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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Violência doméstica: ações conjuntas de redes de apoio amparam vítimas em Teresópolis

Grande número de prisões mostram o resultado do trabalho das forças de segurança do município

Maria Eduarda Maia

A violência doméstica é uma realidade cruel e dolorosa que, infelizmente, assola a vida de várias pessoas pelo mundo de diferentes gêneros, idades e classes sociais. Mesmo sendo um tema delicado, carregado por dor e que entristece todos aqueles que diariamente leem notícias sobre casos registrados – que são uma pequena parcela dos episódios que ocorrem em vários lares, é fundamental que ele seja debatido com responsabilidade, atenção e urgência. E em Teresópolis, graças às redes de apoio que são disponibilizadas, as vítimas desses terríveis crimes possuem amparo e cuidado, além de suporte para esclarecimentos que envolvem a temática. “Justamente por ser um tema delicado, é preciso ser debatido. Nós temos que fomentar o registro das ocorrências para que possamos atuar de fato na prevenção e na punição de quem descumprir os direitos das mulheres e das crianças que são vítimas”, ressaltou a juíza da 2ª Vara Criminal de Teresópolis, Dra. Marcela Assad, em entrevista ao Diário.
Ainda segundo a juíza, que é uma figura atuante e comprometida na luta dos direitos dessas vítimas e no combate à violência doméstica, o município tem mais de 100 presos provisórios por esse crime em sua vara criminal do que presos por tráfico, furtos e estelionato, por exemplo. “Temos presos pelos mais diversos crimes por esse tipo de violência, como lesão corporal, ameaça, violência psicológica e estupro. É um número assustador e bem expressivo”, declarou Marcela, dizendo que o número retrata a credibilidade que sociedade tem na polícia, no poder judiciário e no Ministério Público, visto que as vítimas se sentem seguras para denunciar os casos.

Papel da Câmara
O poder legislativo desempenha um papel de extrema importância no combate à violência doméstica, através da criação de leis que protegem as vítimas e estabelecem mecanismos de responsabilização para os agressores, por exemplo. “A Câmara faz o papel de subsidiar políticas, implementar legislações no município e acompanhar todo o serviço que é prestado, inclusive pelo poder executivo. A casa legislativa também possui um papel colaborativo na questão da rede na qual o judiciário também atua, assim tendo uma construção de forma muito harmônica e eficiente”, destacou a vereadora professora Amanda Albuquerque, que também é membro da Procuradoria dos Direitos da Mulher da Câmara.
A edil também ressaltou que recentemente houveram decisões do Supremo Tribunal de Justiça entendendo que quando a vítima de violência doméstica é mulher, a Lei Maria da Penha prevalece sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), mesmo em casos envolvendo crianças e adolescentes. Isso significa que, em situações de violência doméstica contra mulheres, independentemente da idade, a Lei Maria da Penha é o instrumento legal adequado para tratar o caso. “Isso é importante de ser falado já que é um avanço que a gente tem. O legislativo sempre tem esse olhar e hoje nós buscamos implementar dentro do município essa política de proteção também para as nossas adolescentes”, frisou Amanda.

“A Câmara faz o papel de subsidiar políticas, implementar legislações no município e acompanhar todo o serviço que é prestado, inclusive pelo poder executivo. A casa legislativa também possui um papel colaborativo na questão da rede na qual o judiciário também atua, assim tendo uma construção de forma muito harmônica e eficiente”, destacou a vereadora professora Amanda Albuquerque. Foto: Marcello Medeiros / O Diário

Vídeo inverídico
Recentemente, foi veiculado um vídeo inverídico em uma rede social com falsas informações sobre o cuidado e proteção das mulheres da cidade que são vítimas desse tipo de violência, alegando que elas estão desamparadas e que não possuem credibilidade, além de dizer que não há atuação das polícias civil e militar na cidade. Dessa forma, a juíza Marcela Assad contestou sobre as falácias propagadas. “Acredito que quem fez esse vídeo tenha feito por desconhecimento. Então, desde já, essa pessoa está convidada a conhecer a nossa rede e o nosso trabalho em Teresópolis. Não teríamos um número tão expressivo de presos provisórios na cidade caso a polícia e nem o judiciário não agissem bem. As estatísticas falam por si”, esclareceu a juíza.

A juíza Marcela Assad e a vereadora Professora Amanda Albuquerque participaram do programa Hélio Carracena, naa Diário TV, para debater sobre a temática da violência doméstica. Foto: Maria Eduarda Maia / O Diário

Como procurar ajuda
De acordo com a juíza da 2ª Vara Criminal, em casos de violência doméstica, a primeira recomendação é realizar o registro da ocorrência na 110ª Delegacia de Polícia. “Lá irá haver um acolhimento através do Núcleo de Atendimento à Mulher (NUAM), onde serão identificadas as vulnerabilidades dessas vítimas”, pontuou. Assim, elas serão encaminhadas para a secretaria dos Direitos da Mulher, para o CAPS, se for o caso, além de receber apoio com o aluguel social e inserção no mercado de trabalho, através da inclusão no cadastro do POT. “Existem diversos braços que vão ser acionados a partir da busca dessa vítima pela delegacia de polícia. Se for um crime contra criança, haverá um encaminhamento para o programa Bem Me Quer para uma escuta especializada. Em casos de violência física, acontece o exame de corpo de delito na Sala Lilás tanto para mulheres quanto para crianças”, concluiu Marcela Assad
A juíza Marcela Assad e a vereadora Professora Amanda Albuquerque participaram do programa Hélio Carracena, na Diário TV, para debater sobre a temática da violência doméstica. A entrevista na íntegra pode ser assistida a qualquer momento e onde quiser pelo YouTube da Diário TV Teresópolis.


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Edição 23/07/2025
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