Marcello Medeiros
Entre as muitas ocorrências diárias relacionadas ao tráfico de entorpecentes em Teresópolis, uma registrada no último fim de semana no bairro da Quinta-Lebrão chamou a atenção. Policiais do 30º BPM estiveram na comunidade apurando denúncias que um jovem deficiente físico – que teria ficado paraplégico após ser baleado na coluna cervical por traficantes em suposta disputa por pontos de venda de drogas – estaria comercializando cocaína no local. Equipes da PATAMO, DPO São Pedro e P2 montaram cerco tático e estiveram na casa do rapaz, não encontrado nada suspeito. Porém, no decorrer da operação receberam a informação que um casal residente perto do denunciado seria responsável por guardar a droga.
No local indicado, os militares apreenderam 200 papelotes de cocaína. O casal, por sua vez, denunciou mais um rapaz, que seria a ligação deles com o deficiente físico, que impossibilitado de andar teria o contratado para fazer a distribuição de entorpecentes. Os quatro terminaram na 110ª Delegacia de Policia, onde ficaram acautelados até transferência para presídio no Rio de Janeiro. Um dos militares carregou o paraplégico da residência até a viatura, levando em seguida a cadeira de rodas.
Muitas drogas
O tráfico de drogas é um problema gravíssimo e que merece atenção muito além do ponto quase final de toda história, a prisão. Se existe tanta gente vendendo, é porque é enorme o número de usuários em Teresópolis. Além disso, mesmo empiricamente é fácil perceber que a cocaína, que comprovadamente causa muito mais danos e em tempo mais curto do que a maconha, tem sido alvo de maior parte das apreensões.
Para tentar diminuir a incidência desse tipo de crime é preciso um trabalho mais amplo – envolvendo secretarias como Desenvolvimento Social, Saúde e Educação, por exemplo – do que apenas esperar que os policiais cumpram sua difícil missão de retirar das ruas apenas os traficantes, muitas vezes arriscando a própria vida para que isso aconteça.
Somente na semana passada, foram aproximadamente 1.400 pinos de cocaína apreendidos, além de alguns tabletes pequenos de maconha. O tráfico gera ainda outros crimes, como furtos, roubos e homicídios. Para contribuir com a fiscalização, o “cidadão de bem” pode fazer denúncias anônimas ao quartel do 30º BPM pelos telefones 190, 2742-7755 e 99817-7508 (WhatsApp).