Marcello Medeiros
Com o recomeço do período de chuvas fortes, um dos esquecidos atrativos turísticos de Teresópolis fica mais bonito e lembra o destaque de outrora. Trata-se da Cascata do Imbuí, que dá nome a localidade de mesmo nome, hoje abandonada por conta do descaso com o nosso principal curso d´água, o Paquequer. O rio, que nasce cristalino nas partes altas da Serra dos Órgãos, chega ao local bastante diferente. Geralmente desce pelo grande paredão muito mais esgoto do que água, reflexo da falta de tratamento do esgotamento sanitário e o despejo de efluentes industriais. Na primeira situação, pode ser responsabilizada a empresa que deveria fazer o serviço, a Cedae, que apesar do nome nunca realizou tal serviço no município. Assim, quando “São Pedro faz sua parte”, o véu fica ainda mais volumoso e o cheiro do descaso acaba sendo disfarçado.
O atual momento do atrativo turístico, vizinho à Rua Fernando Claussen, pode servir de inspiração para um futuro melhor não só para o local, mas para o município. Sendo criadas estações de tratamento de esgoto em vários pontos, o Paquequer pode voltar a ter vida. Além da necessária intervenção, é preciso cobrar responsabilidade do governo municipal em outra frente, a de educação ambiental. É preciso realizar campanhas de conscientização para que o teresopolitano pare de jogar lixo em via pública, material de todo o tipo que acaba terminando dentro do Paquequer. Um dos grandes exemplos é a frequente lixeira irregular na Rua Beira-Rio, entre os bairros de Fátima e Beira-Linha, onde resíduo sólido de todo o tipo é despejado diariamente, justamente às margens do nosso principal rio.
Príncipe esquecido
Um dos pequenos cursos d´água que deságua no Paquequer é o Príncipe, ou Córrego Antônio José, seu nome original, que nasce em Campo Grande e deságua na Cascata do Imbuí, bem pertinho da grande queda de mesmo nome. Bastante modificado com a maior catástrofe natural do país, em 12 de janeiro de 2011, ele recebeu questionável intervenção do Instituto Estadual do Ambiente. Foi transformado em uma espécie de canaleta em vários pontos e, em outros, foram feitos muros com telas e pedras no fundo e laterais, obras que impedem o serviço de desassoreamento, muito cobrado pela comunidade. Atualmente, a passagem da água está obstruída ou limitada em vários trechos, inclusive onde antigas pontes foram substituídas por espécies de estreitos túneis.