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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Quebra de caminhões da coleta atrasa serviço e incomoda

Vizinhos da garagem de empresa terceirizada reclamam de mau cheiro e proliferação de vetores de doenças

Marcello Medeiros

Entra prefeito e sai prefeito e a prestação de um serviço essencial para a população, a coleta de lixo, é sempre motivo de reclamação. Apesar de sensível melhora na gestão Claussen, em comparação ao período em que Tricano esteve à frente do governo municipal – graças a liminar na Justiça, importante frisar – a retirada de resíduos sólidos continua sendo questionada e até bastante precária em algumas comunidades. Esta semana, O DIÁRIO tomou conhecimento de um dos motivos que pode estar levando ao atraso na prestação do atendimento à população: Pelo menos metade da frota da Innova Ambiental, terceirizada contratada pela prefeitura, estaria com problemas mecânicos. Vizinhos da garagem da empresa, na Rua Café Filho, entre Bom Retiro e Pimentel, relatam a chegada de caminhões rebocados nos últimos dias. Aguardando manutenção no pátio, eles estão causando ainda outro motivo para reclamação daqueles que já residiam ali antes do antigo galpão, onde antes funcionava uma fábrica de bijuterias, ter passado a ser ocupado para tal função: Mau cheiro e proliferação de vetores de doenças como mosquitos e ratos.
Tal situação está acontecendo, segundo moradores, porque alguns dos veículos continuaram com o lixo em sua caçamba, além do fétido chorume. Nesta sexta-feira estivemos no local e constamos que não é preciso parar em frente ao antigo prédio para sentir o cheiro de materiais em decomposição que incomoda os moradores da região. À longa distância já se tem a impressão de estar próximo ao lixão do Fischer… Registramos no pátio cinco caminhões estacionados, veículos que, segundo denúncias, estariam há vários dias aguardando peças para voltar à circular. Cerca de meia hora depois que a reportagem do jornal O DIÁRIO e DIÁRIO TV deixou o local, recebemos a informação que mais um havia acabado de chegar trazido por um reboque. Imagens encaminhadas para a nossa redação por um leitor mostram lixo e chorume na caçamba de um deles.
A redução na frota da empresa acaba gerando, consequentemente, o atraso no atendimento em algumas comunidades. Na Fonte Santa e Quinta-Lebrão moradores reclamam da demora para a retirada das caçambas instaladas às margens da estrada Rio-Bahia. No primeiro bairro, por exemplo, encontramos um dos coletores quase transbordando. O cheiro ruim e a grande quantidade de moscas ao lado de uma servidão eram impressionantes… Entramos em contato com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura para buscar um posicionamento do governo municipal em relação ao problema que afeta os teresopolitanos. Em nota, a Secretaria de Serviços Públicos informou que “a empresa Inova Ambiental, contratada pela Prefeitura através de licitação, opera hoje na cidade com 11 caminhões no serviço da coleta de lixo. A empresa disse também que possui caminhões reservas, totalizando 16 veículos destinados ao recolhimento do lixo no município” e ainda que “a secretaria informa ainda que realiza fiscalizações periódicas na quantidade de veículos nas rotas”.

Lixo e lixão, dois grandes problemas
Teresópolis já beira os 180 mil habitantes e, consequentemente, é cada vez maior o volume de lixo produzido. Com a redução na prestação do serviço de coleta seletiva, hoje quase que restrito à cooperativa que atua no município, quase tudo que é produzido pelos teresopolitanos vai parar no Fischer, que de exemplar aterro sanitário voltou a ser lixão – por incompetência de governos como os de Mário Tricano e Arlei Rosa. Em meados do ano passado, o espaço que recebe diariamente toneladas de resíduos sólidos de todo o tipo chegou a ser interditado. A atual equipe à frente da Secretaria Municipal de Meio Ambiente trabalha para promover a mudança esperada na destinação final do lixo em Teresópolis. 

Brasil é o quarto país que mais produz lixo no mundo
O estudo “Solucionar a Poluição Plástica: Transparência e Responsabilização”, feito pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF), mostra que o Brasil é o quarto país no mundo que mais produz lixo. São 11.355.220 toneladas e apenas 1,28% de reciclagem. Só está atrás dos Estados Unidos (1º lugar), da China (2º) e da Índia (3º). No Brasil, segundo dados do Banco Mundial, mais de 2,4 milhões de toneladas de plástico são descartadas de forma irregular, sem tratamento e, em muitos casos, em lixões a céu aberto. Aproximadamente 7,7 milhões de toneladas de lixo são destinados a aterros sanitários. A poluição por plástico gera mais de US$ 8 bilhões de prejuízo à economia global. Levantamento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) indica que os diretamente afetados são os setores pesqueiro, de comércio marítimo e turismo.
O diretor executivo do WWF no Brasil, Mauricio Voivodic, alertou sobre a necessidade de adotar medidas urgentes para reverter a situação. “O próximo passo para que haja soluções concretas é trabalharmos juntos, por meio de marcos legais, que convoquem à ação os responsáveis pelo lixo gerado. Só assim haverá mudanças urgentes na cadeia de produção de tudo o que consumimos.”
Segundo o estudo lançado pelo WWF, o volume de plástico que vaza para os oceanos anualmente é de cerca de 10 milhões de toneladas. Nesse ritmo, mostra a pesquisa, até 2030 serão lançados ao mar o equivalente a 26 mil garrafas de plástico para cada quilômetro quadrado (km2). Aproximadamente metade dos produtos plásticos que poluem o mundo hoje foi criada nos anos 2000.
O diretor-geral do WWF Internacional, Marco Lambertini, afirmou que o sistema atual de produção, uso e descarte de lixo está “falido” e que é necessário mudar o comportamento. “É um sistema sem responsabilidade, e atualmente opera de uma maneira que praticamente garante que volumes cada vez maiores de plástico vazem para a natureza."
O estudo do WWF faz recomendações sobre possíveis soluções para a situação envolvendo os sistemas de produção, consumo, descarte, tratamento e reuso do plástico. Os cuidados propostos incluem orientação para os setores público e privado, a indústria de reciclagem e o consumidor final. As propostas incluem que cada produtor seja responsável pela sua produção de plástico, o fim de vazamento do produto nos oceanos – e reuso e reciclagem como base para uso do material. Paralelamente a substituição do plástico por materiais reciclados. 

 

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Edição 27/11/2024
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