Prefeitura diz que vão instalar caçamba no local e pede colaboração da população
Na semana passada a prefeitura anunciou a ampliação do principal cemitério do município, o Carlinda Berlim, mais conhecido como Caingá, com a construção de 1032 novas gavetas mortuárias. Porém, caso outra intervenção não seja realizada a tempo, quando tais espaços passarem a ser utilizados pelos teresopolitanos pode ser gerada uma situação no mínimo constrangedora – para não focar somente na falta de respeito com os que se forem e seus familiares: em frente a nova quadra de gavetas existe um “lixão clandestino”, um ponto de descarte de resíduos do bairro vizinho, a Fonte Santa, que ao lado dos locais construídos para sepultamentos acumula todo o tipo de detrito. Indignada, uma contribuinte entrou em contato com a nossa redação. “Essa vergonha não é de hoje, mas fica pior a cada dia. Agora, com a construção de gavetas nesse ponto específico do cemitério, fica ainda pior. É uma total falta de respeito com os mortos. Até restos de obra estão despejando por aqui”, pontuou Clarisse Alves através do nosso Whatsapp (2742-9977).
Nesta terça-feira, 08, cobramos um posicionamento do governo Vinicius Claussen. Em nota, divulgada pela Assessoria de Comunicação da Prefeitura, foi destacado o seguinte: “A Secretaria de Serviços Públicos informa que a empresa contratada pela Prefeitura mantém coleta de lixo domiciliar regular no local e que em breve colocará uma caçamba naquela região, para melhor organizar o descarte do lixo. Sobre restos de móveis e entulho de obras, o descarte é de responsabilidade do contribuinte. A Secretaria esclarece ainda que tais entulhos não são provenientes da obra de construção das gavetas mortuárias no Cemitério Municipal, visto que tal obra utiliza concreto pré-moldado”.
As obras no Caingá
Estão em andamento as obras de construção de 1032 novas gavetas mortuárias para ampliar a disponibilidade de vagas no Cemitério Municipal Carlinda Berlim, mais conhecido como Caingá, no bairro da Prata. O sistema, que já operava em seu limite em razão dos sepultamentos das vítimas da tragédia ambiental de 2011, teve necessidade de ser readaptado por conta da pandemia de Covid-19, que gerou uma demanda em curto período que os nove cemitérios municipais de Teresópolis não tinham, como aconteceu em todo o país. “Há mais de 10 anos o cemitério Carlinda Berlim não recebia investimentos para sua ampliação. Nossa expectativa é que o número de novas gavetas atenda à demanda prevista para o município dentro do quadro de normalidade, ainda com excedente para casos excepcionais”, destaca o Prefeito Vinicius Claussen.
O trabalho é feito por empresa contratada pela Prefeitura, por licitação, seguindo as normas técnicas e ambientais vigentes, e consta de quatro blocos, numa área de aproximadamente 1240m². O prazo de conclusão é de até 120 dias. Serão feitas entregas parciais, por lotes de gavetas, para atender a população. As unidades são dispostas em nichos com três níveis, executados sobre radiers de concreto protentido. Os nichos serão executados em concreto pré-moldado, inclusive, suas lajes também serão em concreto pré-moldado com caimento, para que a água não fique acumulada. “O processo construtivo inclui a utilização do inativador de gases, equipamento a vácuo que faz com que o necrochorume fique em estado gasoso, neutralizando o gás proveniente da decomposição. Isso evita o uso de reservatórios específicos para captação de necrochorume e reduz a chance de contaminação por esse material”, explica o secretário municipal de Obras, engenheiro Ricardo Pereira.
Foto: Leitor Repórter
O descarte irregular e criminoso de lixo já seria vergonhoso por si só, mas a situação é ainda pior com a falta de respeito aos mortos