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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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No tempo das Liteiras

Quem visita Teresópolis hoje passando pela confortável e duplicada estrada BR-116 não tem ideia de como era a viagem duzentos anos atrás

Wanderley Peres

Quem visita Teresópolis hoje passando pela confortável e duplicada estrada BR-116 não tem ideia de como era a viagem duzentos anos atrás, ou sabe do tempo em que o percurso era feito com o uso de carruagens e liteiras, meio de transporte comum até o início do século passado, quando o trem chegou ao Alto, nos primeiros anos de 1900.

Embora o imaginário popular dê memória da liteira como um veículo puxado por escravos, utilização mais comum, ou específica das regiões de produção do café e de mineração de ouro, nas viagens através da Serra dos Órgãos, as liteiras eram carregadas por cavalos, um à frente do aparelho e outro atrás, orientados no caminho por um candeeiro. Era o veículo destinado às crianças menores ou de colo, e aos idosos e enfermos, seguindo os demais viajantes em cavalos, e quase sempre em caravanas visando reduzir os riscos e facilitar em caso de imprevistos comuns a empreitada que era a locomoção das famílias entre pontos “tão distantes” como o Rio de Janeiro e Teresópolis, ou Petrópolis e Nova Friburgo.

Nas viagens a Teresópolis, as liteiras eram usadas quase apenas na serra, a partir de Barreira ou Guapimirim. Do cais Pharoux até Piedade, o passeio era feito em barcos, e de Piedade ao pé da Serra, eram utilizadas as carroças, ou carruagens de aluguel, além dos cavalos de monta e mulas de carga. Tudo isso mudou com a chegada do trem, a partir de 1896, meio de transporte que também acabaria no ano de 1957, quando em 9 de março o trenzinho da EFT fez sua última viagem.

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Edição 23/11/2024
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