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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Lâmpadas de alta potência ligadas em plena luz do dia

Somente em Praça de Bonsucesso prejuízo com desperdício pode ser milionário, segundo engenheiro elétrico

Anderson Duarte

Estamos em plena bandeira vermelha de consumo de energia, ou seja, a conta está mais cara porque parte da energia elétrica que utilizamos precisa vir de fontes de consumo mais caras, como as termoelétricas, por exemplo. Neste período o que se pede é “economia” por parte dos consumidores, mas parece que quem deveria dar o exemplo não está nem um pouco preocupado com isso. Um leitor nosso, muito preocupado com a situação dos postes equipados com lâmpadas de alta potência que permanecem acessos vinte e quatro horas por dia na localidade de Bonsucesso, no terceiro distrito, encaminhou para nossa redação diversos flagrantes deste descaso com o dinheiro público e o uso consciente da iluminação. Em plena luz do dia, quase todos os postes da Praça estavam acessos, e segundo o morador, somente estavam apagados aqueles que já estão com as lâmpadas queimadas mesmo, senão, o prejuízo seria ainda maior. Segundo um engenheiro consultado por nossa reportagem, somente neste caso de Bonsucesso temos um prejuízo milionário ao final de trinta dias de consumo ininterrupto.
São lâmpadas de alta potência, com cerca de 600 watts, e que ligadas de forma ininterrupta podem gerar um consumo altíssimo de energia. Esse cálculo é possível através da multiplicação da potência do equipamento por seu tempo de utilização diário. Por exemplo, se deixarmos uma lâmpada de 60 watts ligada entre as oito da noite e as seis da manhã seguinte, essa lâmpada vai consumir uma energia de 0,6 kWh a cada dia e no final de um mês a lâmpada terá consumido 18 kWh. Mas acontece que não estamos falando de uma lâmpada caseira, mas sim de um equipamento de 600 watts, e com diversos ligados ao mesmo tempo. Para o engenheiro consultado por nossa reportagem, essa conta é milionária, e apenas na referida Praça. 
Preocupado com a situação, e com a vontade de saber se era mesmo um fato isolado, ou não, o nosso leitor seguiu viagem rumo ao Centro da cidade e encontrou pelo caminho quase uma centena destes postes de energia com a luz acesa durante o dia. “Eu contei mais de sessenta postes deste tipo ao longo da estrada com a luz acessa. Isso é revoltante. Somente este mês, na minha conta de luz, recebi um acréscimo de R$ 40 em razão da bandeira vermelha de consumo. Eu não acho justo apertar o cinto em casa enquanto as autoridades não estão nem aí para o problema, afinal, o dinheiro para pagar essa conta não vem dos bolsos deles. É um caso explícito de desrespeito com a gente porque a iluminação pública é paga por todos nós", reclamou. Na Praça que fica em frente ao colégio Francisco Maria Dália, e, portanto, de responsabilidade da prefeitura, vinte refletores ficam com as lâmpadas ligadas durante o dia inteiro. 
Segundo os moradores de Bonsucesso, a situação é assim durante 24 horas por dia. "É uma falta de respeito, porque vai tudo para o nosso bolso. Acaba a gente pagando uma coisa que os outros deixam. Aí não fica legal", reclama uma moradora que está amplamente com a razão, já que como vimos recentemente, em análise dos números referentes à arrecadação com a Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública, ou Cosip como versa nosso ordenamento, no período compreendido na última década, nossa reportagem encontrou mais de quarenta milhões de reais embolsados com o tributo, com média superior aos quatro milhões de reais por ano até o ano de 2017. Mas, uma das principais dúvidas com relação a Cosip está mesmo na destinação deste recurso, ou seja, o que pode ser feito com esse dinheiro? Segundo nosso ordenamento jurídico, a contribuição pode ser destinada apenas às despesas com instalação e manutenção do serviço, e despesas como o investimento em melhorias e na ampliação não estão incluídos no conceito de custeio do serviço de iluminação pública. A Cosip não tem por objetivo imediato a prestação de serviços, mas a provisão do custeio, o que inclui, além da instalação e manutenção, a melhoria e expansão do sistema. 
Não é raro que as gerências do setor de iluminação pública aleguem que estes pontos acesos durante o dia estejam previstos no chamado “índice de acompanhamento”, que é de 3%, número considerado satisfatório pelos padrões internacionais, entretanto, o problema, segundo o engenheiro é justamente a falta de manutenção, ou seja, o descaso que custa caro. “Essa lâmpada, que não é barata, vai queimar mais rápido e essa perda que se vai ter ali, além da perda energética do consumo, vai se refletir certamente em algum custo maior para o serviço que a população paga de iluminação pública", explicou o engenheiro. “Alguém tem que tomar uma providência, porque é a gente que tá pagando isso daí, sai do bolso da gente isso daí”, desabafou. Os problemas envolvendo a falta de iluminação em Teresópolis são mais recorrentes em vários bairros, como já mostramos em centenas de reportagens, mas não são exclusividade no setor. “Tem sido uma constante, tenho observado vários postes nesta situação. Sem dúvidas o consumo desnecessário de energia elétrica residencial é um fator determinante para o aumento da tarifa que é repassada ao consumidor. No caso da iluminação pública, não é diferente, já que o cidadão é quem custeia, integralmente, a luz gerada por postes”, explica.

 

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Edição 23/11/2024
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