O interventor federal na segurança pública do estado do Rio de Janeiro, general Walter Braga Netto, disse que a Polícia Militar (PM) receberá mais mil soldados. Eles foram aprovados em um concurso público em 2014 e a chegada do reforço depende apenas de trâmites burocráticos. O anúncio foi feito durante a entrega de 265 viaturas zero quilômetros para a PM do Rio, sendo que sete dessas foram destinadas para o 30º BPM, em Teresópolis. Este segundo lote faz parte de uma compra, feita pelo governo estadual em janeiro deste ano, de 580 viaturas, que custaram R$ 37,6 milhões aos cofres estaduais, sendo 530 radiopatrulhas e 50 veículos descaracterizados. O governo não divulgou a data, mas informou que o terceiro lote de automóveis “será entregue nos próximos meses”. Ao todo, o estado investiu R$ 61,6 milhões para a compra de 750 veículos. Também foram liberados outros R$ 93 milhões para a recuperação e manutenção da frota da corporação.
Convocado pelo governo federal para ser o interventor na segurança pública do estado do Rio, o general Braga Netto tem vasta experiência. À frente do Comando Militar do Leste, convive diretamente com o problema da violência urbana desde os Jogos Olímpicos de 2016, quando era o responsável pelo evento como representante do Exército. Equipar e treinar os policiais do estado é um dos legados que o interventor pretende deixar para sociedade. Assim como um modelo de gestão que inclui a valorização do policial e das corregedorias. Ele é categórico ao dizer que a intervenção vai até 31 de dezembro, mas espera conversar com o futuro governador, caso este queira. “[A prorrogação é] completamente desnecessária. Se não, vocês vão ficar dependentes o resto da vida.”
Braga Netto garante ainda que o carioca e o fluminense irão ver "uma melhora palpável, cada vez mais, até o fim do ano". Segundo ele, já há uma mudança de postura do policial. "O policial tem de respeitar a população e a população tem de ver a polícia como uma autoridade. Hoje em dia, a palavra autoridade perdeu muito o conteúdo. O pessoal confunde autoridade com autoritarismo", diz. E completa: "O crime nunca vai acabar. O que vai acontecer é que este crime de ostentar fuzil nós vamos combater com firmeza."
“Eu fui o coordenador dos Jogos Olímpicos para o Exército. Participei de praticamente todas as operações no Rio de Janeiro. O que a gente via num crescente era a deterioração econômica do Rio. O que nós estamos fazendo na intervenção, neste primeiro momento, é uma melhoria gigantesca de gestão. Estamos conseguindo resultados, mas o recurso federal tem uma burocracia que tem de ser seguida, mesmo com dispensa de licitação. O TCU [Tribunal de Contas da União] me pautou normas que tenho de seguir. O recurso ainda não foi utilizado. O que foi dado inicialmente foi um choque de liderança e gestão que fez cair os índices. Quando começarem a chegar as aquisições, isso deve melhorar muito. A população brasileira é muito imediatista. Ela quer o resultado assim: Começou a intervenção hoje e, no dia seguinte, caíram todos os índices de criminalidade. Isso é paulatino. O Instituto de Segurança Pública [ISP] vai lançar agora os índices de junho e você vai ver que eles caíram de novo”, explicou o general em entrevista à Agência Brasil.