Além da completa escuridão em relação ao valor recebido mensalmente e como é aplicado o dinheiro arrecadado com a taxa de iluminação pública – tecnicamente chamada de Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação, apesar de não permitir que não seja paga, a “gestão municipal”, como gosta de ser chamado o governo Vinicius Claussen, eleito em mandato tampão quase um ano atrás, esta semana surpreendeu os teresopolitanos. Ao conferirem as contas de energia elétrica do mês de abril, os contribuintes encontraram reajustes de até 300% na cobrança por um serviço que é prestado de forma bastante precária em praticamente todo o município (nem a cidade conta com iluminação pública adequada). Com a grande repercussão negativa de mais uma bola fora do gestor, a prefeitura divulgou nota oficial em sua página alegando que “algumas contas de energia elétrica que chegaram aos moradores de Teresópolis em abril não refletem o estabelecido no decreto 5.046, de 04 de dezembro de 2018”, documento assinado pelo próprio Vinicius garantindo mais recursos nos cofres municipais e menos no salário do contribuinte. Na mesma nota, a Assessoria de Comunicação da Prefeitura tenta repassar a culpa da cobrança absurda, informando que “Houve um erro por parte da Concessionária de Energia Enel na aplicação do decreto, que estabelece percentuais de cobrança de acordo com as faixas de consumo. Aplicado corretamente, o decreto é um instrumento de Justiça Social, que garante isenção para as faixas mais baixas de consumo e pagamento justo para os grandes consumidores não residenciais”.
Porém, a concessionária informou, mais uma vez, que não tem nada a ver com essa história. Em nota encaminhada para a redação do jornal O Diário e Diário TV nesta quinta-feira, a Enel Distribuição Rio informou “que a contribuição de iluminação pública é de responsabilidade da Prefeitura de Teresópolis, conforme Decreto 5.046 de 04/12/2018 – ART. 3° da Lei Complementar Municipal 080/2006” e que “a empresa reforça que apenas fornece a energia e efetua o recolhimento da contribuição por meio da conta de luz, repassando em seguida o valor arrecadado ao governo municipal”. A distribuidora acrescenta que entrará em contato com a Prefeitura Municipal para esclarecer quaisquer dúvidas, contrariando inclusive informação divulgada pela Assessoria da PMT que “o prefeito Vinicius Claussen já cobrou pessoalmente da empresa providências para que seja feita a correção dos valores”. Questionada sobre como ficará o estorno dos valores pagos a mais, lembrando que em alguns casos até 300% acima do previsto, a “gestão municipal” tentou novamente empurrar a responsabilidade para a concessionária que, por sua vez, desmentiu.
Mais “fake news” da turma do prefeito
Além de alegar que a COSIP não tinha reajuste desde 2006, o que justificaria um sucateamento na iluminação do município, apesar de nunca ter informado quanto arrecadou e como investiu, o governo Claussen acabou apagando fogo com gasolina nesta quarta-feira. Tentando justificar o aumento absurdo praticado contra os teresopolitanos, a assessoria divulgou release com o título “Moradores já sentem os efeitos do trabalho de recuperação da iluminação pública em Teresópolis". Bastou divulgar a reportagem em redes sociais para que centenas de pessoas desmentissem a “fake news” produzida pelo time Claussen. Somente na página do jornal O Diário no Facebook rapidamente a publicação alcançou cerca de 30 mil pessoas e quase 500 comentários, 99,9% deles relatando a completa escuridão em locais onde a taxa de iluminação pública nunca deixou de ser cobrada. O 1% restante corresponde a fakes ou comissionados em cargos públicos mantidos com o dinheiro do contribuinte.
“Em Venda Nova está uma escuridão, sem contar q existem trechos que nem iluminação tem, sendo que todos pagam a taxa. Agora eu entendo o bordão do prefeito ‘dinheiro tem, falta gestão’.
Ele só esqueceu de completar: ‘Vai continuar faltando’, comentou Magaly Leal. “Nem uma melhora no Meudon! Nada justifica um aumento de mais de cem por cento, com esse aumento a população tinha que estar andando a noite como se fosse dia, uma claridade total”, completou Francisco Carvalho”. “Em meu bairro apenas melhorou após um abaixo-assinado feito pelo meu pai e ajuda de custo dos moradores para comprar lâmpada, pois a prefeitura alegou não ter verba. Foi muito considerável a diferença e qualidade dada para rua com a proatividade e a atitude de moradores da Alexandre Fleming, Vale Paraíso”, destacou Gabriel Gomes. “Nada justifica esse aumento e continuam as ruas às escuras. É olha que já faz aniversário essas ruas às escuras e a gente pagando a conta. E ainda se acha no direito de aumentar o valor. Deveríamos entrar com uma ação judicial pra sermos indenizados por pagar pelo que não tem. Quero meu dinheiro de volta”, pontuou Valeria Pina. O número de comentários semelhantes é tão grande que, caso fossemos reproduzir aqui, seria necessário utilizar mais de uma página…