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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Volta da Inconha: Para caminhar, admirar aves e se surpreender em Teresópolis

Conheça o circuito que pode ser feito a pé ou de bicicleta no entorno do Parque Municipal Montanhas

Criado em 06 de julho de 2009, o Parque Natural Municipal Montanhas de Teresópolis foi um dos melhores presentes que o município recebeu nos últimos anos. Além de frear os problemas causados pela pressão antrópica, como a grave extração mineral na região da Pedra da Tartaruga, ele vem contribuindo para um futuro diferente para localidades que até então não se fazia ideia de toda sua potencialidade ecológica e turística. Um dos grandes exemplos é a região da Inconha, vizinha aos bairros da Posse e Campo Grande e onde, desde a chegada do PNMMT, a situação tem sido modificada drasticamente de maneira positiva. Cerca de três anos atrás, a unidade de conservação administrada pela secretaria de Meio Ambiente adquiriu um imóvel para a instalação do seu Centro de Pesquisa na Inconha, setor que tem sido fundamental para mudar o tipo de visitante e consequentemente valorizar fauna e flora em fragmentos de Mata Atlântica que por décadas sofreram com a mão pesada do homem.
Uma das dicas para conhecer essa região é um trajeto circular que tem início a partir do trecho final da Estrada José Gomes da Costa, onde há uma pequena ponte e uma estrada à direta. Essa via menor é a Estrada da Inconha, que tem aproximadamente cinco quilômetros de extensão até desaparecer em meio a uma florestinha.

A estradinha é cercada por grandes Araucárias e, em quase no final dela, o afloramento rochoso tomado de líquens se destaca. Foto: Acervo Mochileiro

Corredor de vida
O trecho inicial é em paralelo, que aos poucos vai se perdendo em meio às pedras e terra batida, consequência do pouco investimento em calçamento e danos causados pelas fortes chuvas e tragédias naturais dos últimos anos. Mesmo onde ainda há moradias, muitas grandes Araucárias e outras espécies vegetais deixam a subida amena e já com indicativo que a fauna é rica por ali. Em certo momento, um grande afloramento rochoso tomado por liquens alaranjados é um convite à contemplação e registros fotográficos.

Parte do caminho é feito por antigas trilhas de motocross – aliás, esse é um dos públicos que há mais tempo frequenta a região. Foto: Mochileiro/Marcello Medeiros

Vale pesquisar
A penúltima residência na estrada da Inconha é justamente a sede de pesquisa do PNMMT, que, entre tantos trabalhos em curso, tem investido em programas de observação de aves. As pesquisas ou “simples incursões” de interessados no tema têm rendido centenas de flagrantes de espécies que até poucos anos atrás não se tinha conhecimento da existência nessa região ou a confirmação que ainda são frequentes exemplares de Maria-Preta-do-Bico-Azulado (Knipolegus cyanirostris). Essa ave, aliás, dá nome a uma bonita cascata visitamos quase no final dessa caminhada.

As motos
Ao final da Estrada da Inconha, há duas opções para retornar ao bairro da Posse. A primeira, logo que termina a via mais larga e entra em cena o fragmento florestal, logo à esquerda e em declive. Mas, para quem quiser caminhar um pouquinho mais, basta continuar em frente por cerca de um quilômetro e meio aproximadamente. A estrada vai reaparecer, com vários pontos de lamaçal, devendo o caminhante seguir até um local onde há, na esquerda, uma inclinada trilha de motocross. Aliás, esse público é o que mais frequenta essa região, há muitos anos, fazendo conexão com as trilhas das Sete Torres. Com a chegada do parque, foram costurados acordos para que pudessem continuar utilizando boa parte das antigas passagens, ficando proibida aos veículos motorizados a descida pela Inconha.

Que visual! Em primeiro plano, as formações protegidas pelo Parque Natural Municipal Montanhas de Teresópolis. Ao fundo, os Três Picos. Foto: Mochileiro/Marcello Medeiros

Rios e visual
O ponto mais alto dessa caminhada chega a 1.466 metros de altitude. Quando começa a descida, surgem também bonitos visuais para as montanhas do próprio PNMMT, como Arrieiro, Santa Rita e Tartaruga, ou mais distantes, como os Três Picos e Mulher de Pedra. A seguir a dica é ficar atento ao barulho da água. Quando ele estiver bem forte, significa que você está próximo à Cascata da Maria Preta. Então, pegue a esquerda e aproveite para se refrescar. Depois, a dica é continuar a trilha vizinha à queda d´água, até sair em uma estreita rua. Essa pequena via vai ter levar até ao campo do Posse F.C., já próximo ao início da caminhada.

De bike
Esse trajeto também pode ser feito de bicicleta, preferencialmente mountain bike. Porém, há trechos onde provavelmente terá que empurrar e outros onde é preciso ter técnica para evitar acidentes em meio a pedras ou valões.

Inconha ou Iconha?
Sobre o nome há uma dúvida. Inconha ou Iconha? Para dirimir essa questão, fiz contato com alguns moradores locais, gente que nasceu e foi criada por lá, sendo informado que para eles é INCONHA. Sendo assim, seguindo a tradição do montanhismo de respeitar as tradições locais, escolhi dar preferência ao nome utilizado por eles nas publicações sobre o tema.

Distância e mais informações
Esse circuito de caminhada tem aproximadamente 11 quilômetros e altimetria acumulada na casa dos 600 metros, podendo der feita em qualquer época do ano. Agora, independente do período ou roteiro escolhido, anote essas dicas: respeite os moradores locais, não leve nada a não ser boas lembranças e não deixe nada a não ser pegadas. Para saber mais sobre essa e outras atividades, acesse o Instagram @mochileiro_marcello ou, para baixar o mapa, pesquise “Marcello Medeiros” no Wikiloc.

Edição 23/11/2024
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