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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Bairro de São Pedro é destaque em prisões por tráfico no estado

Em edição do último fim de semana, o jornal carioca Extra destacou que ?A cada 23 minutos, em média, uma pessoa é presa ou apreendida, no Rio, por conta da Lei de Drogas, que abrange casos de tráfico, associação para o tráfico e até consumo próprio, entre outros?. A reportagem informou que de janeiro de 2016 até abril deste ano, 29.892 suspeitos foram autuados por esse motivo em território fluminense, como mostram dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), destacando ainda que o bairro mais populoso de Teresópolis está entre os três com maior número de prisões por conta desse tipo de crime.

Marcello Medeiros

Em edição do último fim de semana, o jornal carioca Extra destacou que “A cada 23 minutos, em média, uma pessoa é presa ou apreendida, no Rio, por conta da Lei de Drogas, que abrange casos de tráfico, associação para o tráfico e até consumo próprio, entre outros”. A reportagem informou que de janeiro de 2016 até abril deste ano, 29.892 suspeitos foram autuados por esse motivo em território fluminense, como mostram dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), destacando ainda que o bairro mais populoso de Teresópolis está entre os três com maior número de prisões por conta desse tipo de crime.
“Já a relação de cidades com mais presos ou apreendidos por tráfico, embora tenha na dianteira a capital e São Gonçalo, chama a atenção pela presença de municípios do interior, como Campos (em terceiro), Cabo Frio (sétimo) e Volta Redonda (nono). Não por acaso, o terceiro bairro com mais detidos, considerando todo o estado, também está longe de grandes centros urbanos: Trata-se de São Pedro, na pacata Teresópolis, na Região Serrana”, publicou o grande meio de comunicação com sede no Rio de Janeiro.
No período pesquisado, aconteceram 559 prisões ou apreensões em Bangu, 262 na região central do Rio de Janeiro e 233 no Bairro de São Pedro. Na totalidade, entre os quase 30 mil capturados, pouco mais de um quarto (8.338) é menor de 18 anos, apreendido por crime análogo ao de tráfico. Se somados a esses adolescentes os presos que têm até 21 anos, chega-se a um percentual superior a 60% de suspeitos que se envolvem com as drogas ainda muito jovens. Por aqui, a situação é bem parecida.

“Número de traficantes no Rosário preocupa”
O título acima é de reportagem publicada pelo jornal O DIÁRIO em maio passado. Na ocasião, o jornal destacou justamente que o número de usuários e traficantes de entorpecentes é preocupante em Teresópolis. “Em algumas comunidades, a situação é ainda mais crítica. Uma delas é o Rosário, uma das divisões do populoso bairro de São Pedro e onde, quase que diariamente, a Polícia Militar tem realizado prisões ou apreensões. Na semana passada, guarnição do 30º BPM deu prejuízo de R$ 32 mil para o tráfico. No final da noite desta quinta-feira, mais duas operações terminaram com quase 500 pinos de cocaína apreendidos, pasta base para preparação desse entorpecente e munições. Mais uma pessoa foi presa”, destacamos à época.
Além dessa reportagem, nos últimos meses publicamos diversas semelhantes frisando a preocupação com o gravíssimo problema social. Além do Rosário, Perpétuo, Pimentel e Morro do Tiro, algumas das muitas divisões do populoso São Pedro, são localidades onde frequentemente o 30º Batalhão de Polícia Militar tem realizado prisões e apreensões. 

Grande operação em São Pedro
Em meados de julho do ano passado, também mostramos que nos últimos meses esses crimes estavam sendo registrados repetidamente nas comunidades mais altas da região do bairro de São Pedro. Na ocasião, foi deflagrada grande operação pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e Coordenadoria de Inteligência da PMERJ, com apoio do SISPEN e Polícia Civil (110ª DP). Batizada de “Conexão Penha”, o trabalho das instituições terminou com o cumprimento de 24 mandados de prisão e busca e apreensão e 22 presos somente nos bairros do Perpétuo, Rosário e Pimentel. Também aconteceram prisões em favelas do Rio de Janeiro e São Gonçalo de pessoas relacionadas com o movimento em Teresópolis. Os mandados foram expedidos pelo juiz Guilherme Rodrigues de Andrade, titular da Vara Criminal do município.
Em entrevista à época, o Tenente Monte, da Coordenadoria de Inteligência da PM, explicou o nome e origem da operação, além de destacar que foi identificada uma busca de mudança no esquema de atuação das quadrilhas nos bairros locais.  “Essa operação teve início em dezembro passado e teve aproximadamente 15 fases. Ganhou esse nome porque identificamos que muitos criminosos presos aqui em Teresópolis tinham endereço na Penha e isso intrigou muito os promotores do Ministério Público, então nós começamos a investigar e puxar esse fio da meada, constando essa ligação entre os grupos. É interessante verificar que devido a essa conexão com criminosos da Penha, São Gonçalo, Complexo da Maré, estavam querendo copiar o modo dos criminosos do Rio, falando em obter radinhos, armamentos pesados, cogitando invadir determinadas comunidades… E isso gerou preocupação muito grande para a gente, o que fez com que nós nos empenhássemos para desarticular essa quadrilha”, pontuou.
Na ocasião, os representantes da Polícia Militar e Polícia Civil relataram descartar a possibilidade do aumento da criminalidade em Teresópolis estar relacionada com o aumento da repressão na capital, com a criação de UPPs, por exemplo. Eles lembraram que, apesar da intervenção de quadrilhas cariocas em locais como os citados acima, os traficantes encontrados por aqui ou envolvidos nessas negociações estão muito longe do alto escalão dos bandos do Rio de Janeiro. A geografia das comunidades locais e a grande repressão aos crimes são outros pontos desfavoráveis ao tráfico.

Foto: Dados divulgados pelo jornal Extra, obtidos junto ao ISP, mostram que o populoso bairro de São Pedro só perde para Bangu e região central do Rio de Janeiro

 

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Edição 23/11/2024
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