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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Ponte cai, DER improvisa e moradores se preocupam

Situação de importante ligação entre Segundo e Terceiro Distritos é cada vez mais crítica

Marcello Medeiros

Há dez dias moradores de algumas localidades do Segundo e Terceiro Distritos de Teresópolis convivem com a preocupação diária em relação ao risco de se envolverem em grave acidente ou passarem por nova interdição total de um trecho entre as duas regiões. No último dia 1º uma pequena ponte de madeira que faz a ligação de Ponte Nova com Gamboa, Vianna e Sebastiana – entre outras localidades – desabou após a passagem de um caminhão. O Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (DER-RJ) foi acionado logo após o incidente e improvisou uma estrutura provisória para garantir a passagem dos veículos, entre eles pesados caminhões utilizados pelos agricultores. No lugar da passagem de madeira, o córrego que deságua no Rio Preto, bastante volumoso e bem ao lado da RJ-134, foi manilhado. O medo de populares é em relação às chuvas fortes que continuam sendo previstas mesmo após o fim do Verão, bastando lembrar os deslizamentos de 06 de abril de 2012, que fizeram seis vítimas fatais em Teresópolis. Se houver grande aumento no volume da água do pequeno afluente, a tendência é que a terra e manilhas sejam arrastadas em direção ao Preto. Nesse caso existe ainda o problema ambiental em relação ao manilhamento do pequeno rio.
“É difícil entender a falta de comunicação entre os diferentes setores do serviço público, ainda que pareçam logicamente ligados um ao outro. O DER vai manilhar um rio sem consultar o meio ambiente?  Resultado: Obra paralisada! O custo é (no mínimo) dobrado, porque gasta-se para fazer um remendo, que não vai resolver, para depois gastar novamente para remendar o remendo, até que se faça a solução definitiva!”, relata moradora de um haras naquela região, informando ainda que a Polícia Ambiental chegou a ser acionada para apurar a situação.


Sem a pequena ponte de madeira, que já indicava precariedade e consequentemente riscos há muito anos, tendo a situação sido reclamada ao Departamento Estadual de Estradas de Rodagem algumas vezes, a ligação entre as regiões da Zona Rural fica extremamente comprometida. Quem mora em Vianna ou Gamboa, por exemplo, vai precisar voltar até Sebastiana e depois Campo Limpo para conseguir acessar a BR-116, aumentando absurdamente o trajeto, o tempo necessário e o gasto com combustível. Podem ser prejudicados produtores rurais e estudantes, além logicamente de centenas de pessoas que vivem nessas regiões.
Nesta segunda-feira (9), a reportagem do jornal O Diário e Diário TV entrou em contato com a Assessoria de Comunicação do Departamento Estadual de Estradas de Rodagem para saber se há alguma previsão de construção de uma nova ponte – mesmo que utilizando os antigos pranchões de madeira. “O DER-RJ está desenvolvendo um estudo técnico para elaboração de um trabalho para dar uma solução definitiva. As equipes fizeram uma vistoria no local e fizeram uma estrutura provisória”, informou o órgão, em nota encaminhada para nossa redação.

“Caos comum” no interior
A insistência na utilização de sistemas antigos e improvisados mantém a apreensão de moradores de dezenas de localidades do interior, regiões que por muitas vezes ficam meses isoladas após a queda de uma ponte. Em alguns casos, as próprias comunidades se unem para resolver os problemas, cotizando valores e realizando mutirões para a reconstrução de pontes – concluindo em semanas serviços que demorariam anos se feitos através do poder público. 
Esta semana, por exemplo, uma internauta publicou em “página de notícias” da rede social Facebook um desabafo em relação a uma dessas passagens. “Sou moradora dos Canudos, em Vieira, e a ponte que dá acesso ao Canudos foi feita pelos moradores na Tragédia (de 2011) e até hoje a prefeitura não fez nada. O Pedro Gil fez uma ponte maravilhosa somente para o acesso dos caminhões do Vale Verde, agora a outra ponte de madeira a prefeitura interditou e o ônibus escolar não pode passar e pegar as crianças dos Canudos e os pais tem que se virar para pegar os alunos na escola. Eu mesmo tenho dois, um de manhã outro a tarde e moro a cinco quilômetros da escola”, desabafou.

 

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Edição 30/11/2024
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