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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Aumento de consumo de crack em Teresópolis preocupa autoridades

Delegado alerta para o crescimento do número de apreensões e crimes relacionados a esse tipo de droga

Luiz Bandeira

Na última quarta-feira, 08, em uma operação deflagrada a partir de informações obtidas pelo Serviço de Inteligência do 30º BPM, policiais militares apreenderam 2.334 pedras de crack que abasteceriam o tráfico da drogas no bairro do Rosário. Uma mulher foi presa. Além desse grande volume, importante frisar que vem se tornado rotina a apreensão dessa droga em operações de combate ao narcotráfico realizadas pela polícia em Teresópolis. Há pouco tempo o crack só era encontrado nos grandes centros urbanos, porém traficantes locais começam a introduzir esse subproduto da cocaína entre usuários dependentes de outros entorpecentes, que acabam vítimas dos efeitos devastadores da droga, causadora de dependência em mais de 90% das pessoas que a experimentam.
Na semana passada, autoridades jurídicas e da área de segurança que atuam em Teresópolis participaram de um evento promovido pela Juíza titular da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso, Dra. Vânia Gonçalves, para encontrar soluções que possam deter o avanço no comércio de crack em Teresópolis. O Delegado Titular da 110ª DP, Marcio Mendonça Dubugras, destacou que o índice de criminalidade na cidade é baixo, mas afirmou também que a chegada desse entorpecente é uma preocupação. “A gente percebeu que a partir de janeiro deste ano aumentou muito as apreensões de crack em Teresópolis. Não era comum as apreensões de crack na região, isso começou a nos preocupar, porque é uma droga com efeitos altamente prejudiciais. São efeitos que causam problemas mentais, problemas físicos e trazem problemas pra região. Nossa preocupação em relação a isso é a gente se antecipar a questões que possam gerar efeitos pra cidade em termo do aumento da violência. Normalmente quando o crack chega ele causa uma dependência em centenas de pessoas, porque a dependência do crack, que é uma cocaína com várias misturas e por ser mais barata, causa uma dependência de 90% à 95%”, explica a autoridade policial.

Saúde pública
A saúde pública é diretamente afetada com a disseminação do consumo de crack na população, como revela o delegado Márcio. “Isso gera problemas, principalmente na questão de saúde da região, porque isso gera um colapso dentro do sistema de saúde do município ou do estado, porque tratar de um dependente de crack é muito complicado, além disso o aumento da violência ocorre porque essas pessoas se tornam dependente e começam a cometer crimes pra sustentar o vício”, alerta o policial.

Lares destruídos
As famílias das pessoas que sofrem os efeitos do consumo do crack são as primeiras vítimas dos seus crimes, porém não são os únicos alvos e todos que convivem com o dependente de crack acabam correndo risco. “Então eles começam a agredir familiares, começam a exercer roubos, a gente percebe um aumento nas regiões de maior movimento em que se rouba com facas, se rouba com caco de vidro. O crack é uma droga muito mais barata e que gera um efeito de dependência muito maior. Você vê nas pessoas dependentes que elas praticamente não sabem o quê estão fazendo, perdem o controle dos seus atos, elas vivem simplesmente pra usar drogas, elas não comem, não bebem, elas não se alimentam direito e elas ficam totalmente alienadas aos seus atos por causa dos efeitos maléficos que essa droga tem”, descreve Dr. Márcio Dubugras.

Apreensão de 2334 pedras de crack que iria abastecer o tráfico da droga no Rosário

União no enfrentamento
Todos os participantes do encontro promovido pela Juíza Vânia Gonçalves foram uníssonos em reconhecer que o crack é uma preocupação real, que demanda ações coordenadas e em conjunto de todos os atores da segurança pública, meio jurídico e saúde mental, a fim de conter o avanço da droga na cidade e suas consequências. O titular da 110ª DP disse ainda que as forças de segurança, de acordo com a lei e com o apoio da justiça atuantes no município, vêm trabalhando para conter o avanço da droga “se antecipando a essa situação a gente, juntamente com a PM e a Guarda Municipal, tem várias reuniões nesse sentido. Recentemente nós fizemos uma reunião com o judiciário e foi demonstrado pra eles o problema e eles estão muito preocupados também com isso. Ficou definido, por exemplo, que quem for preso por tráfico de crack vai ter uma dosimetria maior na pena, ou seja, ele vai ter uma pena maior de condenação e vai ficar mais tempo preso. Por causa desse problema da droga, o tratamento que a justiça vai dar a um traficante de crack, vai ser diferente de um traficante de outra droga, porque se sabe que isso gera um mal pra sociedade”.
O delegado revelou ainda que novas reuniões irão definir outras ações no combate às drogas. “Foi uma primeira reunião que foi feita ainda vai se definir outras ações, mas é importante que as pessoas saibam que quem trabalha aqui em Teresópolis, juízes, promotores, as forças de segurança, essas pessoas moram aqui, então elas têm a preocupação, porque muitos deles vieram do Rio de Janeiro em busca de um lugar mais tranquilo. Quando você tem a notícia que o crack chega à uma região, todos ficam sensibilizados. Então eu acredito que o judiciário vai ajudar bastante a gente no Sentido de combater isso e evitar que o crime ‘volte pro asfalto’ e comece a atingir as pessoas de bem”, pontuou Dr. Márcio Dubugras.

Edição 22/11/2024
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