Cercada de verde e com muitos cursos d´água, protegidos graças ao Parque Estadual dos Três Picos, principalmente, a localidade de Varginha é um daqueles locais muito procurados por pessoas saturadas da correria das grandes cidades, gente que busca a tranquilidade do interior para recarregar suas baterias ou quer mudar totalmente o estilo de vida. Porém, apesar das grandes riquezas naturais, o poder público parece não estar muito preocupado com o retorno obtido através do turismo ou, pior até do que isso, com as pessoas que residem na região de Canoas – divida em Varginha e Prata dos Aredes. Esta semana, moradores instalaram no cruzamento dessas duas localidades a placa com a inscrição “VARGINHA PEDE SOCORRO”, em letras garrafais, para tentar, mais uma vez, chamar a atenção do governo Vinicius Claussen para a cada vez mais crítica situação dessa área, que, apesar das proximidades com o Terceiro Distrito, ainda é considerada como expansão da urbana. Estradas em péssimo estado de conservação, falta de iluminação pública e serviços essenciais ou de lazer são apenas alguns problemas enfrentados pela comunidade.
Para chegar à Varginha, primeiro é preciso atravessar a localidade de Canoas, acessada no quilômetro 06 da Teresópolis-Friburgo. Nessa primeira etapa, anos atrás foi colocada camada asfáltica, já bastante danificada. Do cruzamento das outras duas divisões da região em diante, a situação começa a se complicar ainda mais. Sem a devida manutenção há muito tempo, as estradas de terra batida têm grande quantidade de buracos e pedras soltas, criando condições apenas para os adeptos de veículos 4 x 4. Mesmo nessa época do ano, quando a precipitação é bem pequena, trafegar pelo local é uma verdadeira aventura diante do número de buracos e valões, principalmente nos trechos mais íngremes. Junte isso a lama quando chegam o Verão e as tempestades frequentes.
Ainda segundo os moradores, como o veículo de transporte coletivo da secretaria de Educação destinado para a região de Canoas não é tracionado o acesso fica complicado em dias de chuva
“É tanto solavanco no carro que se a pessoa for para a fisioterapia, quando chegar em casa tem que voltar e parece que nem fez. É um perigo isso aqui”, relatou uma moradora ao repórter José Carlos “Cacau”, que visitou a comunidade na última terça-feira para registrar o descaso com essa parcela da população teresopolitana. Ainda segundo os denunciantes, muitas pessoas têm dificuldade de se deslocar para a região central e medo de precisar de um atendimento emergencial e não conseguir, por conta das condições da estrada.
Vez ou outra, o caminho ruim prejudica também os estudantes. Segundo os moradores, como o veículo de transporte coletivo da secretaria de Educação destinado para a região de Canoas não é tracionado, diferente de outros que circulam nas comunidades do entorno da RJ-130, o acesso fica complicado em dias de chuva. Preocupado com o futuro educacional das crianças, os moradores já denunciaram a situação no Conselho Tutelar.
Parceria com a PMT
Os populares relataram ainda que, como fizeram para a construção de uma ponte no ano passado, estão dispostos a realizar trabalho em conjunto com o poder público para amenizar a situação. “Podemos fazer uma parceria, ir fazendo aos poucos, e daqui a pouco toda a estrada estará resolvida. Não adianta só ir passando patrol, porquê a cada chuva a situação fica pior”, enfatizou representante da Associação de Moradores.
Recentemente, viaturas do Corpo de Bombeiros tiveram dificuldade de chegar ao local para combate a incêndio florestal, que acabou tendo proporções ampliadas pela demora diante da complicada logística de incursão na região de Canoas. Outra cobrança da comunidade é em relação à iluminação pública. Há pouquíssimo número de braços de luz, sendo que boa parte não está funcionando. Eles pedem ainda olhar mais apurado em relação aos jovens, com o oferecimento de opções de lazer em Varginha, Prata dos Aredes e Canoas, e mais horários de ônibus para atender essas comunidades. “Quando chega a eleição, todos eles lembram o caminho até aqui”, pontuou outro morador.
Nesta terça-feira, entramos em contato com o Governo Vinicius Claussen para cobrar um posicionamento em relação a possíveis intervenções naquela região. Porém, não obtivemos nenhum tipo de resposta da Assessoria de Comunicação até o fechamento desta edição.
Sem a devida manutenção há muito tempo, as estradas de terra batida têm grande quantidade de buracos e pedras soltas, criando condições apenas para os adeptos de veículos 4 x 4. Mesmo nessa época do ano, quando a precipitação é bem pequena, trafegar pelo local é uma verdadeira aventura