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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Um ano após grande alagamento, risco continua o mesmo na Várzea

Bueiros entupidos e inexistência de grande rede na Carmela Dutra é motivo de preocupação

Marcello Medeiros

Exatamente um ano atrás, em 31 de outubro de 2023, a região central de Teresópolis virou um grande rio. Após um dia quente, duas fortes pancadas de chuva, quase na sequência, transformaram as principais vias em verdadeiros cursos d´água, com muitas pessoas registrando prejuízo financeiro em consequência desse grande alagamento. Trezentos e sessenta e cinco dias depois, o risco de uma nova tarde caótica é real, visto que muito pouco se fez para melhorar o escoamento pluvial. Um dos exemplos da falta de atenção a serviços que precisam ser rotineiros é a Carmela Dutra, rua localizada nos fundos de onde fica quem, por obrigação, deveria trabalhar para amenizar os problemas da população. Mesmo tão próximo do Palácio Teresa Cristina, a importante via pública continua com bueiros entupidos e os moradores preocupados com o período chuvoso que se inicia.

Mesmo tão próximo do Palácio Teresa Cristina, a Carmela Dutra continua com bueiros entupidos e os moradores preocupados com o período chuvoso que se inicia. A construção de uma grande galeria poderia solucionar o problema dos alagamentos. Foto: Vinicius Barros / O Diário


Não é preciso procurar muito para encontrar o sistema de escoamento obstruído, por terra, mato e objetos que não deveriam estar no caminho da água. Em vários pontos, dá para imaginar o que ocorrerá na primeira chuva – e nem precisa ser forte para causar prejuízo, como relatou ao Diário o zelador Gentil Simas. “Não precisa chover muito, basta uma chuva de 15 a 20 minutos para encher tudo e causar o transtorno para moradores, para quem trabalha aqui, para o lixo o invadir rua… Os bueiros seguem entupidos. E não adianta só desentupir, tem que fazer manilhamento para solucionar esse problema da Carmela Dutra. Trabalho há 22 anos aqui e sempre foi a mesma coisa”, destacou.

Matheus Guerhardt, morador da Carmela Dutra, fala sobre a dificuldade de exercer o direito constitucional de ir e vir quando chega o período de tempestades. Foto: Vinicius Barros / O Diário


Matheus Guerhardt, morador da movimentada via, falou sobre a dificuldade de exercer o direito constitucional de ir e vir quando chega o período de tempestades. “Quando chove muito fica difícil o acesso para sair ou chegar ao bairro. Basta chover um pouco para entupir tudo, e depois que chove fica tudo sujo por muito tempo, uma situação chata para quem mora no bairro”, destacou.

Prefeito Vinicius observa os carros sendo rebocados após enchente. Prefeito foi na rua apenas para fazer fotos para as redes sociais e entrevista para InterTV. Foram seis anos de gestão Vinicius sem obras e manutenção na rua Carmela Dutra – Arquivo

Somente o emergencial
No final da noite daquele 31 de outubro, equipes da prefeitura estiveram na Carmela Dutra tentando amenizar a situação, retirando grande volume de lama dos bueiros. A situação se repetiu na manhã seguinte, também de maneira emergencial. Porém, a impressão que se tem é que só retirado o material da caixa abaixo da tampa, o que estava visível, e hoje várias passagens estão obstruídas novamente. Como citado por Gentil, uma solução que há anos vem sendo falada nunca saiu do papel: a construção de uma grande galeria, uma rede que promovesse o rápido escoamento da água da chuva para o Paquequer e evitasse a interdição da Carmela Dutra e veículos cobertos pela água da enchente. Entra prefeito, sai prefeito, troca vereador… E nada muda. Agora é confiar que o período chuvoso não seja tão intenso e que nos próximos anos os eleitos recentemente para representar a população trabalhem para a realização da necessária obra.

“Não precisa chover muito, basta uma chuva de 15 a 20 minutos para encher tudo e causar o transtorno para moradores”, destaca o zelador Gentil Simas. Foto: Vinicius Barros / O Diário


Edição 21/11/2024
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