Segundo a divulgação do governo Vinicius Claussen, Teresópolis é a “capital do lúpulo”, “cidade empreendedora”, “terra de luz”, entre outros títulos que não condizem com a realidade da grande maioria dos moradores do município. Basta atentar para o estado de vias públicas além dos bairros turísticos, ou seja, a grande maioria deles. Atendendo a solicitação de moradores, cansados de esperar um olhar menos cervejeiro e mais atento às necessidades da população, registramos a situação de duas comunidades que estão quase intransitáveis por conta do desleixo da gestão municipal – Vila Muqui e Jardim Serrano.
Na comunidade vizinha à região central, falta muito pouco para os motoristas não conseguirem mais chegar ou sair de casa sem precisar dar uma grande volta, pelo bairro de Paineiras. Há cerca de dois meses a situação só piora na Rua Fernando Martins, em frente a Escola Municipal Paes de Barros. Tudo começou com o afundamento do sistema de manilhas, deixando a via aberta por cerca de três semanas. Sinalização para evitar acidentes foi improvisada e, após muita reclamação, a central de coleta de água da chuva foi reparada.
O serviço, porém, ficou pela metade. Foi colocada terra para cobrir as manilhas e o asfaltamento ficou na promessa. O “esquecimento” da secretaria municipal de Serviços Públicos na hora de concluir o atendimento aos moradores da Vila Muqui acabou complicando novamente o acesso de veículos. O material começou a ser arrastado pela chuva, causando grande desnível e obrigando motoristas a subirem pela contramão para evitar prejuízos na suspensão. Nessa rota, porém, aumenta o risco de colisões frontais, principalmente levando-se em conta que o problema fica em trecho de curva.
Com o aumento do fluxo de veículos somente na pista esquerda, sentido de quem sobe, o velho asfalto começou a se deteriorar de forma ainda mais rápida. Continuando na Fernando Martins, dezenas de outros afundamentos são desafios para os condutores de veículos, principalmente motociclistas.
Na Rua Tabelião Luís Bessa, mais um afundamento de manilha. A rede se rompeu próximo a uma curva há cerca de três semanas e, devido a mais um descaso da gestão Claussen, o buraco vem aumentando a cada dia. “Daqui a pouco não vai dar para passar de carro, principalmente os maiores. Já estamos prevendo que não vai demorar para o caminhão de lixo parar de subir e nos obrigar. Esse governo é uma vergonha, só quer saber do bairro do Alto, de lúpulo, cerveja, empreender não sei o que lá”, enfatiza o morador Daniel Monteiro, um dos que entrou em contato com a redação do jornal O Diário através do Whatsapp 98136-6050.
Na Estrada Abelardo da Cunha, que liga os bairros Iúcas e Jardim Serrano, a impressão que se tem é que, se continuarem acontecendo pancadas de chuva como a dos últimos dias, em breve somente veículos com tração nas quatro rodas conseguirão passar pelo local. A camada de asfalto, trabalho de governos anteriores, já foi quase toda arrastada e a situação gera grande desnível no calçamento, além de existirem afundamentos no sistema de manilhas em vários pontos.
Nesta quinta-feira, entramos em contato com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura para saber se há previsão de realização de algum serviço nessas comunidades, se usina de asfalto da PMT está com problemas ou se os esforços da secretaria de Obras e Serviços Públicos estão concentrados em outras regiões. Porém, não obtivemos nenhuma resposta até o fechamento desta edição.
Paralelos jogados
O desleixo e falta de carinho acontecem também na Rua Maranhão, próximo ao cruzamento com a Avenida Alberto Torres, no bairro do Alto. Apesar de se tratar de um dos principais acessos do Centro Universitário da Serra dos Órgãos (Unifeso) e do CESO, escola da mesma instituição, motoristas correm riscos principalmente no período de chuvas. Parte dos paralelos foi retirada para o reparo do sistema de manilhas e não foi reposta, estando as pequenas lajotas jogadas na calçada ao lado. Com isso, a terra usada para cobrir a rede de água pluvial está sendo arrastada na direção da pista principal e deixando a íngreme subida ainda mais perigosa.