Wanderley Peres
Escondidas nas rachaduras da massa e desgastadas com o tempo, sumiram as cores da Prefeitura Municipal, ressurgidas agora na nova pintura que está ganhando com a reforma do prédio, obra que já deveria ter ficado pronta, mas não ficou porque a empresa contratada em novembro de 2021 a abandonou, reforma que custara R$ 195 mil e ano passado foi recontratada por 534 mil, enfim, quase dois anos depois, em fase final. Essa semana, já deu para perceber o tom de rosa na primeira demão, e a preocupação dos funcionários com os tons de contraste nos afrescos e o cuidado da palheta de cores para o brasão que encima a elegante testada do prédio quase centenário prevê bom serviço.
Obra de grande porte, construída com recursos próprios da municipalidade em diversos governos, o prédio da Prefeitura Municipal, na avenida Feliciano Sodré, 765, na Várzea, foi iniciado em 1927, pelo engenheiro Nestor Pinto, durante a gestão do prefeito eleito Euclydes Machado, sendo inaugurado em dezembro de 1929 parte dele, quando prefeito e vereadores tiveram um prédio próprio para a administração municipal, que antes funcionava no palacete Torreões, na avenida Delfim Moreira, altura da rua Duque de Caxias.
Paralisada a construção desde 1930, a obra foi retomada em 1946, pelo prefeito nomeado Roger Malhardes, sob a responsabilidade do engenheiro de obras da Prefeitura Octávio Freire, continuada pelo prefeito José Jannotti, e recebendo dos demais prefeitos investimentos para o seu acabamento e mobiliário, quando além do gabinete do Prefeito e a Câmara Municipal, passaram a funcionar na Prefeitura o Fórum e a Coletoria Estadual, e também postos avançados da Secretaria Estadual de Agricultura, do Ministério da Agricultura, do Exército e o Tiro de Guerra.
Passados quase quarenta anos, durante a administração do prefeito Waldir Barbosa Moreira, o prédio da prefeitura estava quase tão abandonado como até pouco tempo, quando similar reforma foi feita. Foi quando o chefe de administração, Roberto Péricles, trouxe para a sua pasta a responsabilidade da zeladoria do edifício, tombada as suas características externas pela Lei Orgânica Municipal, mais de vinte anos depois, em 1990. O prédio ficou tão bonito em 1967 que ganhou nome de palácio e de imperatriz, Palácio Teresa Cristina, quando passou a ser chamado também de “palácio Rosa”, e sua imponência comparada à “Casa Rosada”, como é chamada a sede do governo argentino.
Quanto às cores do prédio, primitivamente era bege a prefeitura, surgindo o rosa e o lilás nos afrescos com a reforma feita pelo prefeito dr. Waldir, que ganhou do professor e ex-deputado Sebastião Mello, o busto da imperatriz do Brasil, obra de obra de arte de Rodolfo Bernadeli, encomendada pelo empresário Coxito Granado e que fazia parte do acervo do ginásio Teresa Cristina.