Marcello Medeiros
No último domingo, 18, a sede Santa Rita do Parque Natural Municipal Montanhas de Teresópolis, no Segundo Distrito, recebeu o evento “Um Dia no Parque”, quando as unidades de conservação ambiental abrem suas portas e realizam atividades cm o objetivo de estreitar ainda mais a relação com as comunidades do entorno. Além dos atrativos já consolidados e a beleza da região, quem visitou esse o núcleo do PNMMT pôde fazer compras em uma feirinha orgânica, comprar lembrancinhas com temas da região e admirar exposições fotográficas e sobre a história do montanhismo. Com um dia bonito, típico de Inverno, muitas famílias passaram o domingo no local. Para a direção do parque, esse foi mais um dia de comemoração pela alegria de poder trabalhar a conservação ambiental aliada ao uso público, além de apresentar o trabalho realizado pela instituição.
“É uma luta de muitos anos, então é gratificante ver um evento assim, com tantas famílias. Aos poucos estamos melhorando o parque e dando possibilidade maior ao visitante, com mais atrativos. Interessante também saber que o parque hoje desenvolveu não só a parte turística, como também a sua parte administrativa, com investimento em cada setor. Sempre tivemos uma brigada enxutinha e agora conseguimos ampliar um pouco mais, com setor de biodiversidade, clínica para atender animais do parque, para trabalho pesquisa, monitoramento da fauna local, um setor bem amplo com veterinários e biólogos, tem o setor de montanhismo indo de vento em popa… Aliás, se tudo der certo vamos reabrir o rapel e escalada na Tartaruga… É legal ver o parque se desenvolvendo, é um sonho pessoal e de toda essa equipe que é muito empenhada e dedicada”, relata o Gestor do PNMMT, Paulo Sérgio Bandeira.
Quem esteve em Santa Rita no domingo também ganhou mais um presente, a inauguração de uma nova trilha no parque municipal. Um pouco mais exigente que a do Jacu, e menor do que a trilha da Pedra da Alpina, o trajeto de pouco mais de um quilômetro permite aos mais atentos admirar diferentes aves. Por isso, ela recebeu o nome de Trilha do Tangará. “A trilha Tangará vem paralela a trilha do Jacu em uma região que temos observado muitas aves interessantes aqui, que até não tinha registro antes em Teresópolis, como o Falcão de peito laranja. Já tinha um traçado que estávamos pretendendo trabalhar para ter mais uma opção em Santa Rita, mas era preciso de uma obra de infraestrutura pesada. Aí a equipe do Bandeira fez uma ponte pênsil muito legal. Com isso, criamos um caminho onde conseguimos registrar 60 espécies de aves. Vamos ampliar esse programa de observação de aves em Teresópolis, iniciando a partir do interior do parque”, explica o Secretário Municipal de Meio Ambiente, Flávio Castro.
Ainda segundo ele, a publicação AdmirAVES, que destaca 100 das quase 300 espécies avistadas na unidade de conservação até 2020, irá ganhar uma nova versão. “Até ano passado eram 294 espécies registradas, sendo que no livro detalhamos 100 delas. Na publicação, com versão em inglês e português, a pessoa ainda pode ler um QR Code assistir um vídeo sobre a espécie. Agora estamos trabalhando um segundo livro, pois já passamos de 300 espécies. Vamos fala agora de forma regionalizada, mostrando cada espécie de acordo com a região do parque”, adianta.
Um borboletário é outro projeto em andamento no núcleo do interior. Para chegar até o local, existem dois acessos. O principal, e mais fácil, é via BR-116. A referência é a localidade de Holliday, pouco depois do Fischer e antes do posto da PRF em Três Córregos. Saindo da rodovia federal, há placas indicando o caminho até Santa Rita.
O Parque Municipal
Criado em 6 de julho de 2009, com uma área de 4.397 hectares, o Parque Natural Municipal Montanhas de Teresópolis é a maior unidade de conservação de proteção integral, criada por um município, do Estado do Rio de Janeiro. Abrange parcialmente alguns bairros e localidades, tais como: Campo Grande, Caleme, Posse, Salaco e Granja Florestal – na cidade, Santa Rita e Ponte Nova – no interior. Faz limite com Petrópolis e São José do Vale do Rio Preto. Possui em seu território uma imponente cadeia de montanhas, onde se destacam afloramentos rochosos como as pedras da Tartaruga, do Camelo e de Santana. A unidade de conservação também protege nascentes e importantes remanescentes florestais que abrigam significativas espécies da fauna e flora do bioma da Mata Atlântica na região. Atualmente a infraestrutura e os equipamentos necessários para a realização das atividades de visitação no parque estão concentradas em duas áreas: o Núcleo Pedra da Tartaruga e o Núcleo Santa Rita. Entre as atividades que podem ser realizadas estão caminhada, escalada, rapel, acampamento, lazer ao ar livre e observação de aves.