Douglas Corrêa – Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro
Após a morte de seis jovens, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seção do Estado do Rio de Janeiro, divulgou uma nota na noite de hoje (14) manifestando preocupação com a política de segurança pública do governo Wilson Witzel.
“As mortes recentes de seis jovens pardos e negros é algo inadmissível e não podem ser tratadas como efeito colateral aceitável de uma política de enfrentamento truculenta, sem inteligência e respeito a direitos e garantias da população”, diz a nota. A entidade disse que prestará apoio jurídico às famílias dos jovens por meio da Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária da entidade.
Para a OAB, as mortes “evidenciam grave desleixo com a vida do cidadão”, principalmente jovens negros e pardos da periferia, cuja “segurança e integridade ficam comprometidas em ações em que as forças oficiais têm licença para matar”.
A nota diz ainda que nenhum indicador de violência ou “propósito pacificador” justifica incursões policiais que desprezem a vida humana, “com corte de raça e classe tão eloquente”. “Medidas como edição de manuais secretos para operações aéreas e mensagens de estímulos à matança generalizada não somam esforços. Pelo contrário, são instrumentos de acirramento dos ânimos e amplificadores dos níveis de letalidade”.
A OAB-RJ acrescenta na nota que espera que os órgãos de segurança pública do estado não exponham a população a riscos, tornando-a vítima nos confrontos e que os “eventuais criminosos sejam presos e julgados, conforme estabelece a lei”.
O governo do Estado foi procurado pela Agência Brasil, mas até o fechamento da matéria não tinha se pronunciado sobre as declarações da OAB-RJ sobre a política de segurança pública do governo do Rio.