Wanderley Peres
Confirmados para esta quarta-feira, 19, na sessão extraordinária da Câmara Municipal, reunida em Comissão Parlamentar de Inquérito, os depoimentos dos representantes dos hospitais da cidade contratados pela prefeitura para o atendimento às vítimas da pandemia do coronavirus. Rosane Rodrigues, do Hospital das Clínicas; Sidney Luis Rugeri, do Hospital São José e Paulo Ribeiro, da Beneficência Portuguesa farão seus depoimentos à CPI a partir das 14h. A principal expectativa da reunião é com relação à quantidade de leitos UTI nos hospitais São José e HCT, onde a prefeitura informou ter contratado 50 leitos e os próprios hospitais já informaram à Câmara Municipal que foram apenas 28, conforme dito na sessão de quarta-feira passada, 12, quando falaram aos vereadores os secretários Antônio Vasconcelos, da Saúde; Yara Torres, do Controle Interno; e Valdeck Amaral, de Desenvolvimento Social e o ex-secretário da pasta, Marcos Jaron.
Enquanto Yara explicou sobre os adiantamentos, recurso que dispensa licitação para despesas emergenciais e que não podem esperar o procedimento licitatório pela sua urgência e, ainda, sobre o Portal da Transparência, Yara não soube informar sobre a devolução feita pela Câmara Municipal ano passado, de quase R$ 3 milhões, e que havia o compromisso político do prefeito com os vereadores para sua utilização no combate ao Covid, dissertando ainda sobre a legalidade dos pagamentos contratados e especificados, para SUS, pessoal da Saúde, São José e HCT, os secretários, atual e ex, de Desenvolvimento Social, Valdeck e Jaron deram conta da compra de celulares e computadores com verba da pandemia, explicando aos vereadores, ainda, porque não conseguiram adquirir cestas básicas para a população carente, apesar de terem verba específica para isso há quase um ano e meio.
Em seu depoimento, o secretário Antônio não conseguiu informar, com precisão, o número de leitos UTI no município, ou qual seria a quantidade real de leitos Covid na cidade, segundo a prefeitura em quantidade de 50 leitos, conta que não fechou e poderá ficar em aberto se os diretores dos hospitais mantiverem em depoimentos os números já informados à CPI, que totalizariam apenas 28 leitos. Para justificar diferença de 22 leitos, Antonio chegou a dizer que foram contratados mais 9, mas que os 9 podem não ter sido informados, falando ainda sobre a desativação de 2 leitos particulares no HCT. O secretário confirmou a cessão de aparelhos respiradores da municipalidade aos hospitais, sem contrapartida para o município. À Beneficência, que atende como retaguarda para pacientes clínicos, depois que abarcou a pediatria da Upa, emprestou 6 e outros 6 ao Hospital São José, destes, 3 encaminhados pela prefeitura do Rio de Janeiro como doação e outros três encaminhados pelo governo federal por emenda parlamentar, cedendo equipamentos, na mesma condição, ainda ao HCT.
Sobre o tomógrafo, que atendia ao HCT, e já vendeu o alto volume de mais de 3.000 exames à prefeitura depois que foi contratado pela Upa a tão pouco tempo, alguns exames, inclusive, feitos antes da efetivação de seu contrato, segundo a CPI, disse que a contratação o tomógrafo que estava sendo retirado do HCT foi uma oportunidade, e que os funcionários são da Saúde, mas os profissionais para laudo e recepção dos exames são da empresa e que todo insumo e material humano é pago pela empresa. Garantiu que não é sócio de nenhuma empresa desde 2015, e que não prestou serviço à prefeitura, embora tal empresa, sua, a ADM Consultoria, ainda apareça como ativa na Junta. Que não comprou exames de laboratórios particulares, apenas os comprados diretamente aos laboratórios dos hospitais conveniados e que a prefeitura está comprando mais 30 mil exames. “Já foram gastos os primeiros 5 mil exames, adquiridos no início da pandemia, e os 30 mil, além dos exames que recebemos do governo do Estado, que chegaram com data de validade curta e precisaram ser gastos primeiro”, disse, não sendo perguntado quantos exames o estado mandou para Teresópolis, afirmando ainda o secretário que não contratou ambulâncias para traslado de pacientes, e que todas em uso, em total de 9, são do município, que está adquirindo mais três, uma delas UTI, chegando a 3 ambulâncias UTI na rede, uma destas neonatal, e outras 9 comuns.