Anderson Duarte
Já está virando rotina nas sessões do legislativo municipal termos diversas moções relacionadas a precariedade da iluminação pública no município sendo apresentadas e com discussões acaloradas sobre a falta de transparência e efetividade por parte do Executivo, e nesta quinta-feira, 02, não foi diferente. Descaso com estudantes no interior, que estariam sujeitos a permanecerem em salas improvisadas e com riscos as suas saúdes, cobranças desproporcionais aos serviços prestados, a exemplo do que aconteceu com a CIP há algumas semanas em discussão e praças que deveriam ser dedicadas a prática esportiva dedicadas em suas melhores condições apenas para os eventos privados.
A primeira discussão do dia foi com relação ao problema enfrentado no interior do município por alguns estudantes, forçados a terem aulas em locais adaptados ou improvisados. De autoria de Hygor Faraco, o pedido de informações recebeu apoio de diversos edis e a contribuição do companheiro de plenário José Carlos da Estufa, que complementou o pedido. “As crianças estão passando mal nestas salas improvisadas, Muitas estão sendo mandadas para casa por isso. E a gente fica aqui sem saber o que está acontecendo de verdade”, diz Estufa. Dudu do Resgate, ao também contribuir par aa discussão pediu informações e a ajuda do vereador médico Raimundo Amorim quanto aos riscos para essas crianças no local sem as devidas condições. “Só posso dizer amigo Dudu, que os riscos são inúmeros. Uma sala sem circulação de ar é um risco para todos, não só alunos, mas professores, familiares, entre outros. Os riscos são grandes para a saúde das crianças que inclusive são as mais suscetíveis a estes problemas”, disse Amorim.
Diz o pedido de informações aprovado por unanimidade nesta quinta-feira: “Solicita ao Executivo Municipal informações sobre a precariedade e as soluções para as escolas municipais no 3° Distrito de Teresópolis: Senhor Presidente, requeiro que, depois de ouvido o Plenário seja encaminhado ao Executivo Municipal o seguinte Pedido de Informações: As empresas responsáveis pelas reformas das escolas passaram por uma avaliação de qualidade de serviços?; Foram respeitadas todas as normas do processo de disputa pública?; Qual a empresa contratada, qual orçamento, qual prazo de entrega e qual seria o tipo de expansão que será feita na Escola Municipal Tiago Pacheco de Medeiros na localidade de Venda Nova?; Quem foi o responsável pelo projeto e qual o prazo para finalização das obras na Escola Municipal Maria Da Glória Gonçalves na localidade do Imbiú?; Sabendo da falta de corpo docente, qual o quantitativo de profissionais destinados e qual o prazo para alocação dos mesmos na Escola Municipal Maria Da Glória Gonçalves na localidade do Imbiú?; Quais os motivos para a Escola Municipal José Guarilha Júnior na localidade de Sebastiana estar fechada?”, diz o pedido.
Concidentemente ou não, logo em seguida, poucas horas após o término da sessão, o setor de comunicação da prefeitura divulgou uma “matéria” sobre o assunto. Pouco informativa, na verdade, muito especulativa e imprecisa, a reportagem oficial tenta amenizar aquilo que gerou tanta discussão no plenário. “A Escola Municipal Tiago Pacheco de Medeiros, em Venda Nova, no 3º Distrito, está recebendo serviços de limpeza e arrumação geral após a obra realizada pela Prefeitura na unidade de ensino. A escola passou por terraplanagem para nivelar o terreno e construção de duas novas salas de aula. Também foram feitos os serviços de reforma de paredes e piso; as instalações elétricas receberam novas tomadas e pontos de luz; toda a iluminação substituída por lead; pintura interna e externa; impermeabilização da laje e da caixa d’água; e recuperação de portas e janelas, além de ampliação do pátio. Para que o ano letivo não sofresse atraso, durante a obra, os alunos estudaram em espaço adaptado próximo à escola. As aulas serão retomadas o mais breve possível”, diz o breve texto.
– Para vereadores, a Cosip é considerada uma maldade contra a população
Em seu espaço da liderança, o vereador Raimundo Amorim, dedicou boa parte da explanação ao tema Contribuição sobre Iluminação Pública e os seus reflexos na população. Para os edis, a nova forma de se cobrar a Cosip é considerada uma grande maldade contra o teresopolitano. “E tome maldade senhor Presidente! Queria pedir uma ajuda aos companheiros de plenário e lançar um desafio para que os senhores andem pelo bairro de Agriões e façam um exercício de observação. Olhe para os postes do bairro. Os senhores vão perceber que são poucas lâmpadas, pouquíssimas e em todas as ruas praticamente. Eu lembro bem que o Claussen chegou aí dizendo que não era prefeito, e sim gestor! Eu acho que ensinaram muito mal esse rapaz quando ele fez o curso de gestão, como ele gosta sempre de dizer. Tem que dizer onde está sendo aplicado esse dinheiro? Isso é maldade, é tirania. O prefeito tem o poder de servir a população e não de impor nada a essa mesma população, lamentavelmente as pessoas não honram a confiança que lhe foi depositada nas urnas e acontece isso. Com essa contribuição daria para tornar Teresópolis uma cidade bem iluminada e segura, o que nós temos é exatamente o contrário. Alias, eu queria dizer que já está na hora de uma CPI para averiguar essa situação aqui na cidade”, disse Amorim.
Também a respeito do tema, Hygor Faraco, lembrou do quanto essa contribuição pode penalizar aqueles que mais precisam, diferentemente do que anda dizendo por aí o governo e suas notas oficiais. “Esse é o governo das Notas Oficiais, tudo é motivo para emitir nota, tudo é motivo para explicar ironicamente as coisas que o governo faz. Eu não entendo como esses atos covardes contra a população se repetem diariamente. A decisão sobre a CIP foi um ato covarde contra a população. Conseguir uma liminar contra a população foi o limite. Quem paga três reais passa a pagar vinte, significa dizer que essa pessoas deixa de levar leite para dentro de casa, isso é uma covardia. Eu nunca vi isso, um governante do município ir contra a população e os seus interesses. Só hoje, tivemos aqui ao menos dez moções clamando por iluminação pública, duas de minha autoria. Como aumenta em quinhentos por cento essa CIP? O que tá acontecendo na nossa cidade é inadmissível, o que é isso? Uma guerra contra o legislativo? Trocou meia dúzia de lâmpadas e agora vem com um aumento de até quinhentos por cento. Se isso não é covardia eu não sei o que é”, desabafa Hygor em plenário, complementado por Dudu do Resgate: “Não vai ser tirando dos pequenos que vamos corrigir essa cidade, e essa Casa precisa lutar por eles”, diz.