Marcello Medeiros
Alunos, professores, corpo diretivo e pessoal de apoio da Escola Municipal Vera Pedrosa estão assustados e tristes devido ao resultado de ações criminosas seguidas nos últimos dias no estabelecimento de ensino localizada na Rua Charruas, no bairro do Meudon. Em menos de uma semana, bandidos arrombaram e furtaram o local por três vezes, levando uma televisão smart, computadores, caixas amplificadoras de som, microfones, pen drives e outros objetos. “Estamos acostumadas a só postar o trabalho lindo que fazemos para os nossos alunos, mas é com muita tristeza que comunicamos que a nossa escola foi furtada três vezes em uma só semana. Me pergunto como pode alguém roubar o que é de todos, o que é público?”, questionou uma das funcionárias do local em redes sociais. No dia seguinte a último ataque, parte do material foi recuperada após ação da própria comunidade, que identificou e deteve dois adolescentes até a chegada de uma viatura da Polícia Militar.
Porém, apesar de estarem de posse de boa parte dos objetos retirados criminosamente do estabelecimento de ensino nos últimos dias, nem tudo foi recuperado. Buscando o clamor da população e como incentivo aos homens do 30º BPM, estudantes escreveram a seguinte mensagem: "Queridos policiais. Nós, alunos do 2º ano, turma 203, da professora Fernanda, gostaríamos de agradecer por terem resgatado alguma das coisas que foram roubadas da nossa escola. Por favor, tem como vocês procurarem o que falta, principalmente a tv da sala de vídeo, onde vemos desenhos, filmes e passamos momentos legais e divertidos. Parabéns pela coragem de vocês e obrigado por tudo".
Quem compra também é vagabundo
O número de furtos é grande em Teresópolis, mas para onde vão parar produtos de todo o tipo retirados de residências e estabelecimentos comerciais, por exemplo? Os ladrões utilizam para mobiliar ou decorar suas residências? Não. Geralmente, tais criminosos revendem esses produtos com preço bem abaixo do mercado. E, mesmo sendo implícito o ato ilícito, muitas pessoas acham estar levando vantagem ao adquirir uma televisão que custa R$ 2 mil por R$ 100… Na verdade, quem comete tal ato é tão bandido quanto aquele que se deu ao trabalho de tomar o bem de outra pessoa. Aliás, a pena prevista no Código Penal Brasileiro para os receptadores é a mesma dos ladrões, de três anos de cadeia.
E ainda se baseando no que prevê a Lei, os que compram produtos de crime ainda podem terminar atrás das grades primeiro do que aqueles que praticaram o furto ou roubo. Caso o ladrão seja identificado fora do período de flagrante, prazo que depende do andamento da ocorrência, mas geralmente é curto, vai continuar em liberdade até julgamento. Já os que forem flagrados portando qualquer objeto de origem ilícita é levado imediatamente para o xadrez da 110ª Delegacia de Polícia, sendo posteriormente encaminhado para unidade prisional da Polinter, no Rio de Janeiro.
Outro ponto importante a ser observado é que a própria pessoa que incentivou a criminalidade comprando um produto de roubo ou furto amanhã pode ser vítima do mesmo ladrão. É um ciclo criminoso onde todos acabam perdendo, não somente a vítima daqueles que insistem em “ganhar a vida” sem precisar trabalhar.