Pela terceira vez, em pouco mais de um ano, a Polícia Militar “estourou” uma espécie de bingo clandestino escondido nos fundos de um bar no populoso Bairro de São Pedro. Intensificado o enfrentamento aos crimes de contravenção penal, os agentes da Polícia Reservada (P2) estiveram no local onde, segundo denúncias passadas ao quartel, criminosos do Rio de Janeiro teriam reposto as máquinas de caça-níqueis apreendidas em março passado pela própria PM. Para chegar até o local da jogatina irregular, os agentes de segurança fizeram o mesmo caminho dos clientes: é preciso atravessar a cozinha do bar para chegar a uma sala nos fundos, onde ficam as maquinetas ilícitas. Havia quatro equipamentos, apreendidos e encaminhados para a 110ª Delegacia de Polícia. Também foi recolhida a quantia de R$ 80. Também nesta terça-feira, 17, outras ações foram realizadas com o mesmo intuito. O outro flagrante foi realizado em um bar no Espanhol.
Tal prática de contravenção penal relacionada a jogos de azar tem ligação com o “jogo do bicho”. Os comerciantes foram autuados e liberados para responder ao processo criminal, visto que não há prisão em flagrante para tal delito. As máquinas ficaram apreendidas e terão o sistema de funcionamento desmontado. A exploração de jogos de azar está tipificada como contravenção penal há aproximadamente 80 anos, podendo render ao contraventor detenção e/ou aplicação de multa.
Até político no jogo
Em 2008, autoridades policiais da cidade precisaram responder na Justiça por formação de quadrilha de contraventores que exploravam jogos de azar. Treze pessoas foram acusadas de envolvimento no grupo criminoso, entre elas um policial civil e um policial militar, todos lotados em Teresópolis. Segundo o Ministério Público Federal, na ocasião os envolvidos responderam também por crimes como corrupção, contrabando e ganhos ilícitos com fraudes. A estimativa do MPF era que a quadrilha movimentava na época cerca de R$ 300 mil por semana.
Em 2012, a Polícia Civil do Rio deflagrou uma operação para prender os chamados “chefões” da contravenção e pessoas envolvidas com uma série de crimes, entre eles um dos políticos mais influentes de Teresópolis à época. A operação, chamada de “Dedo de Deus”, em referência à investigação no município, prendeu 17 acusados na Região Serrana e 11 na Baixada Fluminense. As investigações foram conduzidas pela Corregedoria Interna da Polícia Civil (Coinpol) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado do Rio. Na ocasião, a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro destruiu duas mil e 900 máquinas caça-níqueis.