Continua em escalada o número de casos de pequenos furtos em estabelecimentos comerciais do município. O último ‘ataque’ ocorreu em um grande atacadista localizado na Avenida Lúcio Meira, na Várzea, onde um homem foi detido por um dos seguranças tentando sair sem pagar por três garrafas de whisky da marca Red Label, avaliadas, no total, em R$ 209,70. Ele foi flagrado pelo sistema de monitoramento e, antes de ser encaminhado à 110ª Delegacia de Polícia, teve a oportunidade de pagar pelos produtos e evitar a autuação criminal. Porém, alegou não possuir a quantia. Segundo informado pelo representante do estabelecimento comercial, ele cometeu o mesmo tipo de crime no dia anterior, mas na ocasião conseguiu escapar antes da abordagem da equipe de segurança.
Recentemente, O Diário publicou reportagem especial sobre como esse tipo de crime tem preocupado os comerciantes locais. Apesar da atuação das forças de segurança — como a Guarda Municipal e a Polícia Militar — comerciantes apontam que a reincidência de crimes e a sensação de impunidade têm dificultado o enfrentamento do problema e aumentado os custos operacionais dos negócios, o que no final das contas pode ser ruim para o consumidor.
O empresário Odenir Cardoso, conhecido como Quincas, relatou que há casos de os ladrões são levados duas vezes à delegacia no mesmo dia. “Tem pessoas que furtam, vão na delegacia duas vezes no mesmo dia. E o pior: depois passam aqui na frente do nosso comércio com a maior cara de deboche”, diz. Para ele, o problema central está na legislação atual, considerada branda demais. “A gente solicita a ação policial e tem resposta, mas infelizmente hoje eu acho que a legislação é muito branda em nosso país e permite essa liberação dos ladrões”.
Gerente da loja Terê Pão, Alcinei Cunha confirma o aumento expressivo nos casos de furto e compartilha a mesma percepção de impunidade. “O furto aumentou bastante. A gente tem observado aí de uns tempos pra cá. Quer dizer, o cara vem aqui, ele furta, a gente vai pra delegacia com ele, perde tempo lá, ele tem um monte de passagens… E daqui a pouco ele sai na nossa frente. A gente fica lá ‘preso’ fazendo registro e ele sai”, desabafa. Alcinei destaca ainda os investimentos que a loja tem feito para enfrentar a situação. “Implantamos um sistema de monitoramento. Qualquer suspeita, se o cliente colocar algo dentro da bolsa ou do casaco, vai detectar. Já estamos cientes e preparados. Também treinamos nossa equipe constantemente.”