilhas e complicados acessos da parte alta da unidade de conservação ambiental. Devido ao tempo fechado e chuvoso dos últimos dias, só foi possível utilizar aeronaves no fim de semana e a havia grande preocupação em relação ao risco de hipotermia – quando o corpo perde mais calor do que pode gerar, sendo normalmente causada pela permanência prolongada em ambientes muito frios.
Aluno de um curso de medicina veterinária na França, Marc estava no Brasil participando de uma etapa de estudos em clínica no Grajaú, no Rio de Janeiro. Ao término do estágio, resolveu conhecer o Brasil antes de retornar para seu país – volta que estaria programada para o próximo dia 23. No período na capital, ficou hospedado em uma residência em Vila Isabel, tendo conhecido os proprietários através de um aplicativo. “Ele é ótimo rapaz, mas jovem e inexperiente. Quando chegou me disse que queria ir a pé da minha casa até Petrópolis. Eu lhe disse que não dava, que é longe e perigoso. Apresentei um guia, mas ele não marcou nada com ele. Resolveu ir sozinho", contou Suzana Souza, quem o abrigou no Rio de Janeiro.  O Consulado Francês foi informado e acompanhava o caso.

Atenção aos riscos
Essa não foi a primeira situação do tipo registrada na parte alta da Serra dos Órgãos. A beleza cênica e a riqueza de fauna e flora entre Petrópolis Teresópolis atraem gente de todo mundo com o objetivo de realizar a travessia entre os dois municípios, considerada uma das mais bonitas do país. Porém, é um caminho que não deve ser percorrido por quem não tem experiência no assunto. É preciso ter bom preparo físico para vencer os cerca de 30 quilômetros de “sobe e desce” entre as montanhas, além de boa noção em relação à orientação. Mesmo com o grande número de placas, setas e outros facilitadores instalados ao longo do trajeto nos últimos anos, há vários trechos que cruzam lajedos de pedra e onde, em um momento de neblina fechada, é bastante fácil se perder. Para quem nunca fez o trajeto, é recomendado contratar um guia (o Parque Nacional da Serra dos Órgãos disponibiliza uma relação em seu site) ou alguém que já tenha percorrido o caminho por um bom número de vezes, somando a esse segundo caso, se possível, a utilização de GPS ou outros meios que contribuam com a orientação.

No início do trabalho, foram utilizadas aeronaves do Corpo de Bombeiros nas difíceis buscas

 

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Edição 21/12/2024
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