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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Jacarandá x Prata dos Aredes em duas rodas

Teresópolis tem o título de Capital Nacional do Montanhismo, cujos motivos nem preciso relembrar aqui, mas bem que poderia se candidatar também a ser a "Capital Nacional da Pedalada" tamanha a quantidade de opções de passeios ou aventuras em duas rodas em nosso município. São muitas estradas terra, boas pistas de asfalto e trilhas que podem ser percorridas pelas bikes, além de locais onde é possível treinar para competições específicas, como o Vale da Lua, por exemplo.

Teresópolis tem o título de Capital Nacional do Montanhismo, cujos motivos nem preciso relembrar aqui, mas bem que poderia se candidatar também a ser a “Capital Nacional da Pedalada” tamanha a quantidade de opções de passeios ou aventuras em duas rodas em nosso município. São muitas estradas terra, boas pistas de asfalto e trilhas que podem ser percorridas pelas bikes, além de locais onde é possível treinar para competições específicas, como o Vale da Lua, por exemplo. Uma dessas interessantes possibilidades é o trajeto entre Jacarandá e Prata dos Aredes, no Terceiro Distrito, localidade de onde é possível ainda pedalar para outras bonitas regiões bem próximas, como Canoas e Varginha. Rios, cachoeiras e muito verde cercam os ciclistas, que precisam continuar focados no destino final para não se encantar demais e esquecer a hora de voltar…
Esse foi o “ciclopasseio” realizado pela turma do Centro Excursionista Teresopolitano no último fim de semana. Apesar de referência em montanhismo e escalada, o CET também tem incentivado a prática do ciclismo como uma boa opção para continuar em movimento durante todo o ano e não somente na chamada “temporada de montanhismo”. E, para quem conhece esses esportes, sabe que, apesar da necessidade de treinamento e equipamentos diferenciados para cada um deles, eles têm tudo a ver e se completam.
O início do pedal foi na sede do clube, na Várzea. Dali, seguimos em direção ao bairro do Meudon. Até o início da estrada do Jacarandá são 7,5 quilômetros. Nesse trecho final, após cruzar o bairro do Meudon, uma subida forte na Rua Tupi, a maior altimetria do percurso, até onde ficava uma antiga caixa d´água da comunidade e referência para a floresta que muitos anos depois viria a ser protegida pelo Parque Estadual dos Três Picos.

Entrando na floresta
Na primeira etapa, cruzando a zona urbana, extremamente ocupada e maltratada – por conta desse crescimento desordenado e pela péssima administração do município, a puxada é direta. Não há muito que ver ou perceber além do que já se encontra diariamente. Mas, lá no finalzinho da Rua Tupi, chegando a Estrada do Jacarandá, já é hora de “ligar as anteninhas”. Desse ponto, já se avista a Serra dos Órgãos. E, mais que isso, um ângulo extremamente incomum, do Garrafão à Agulha do Diabo, com destaque para a sua “unha”.
Mas bora pedalar. Na agora portaria do PETP, uma paradinha para se hidratar e começar a registrar a aventura. Um pequeno arranjo com bromélias e bancos feitos com troncos convida a ficar, mas o caminho a ser percorrido ainda é longo. Mas já é estrada de terra batida. Já estamos no meio da floresta de Mata Atlântica… O chão é diferente, o cheiro é atraente, o som é envolvente… Vida! 

E o caminho fecha
Continuando a descida pela antiga estrada do Jacarandá, uma parada próximo a um pequeno campo de futebol, que, “desde os tempos que me entendo por gente”, é utilizado pelo pessoal do Meudon e Coréia no lazer de fim de semana. E é ali, à esquerda, em um gramadinho, a entrada do caminho que levará até Prata dos Aredes.
Quando passei por lá pela primeira vez duas décadas atrás era uma pequena estrada. Hoje, por conta da intervenção da unidade de conservação ambiental e limitação de algumas atividades, virou uma trilha. Caminho fechado, esburacado, com várias canaletas formadas pela passagem da água e vegetação muito mais densa do que quando conheci… A não ser que a pessoa seja grande praticante de MTB ou modalidades derivadas, a dica é descer bem devagar, para evitar acidentes e também danos no ambiente. Hoje o espaço está mais fácil de ser percorrido por estar limitado aos caminhantes e ciclistas, mas mesmo assim é preciso ter cuidado.
A parte mais fechada, entre Jacarandá e Prata dos Aredes, tem um quilometro e meio. Apesar da inclinação do terreno a nosso favor, é impossível “passar batido” por esse trecho. Hora de escutar, enxergar e sentir melhor os aromas à nossa volta. O barulho da queda d´água, o canto de pássaros, o ranger dos troncos com a força do vento… Vida na essência! Mas bora continuar a pedalada, pois há muito a ser visto ainda. 

A “região de Canoas”
Após cruzar a floresta do Jacarandá, chegamos à localidade de Prata dos Aredes. Dali, em boa parte por estradas de terra batida, o ciclista pode seguir em direção a Albuquerque, retornando ao centro pela RJ-130, ou explorar toda a região. Apesar de Canoas ser mais conhecida, há divisões como a citada P.A. e Varginha. E, para qualquer lado que se vire a bicicleta e saia pedalando, há muito que se ver e se sentir. Mesmo com o crescimento dessas comunidades nos últimos anos, ainda é latente o jeitinho de interior e a gigante floresta do entorno abastece dezenas de cursos d´água, convidativos ao banho.
No nosso caso, seguimos em direção ao local conhecido como “represinha”, ideal para um refresco e recuperar as energias para o retorno. Até ali já haviam sido percorridos aproximadamente 20 quilômetros. Não somente nesse ponto, mas em vários locais é possível dar uma parada na bike e tomar um revigorante banho de rio. Outra boa possibilidade é seguir em direção ao Subaio, localidade que já fica na divisa com Cachoeiras de Macacu. Nesse caso, porém, a descida é muito técnica e a volta será muito mais difícil… Então, melhor pedalar somente até a entrada da trilha e retornar, deixando para conhecer a região caminhando apenas.

Longo percurso
Indo pelo Jacarandá, cruzando localidades como Prata dos Aredes, Canoas e Varginha e retornando ao Centro pela Teresópolis-Friburgo, o percurso fica em torno dos 50 quilômetros. A distância é grande, principalmente para aqueles que não estão habituados ao mundo em duas rodas. Por isso a dica é se preparar e começar com passeios menores, lembrando também de manter a manutenção da “magrela” em dia e levar algumas ferramentas e acessórios sobressalentes, como câmaras de ar, por exemplo.
Como citei no início, essa é apenas uma das muitas – muitas mesmo – opções de aventuras em duas rodas em Teresópolis. Dois dias depois desse pedal, inclusive, eu aproveitei a folga do trabalho para fazer o circuito Centro x Santa Rita, via Arrieiro, outra bonita região a ser visitada. Então, espero que esse texto seja um incentivo para começa a se movimentar e conhecer melhor nossa região.
Outra boa dica para conhecer esse esporte e seus adeptos é conversar com o pessoal das lojas especializadas do município, onde os adeptos do ciclismo estão sempre se encontrando para fazer a manutenção das bikes. Caso queira saber mais sobre as pedaladas do CET, as reuniões sociais do clube acontecem todas as quartas-feiras, a partir das 20h30, na loja da Sociedade Pró-Lactário, número 555 da Lúcio Meira, ao lado da ponte, na Várzea.

 

Atravessando a região entre Canoas, Prata dos Aredes e Varginha, onde há muito o que se ver e sentir

 

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Edição 22/11/2024
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