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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Roubo de cargas aumenta em 20% preços de alguns produtos

Associação de Supermercados alerta para problemas gerados por bandidos nas estradas

O roubo de cargas é um dos fatores de preocupação para o setor de varejo e tem provocado prejuízos e custos que chegam a ser repassados nos preços em até 20% de alguns produtos vendidos em supermercados. A informação é do presidente da Associação de Supermercados do Rio de Janeiro (Asserj), Fábio Queiroz, que participou esta semana do 1º Fórum de Prevenção de Perdas, organizado pela entidade. “Pelo aumento dos custos com seguro, com segurança armada, com frete que, para o Rio de Janeiro hoje é mais caro, com operações de logística. Isso tudo onerou e o consumidor já paga esta conta. Já está repassado no preço”, disse.

Além dos supermercados, o encontro reuniu representantes de diversos segmentos do varejo e serviu para discutir os principais tipos de perdas no varejo, como evitá-las e, com isso, melhorar o resultado até mesmo no preço final para o consumidor. Segundo o dirigente, os roubos de cargas no estado do Rio estão em fase de monitoramento do setor, que tem um reforço na segurança com a chegada de 300 militares da Força Nacional para diminuir os registros.

Crescimento de roubos
O gerente de Estudos de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Riley Rodrigues, disse, no encontro, os números da pesquisa feita pela entidade, que mostra que houve 97.786 roubos de cargas no Brasil entre 2011 e 2016, que geraram perda de R$ 6,1 bilhões.
Conforme a pesquisa, em 2016 foi registrado o maior crescimento de roubos de carga, alcançando 4.056 casos acima do que foi anotado no ano anterior. Conforme o estudo, o Rio com aumento de 2.637 casos, e São Paulo, com alta de 1.453 casos, puxaram o crescimento na comparação entre os dois anos. “A gente tem carretas roubadas de arroz, de feijão, de biscoito. Produtos que era inimaginável que seriam roubados. Cada vez mais é maior os produtos atingidos pelos roubos de cargas e cada vez mais o repasse em cima deles é maior, até mesmo em produtos de cesta básica”, disse. “A gente perde tudo. Só recupera o caminhão”.

Mudanças
Para combater o roubo de cargas, o varejo investe em mais escoltas armadas, em logística com alteração de rotas e de horários. De acordo com Queiroz, em decorrência dos roubos, as apólices de seguro encareceram e nem todas as seguradoras aceitam fazer contratos. “Tem que correr atrás de seguradoras que queiram segurar estas cargas, porque nem todas estão dispostas a assumir este risco. Mudamos a nossa rotina. Temos que trabalhar com estoques maiores com medo de não entregarem e haver o desabastecimento do produto”, disse.
Na visão do empresário, no Rio de Janeiro, os casos se agravaram após “o colapso econômico do estado”, que resultou em menos equipamentos para a polícia, salários atrasados e greves de agentes causando ainda a redução de registros nas delegacias durante os períodos de paralisação da categoria. Para o dirigente, a venda de produtos roubados tem despertado criminosos que veem nela mais uma fonte de renda. “Hoje virou uma das fontes de custeio do tráfico. É um crime que subsidia outros tão ruins quanto”, disse.

 

 

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Edição 23/11/2024
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