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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Chuvas: ruas bloqueadas e comunidades em atenção

Defesa Civil pede que teresopolitanos façam cadastro em serviço de alerta

Marcello Medeiros

Após fortes chuvas na tarde e início da noite da última quinta-feira (02), algumas comunidades de Teresópolis registraram problemas. A Rua João Raposo Rezende, na Tijuca, foi interditada após afundamento de duas manilhas e surgimento de rachaduras em um muro de contenção. A medida foi tomada pela Defesa Civil devido aos riscos gerados pela passagem de veículos, permanecendo assim até meados da tarde de ontem. No interior, vias foram bloqueadas por deslizamentos de terra nas localidades de Fazenda Suíça e Pessegueiros. No principal acesso de Granja Mafra, a preocupação de moradores é com a Ponte do Madruga. Improvisada desde a maior tragédia natural do país, a de 12 de janeiro de 2011, a passagem aparenta estar tombando em uma das laterais. Além disso, rachaduras em uma das extremidades dos pranchões são outro motivo de medo para quem precisa utilizar a passagem para sair ou chegar em casa, principalmente porquê a previsão é de mais chuvas para os próximos dias.
Não muito longe dali, em Pessegueiros, foram registrados alagamentos e deslizamentos de terra. Em um dos pontos, a barreira levou uma caixa d´água e deixou em risco duas residências. “Estamos com medo de continuar descendo”, relata uma das moradoras. O local em questão foi outro bastante afetado na catástrofe natural de nove anos atrás. Em Fazenda Suíça, a barreira fechou a principal estrada e, segundo moradores, a ponte também parece ter sido afetada pela força do Paquequer na última quinta-feira.
A Secretaria Municipal de Defesa Civil de Teresópolis informa que, entre quinta e sexta-feira nas últimas 24h, os maiores volumes de chuva foram registrados no Vale da Revolta, com 39mm em uma hora, e no bairro dos Pinheiros, com 28.47mm, sem ocorrências registradas nestes locais. Não ouve feridos, nem desalojados ou desabrigados. “Além disso, houve um atendimento relacionado a uma árvore com risco de queda, em Pessegueiros; três deslizamentos na Estrada Rio Bahia, Km 68 e 69 (Pessegueiros); deslizamento que bloqueou a via na Fazenda Suíça; deslizamento de terra no Parque Boa União Brejal”, informou o órgão, em nota encaminhada para a redação do jornal O Diário e Diário TV ontem pela manhã.
Ainda segundo a pasta, na área urbana, além do citado caso da Tijuca, foram registradas as seguintes ocorrências: Rua Jorge Lóssio com alagamento; e deslizamentos na servidão e queda de uma escada na Rua da Mata, no Rosário. Houve pontos de alagamento em alguns bairros, como Tijuca, Ermitage e Várzea, devido ao volume de chuva elevado. “No momento, a Defesa Civil Municipal está em estágio de atenção. Para esta sexta-feira, a previsão é de chuva moderada a ocasionalmente forte no final da tarde em Teresópolis. A recomendação é que as pessoas se cadastrem pelo 40199 para receber os informes da Defesa Civil via SMS e atender às solicitadas pelo órgão de proteção, como procurar um local seguro em caso de recomendação de área vulnerável e também ficar atento ao Sistema de Alerta e Alarme instalado em áreas de risco da cidade”, frisou ainda a SMDC. 
A Prefeitura ressalta ainda que a Defesa Civil conta com o Serviço de Plantão de 24 horas, no qual duas equipes para atendimento via 199. Há também o serviço de monitoramento e envio de alertas via SMS 24 horas. Em 2020, há a previsão de instalação de 15 novos pluviômetros pelo Cemaden. A previsão para esse verão é de pancadas de chuva fraca a moderada e ocasionalmente fortes no final das tardes, por isso, é muito importante o cadastramento de toda a população no sistema de Alertas Via SMS através do 40199, para que a Defesa Civil possa informar os procedimentos em situação de emergência.
Nas últimas semanas, por diversas vezes, tentamos entrevista com o subsecretário de Defesa Civil, Coronel Albert, não sendo autorizados pela Assessoria de Comunicação da PMT – apesar da grande necessidade de prestar o máximoo de esclarecimentos à população em relação a esse momento e a importância trabalho do órgão.

Limpeza de rios não saiu do papel
Ficou só na promessa o trabalho para limpeza dos rios de Teresópolis como forma de prevenção para o período chuvoso. O anúncio da parceria entre a Prefeitura e o governo do estado para tentar minimizar problemas causados pela grande elevação dos cursos d’água do município já era considerado tardio, mas agora não há sequer previsão de quando o denominado programa “Limpa Rio” deva começar. O prefeito Vinicius Claussen prometeu no início de outubro com a presença do Governador Wilson Witzel que seriam desobstruídos o Paquequer, Príncipe (Que nasce em Campo Grande e deságua na Cascata do Imbuí), Córrego Imbuí (Caleme) e São José (Bonsucesso). Porém, apesar da indicação que as máquinas estariam trabalhando a partir do dia 21 de outubro, já se passaram dois meses sem que nada aconteça.
Geralmente, os locais de passagem da água das chuvas são limpos nos meses que antecedem o período de chuva, mas dessa vez o governo estadual e a prefeitura de Teresópolis não se atentaram para os riscos. 
Como é sabido, os meses de novembro e dezembro são de grande volume de chuvas em Teresópolis, com muitos anos de registros precipitação intensa durante todo esse período, com o transbordamento de cursos d´água e escorregamentos de encostas nas comunidades mais propícias a esse tipo de situação. Em outubro, a prefeitura afirmou pro meio de nota que o trabalho começaria “nos próximos dias”. Desta vez, ao questionar novamente sobre a promessa não cumprida, o governo municipal apenas se eximiu de qualquer responsabilidade: “A Prefeitura informa que a limpeza de rios é de responsabilidade do Instituto Estadual do Ambiente. Até o momento, o INEA não repassou ao município a data de retomada do Programa Limpa Rio em Teresópolis”.
Consultamos também o Inea sobre quando ocorrerá de fato a limpeza. Se em outubro o órgão alegou que havia iniciado os trabalhos, mesmo sem que nenhum funcionário fosse visto em ação, desta vez afirma que “a empresa que venceu a licitação está fazendo o serviço preliminar, que é a topografia dos locais. Em seguida, será iniciada a limpeza, com os equipamentos que já estão mobilizados”.
Quando o início de tal programa foi anunciado, O DIÁRIO alertou que tal limpeza é aguardada há anos e também que o problema é muito maior do que apenas os locais citados pelos políticos. Além de não informar quais trechos do Paquequer serão contemplados, por exemplo, moradores de bairros como Meudon e Ermitage, que todos os anos sofrem com transbordamentos de cursos d´água, se sentiram desprestigiados mais uma vez. Além disso, mesmo para os locais beneficiados ainda há dúvidas sobre o serviço que será realizado. Moradores da região da Cascata do Imbuí e Posse entraram em contato com a redação para tentar mais informações sobre o “Limpa Rio” e lembrar que não podem ser visitados apenas alguns trechos.

 

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