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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Família continua vivendo na lama e no esgoto

Prefeitura até hoje não solucionou problema da Rua Acre

No rastro dos prejuízos provocados pelas chuvas de verão, chama atenção o caso registrado no inicio de janeiro no número 435 da Rua Acre, em frente ao Ciep do Barroso. Problemas na rede de manilhas que servem de escoamento para águas das chuvas e que também recebe uma generosa dose de esgoto de várias residências da região levaram esgoto para dentro do terreno onde vivem duas famílias, totalizando 11 pessoas. O aparente colapso total das manilhas faz com que a situação se alterne entre água de chuva, quando ocorrem as intempéries, e o esgoto, que se acumula de forma insalubre. Embora algumas visitas já tenham sido feitas, nada foi resolvido oficialmente pelas autoridades, que se mantém na zona de conforto das promessas. Com a instabilidade político-administrativa atravessada pela cidade, o problema tende a se agravar.

O ambiente é insalubre. Dentro das duas casas do terreno, a água das chuvas se acumula no primeiro pavimento dos imóveis impedindo qualquer possibilidade de ocupação dos espaços. Cada chuva provoca novos alagamentos e prejuízos. Do lado de fora, uma água negra e mal cheirosa faz parte da rotina das famílias que moram ali. Entre os onze moradores, uma criança de 1 ano e 3 meses é a vítima predileta dos mosquitos, o que se comprova pelas inúmeras marcas de picadas principalmente nas pernas da criança. 

Uma das moradoras é Adriana de Paula. Em seu desabafo, ela diz que, embora conte com a solidariedade de muitas pessoas na doação de roupas e alimentos, o que ela mais deseja é que o problema nas manilhas seja resolvido para que a situação seja amenizada em casa. Ela detalha o problema que atinge sua família desde os primeiros dias do ano. “No dia 5 de janeiro veio a primeira chuva, mas não encheu tudo. Aos poucos, conforme chovia nos outros dias, a situação ia se agravando até que ficou tudo alagado. Nós identificamos o problema na galeria, já que a água não escorria. Minha cunhada foi na Secretaria de Serviços Públicos, disseram que viriam resolver e até hoje nada”, relata a moradora. Ela conta que uma obra começou ser feita, com máquinas públicas acessando a galeria pela rua debaixo, porém a obra está parada. “A gente continua nessa situação, a água de esgoto com esse cheiro insuportável e os mosquitos invadindo as casas. Minha neta de 1 ano e três meses está com a perninha toda picada de mosquitos. Minha nora está grávida e nem pode ficar aqui. Ninguém resolve nada, não oferecer qualquer assistência. Ninguém aparece pra ver se a gente precisa de alguma coisa. Minha casa está cheia de água, perdi todos os móveis. Isso nem o maior problema. A gente consegue de novo. O que queremos é a solução, que o problema seja resolvido. O resto é com a gente”, garante.

Adriana relata ainda que quando chove forte a família não tem sequer como entrar e sair de casa pelo acesso normal. “Temos que entrar pela casa do vizinho, pular uma cerca e entrar. É pra isso que pagamos impostos? A gente pede ajuda às pessoas que têm contato na Prefeitura, aos vereadores. Quem for entrar agora, que venha resolver essa situação. Comida e roupa a gente tem recebido de amigos e de pessoas que se preocupam com isso. Mas as autoridades não resolvem nada. Vem um, chega outro mas nada é feito”, lamenta.

De acordo com a dona de casa, sua família chegou a conseguir uma máquina retroescavadeira para que a prefeitura resolvesse o problema das maninhas, mas nem assim o quadro foi revertido. Uma ação teria sido impetrada pela Defensora Pública para que o serviço fosse realizado e o problema solucionado, mas nada acontece. Enquanto isso a família fica sem acesso à parte térrea do imóvel, sendo obrigada a conviver hora com a lama, hora com o esgoto. 

Como de costume, a Prefeitura foi consultada através de sua Assessoria de Comunicação para comentar ou justificar a situação da família. Da mesma forma, perguntamos sobre as obras que teriam sido iniciadas e que não foram concluídas para solução do problema nas manilhas. Porém, até o fechamento desta edição, nenhuma resposta foi enviada à redação.

 

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Edição 26/11/2024
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