Marcello Medeiros
Apurando informações sobre a crescente circulação de veículos clonados em Teresópolis, bens oriundos de produtos de roubo ou furto, policiais do 30º BPM intensificaram as investigações e conseguiram tirar de circulação dois automóveis nessas condições, além de encaminhar para a 110ª Delegacia de Polícia seus “proprietários”. Autuados pelo crime de receptação, previsto no artigo 180 do Código Penal Brasileiro, eles confessaram ter adquirido os veículos por preços bem abaixo do mercado.
Participaram da operação guarnições dos setores Bravo (Cabo Branco e Cabo S. Oliveira) e Alfa (Cabo Geraldo e Soldado Queiroz). Primeiro, eles se dirigiram para um posto de combustível nas proximidades do terminal rodoviário, onde estaria estacionado um dos veículos envolvidos na denúncia – um Renault Captur de cor branca. Questionado, o homem que conduzia o automóvel negou a procedência ilícita. Na delegacia, porém, foi constatado que o Renault era produto de roubo na área da 60ª DP, em Campos Elíseos, Duque de Caxias, e que estava com placas clonadas. O “proprietário” do Renault alegou ter dado entrada de R$ 32 mil e que pagaria prestações de R$ 900 a um morador de Guapimirim, mas não apresentou nenhum comprovante de tal negociação, alegando que “foi uma negociação apenas de boca”. Importante frisar que, segundo a tabela Fipe, o valor médio desse modelo é de R$ 71 mil.
O outro veículo, um Mitsubishi Outlander de cor branca, ano 2016, foi encontrado em uma rua no Vale do Paraíso. O “dono” apresentou chave e documento, mas a consulta mostrou que se tratava de produto de roubo na área da 77ª DP, em Icaraí, Niterói. Avaliado em mais de R$ 100 mil, o carro teria sido adquirido pela quantia de R$ 25 mil. Também segundo a polícia, o morador de Teresópolis alegou que “negociou com uma pessoa pela internet”, com quem não tinha mais contato, e que o “valor estava bem abaixo porque o veículo cairia em busca e apreensão nos próximos dias”.
Os homens, tidos como grandes apoiadores da criminalidade por adquirirem bens nessas condições, veículos onde seus reais proprietários podem até ter sido mortos nos assaltos, foram autuados em flagrante por receptação e podem pegar até três anos de prisão se condenados. Porém, após prestarem depoimento no cartório da 110ª DP, foram liberados para responder a fase inicial do processo. Os automóveis ficaram no pátio da delegacia e, após perícia, seriam encaminhados para as seguradoras.