Wanderley Peres
Parcialmente destruído num incêndio criminoso, o Abrigo Beneficente Sopão, ao lado da UPA, na Tenente Luiz Meirelles, está fechado ao público desde o último 16 de julho. Enquanto o espaço não é recuperado, o atendimento à população de rua vem sendo feito numa tenta colocada em frente aos escombros do prédio, onde a secretaria de Desenvolvimento Social serve cerca de 120 refeições feitas na cantina do ginásio Pedrão, onde por algum tempo os doze acolhidos ficaram abrigados até se mudarem para o CRAS Barroso, na Rua Pará, no bairro São Pedro.
Dois dias depois do ocorrido com o prédio, uma reunião com o representante da Associação Sopão e entes do governo municipal, discutiu soluções para a reconstrução do espaço, conforme informado pelo DIÁRIO no dia 19. Cinco meses passados já, e nada ainda foi feito, se perdendo a prefeitura em confusões com a antiga gestão do Sopão, por conta de supostas irregularidades na utilização dos repasses feitos à entidade e na própria incompetência de reformar o espaço com razoável brevidade.
Quando já deveria ter dado solução ao problema, em prazo suficiente para a recuperação do espaço, um mês e pouco depois do incêndio, a prefeitura resolveu punir a associação Sopão, promovendo, em 29 de agosto, o seu descredenciamento junto à secretaria municipal de Desenvolvimento Social, ao não promover a renovação anual do registro das instituições da assistência social. O documento obrigatório para convênios, exigido pela resolução 16 de 2015 do Conselho Municipal de Assistência Social, estaria em exigência, situação que não se resolveu porque a entidade não teria mais o título de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, desde fevereiro de 2020, fato que o governo não saberia, e condição que impossibilitaria o projeto Sopão receber verbas públicas e prestar serviços na área de assistência Social. “Nunca foi desejo da Prefeitura acabar com o serviço prestado pela Associação Abrigo Sopão, tendo em vista toda a sua história e seu legado, construídos pelos quase 30 anos de atuação da mesma, mas o município não poderia ficar omisso em relação às inúmeras irregularidades que se estendem desde o ano de 2020 e precisou respeitar as deliberações do Conselho Municipal de Assistência Social, soberano em suas decisões”, disse o secretário Valdek à época, quando a prefeitura anunciou a construção de um “Novo Sopão, com restaurante popular, ampliando a atuação social, atendendo não somente a população em situação de rua, como o trabalhador. Além disso, será implantado no local um Centro POP, um espaço de referência para o convívio grupal, social e o desenvolvimento de relações de afetividade, respeito e solidariedade”, prometeu o prefeito.
Sobre o “Novo Sopão”, já denominado AMAterê, “Abrigo Municipal de Acolhimento de Teresópolis”, a prefeitura diz que está providenciando a compra de materiais que serão utilizados na reconstrução do prédio e das instalações novas. “Já temos 50% do material, mas ainda falta o término do processo de licitação para compra do restante. Estamos também procedendo o chamamento público para uma instituição que possa auxiliar o município na gestão do Abrigo Municipal de Acolhimento. Isto facilitará o acolhimento e garantirá a utilização do espaço como Casa de Passagem, ou seja, será um abrigo de acolhimento provisório, visto que o principal objetivo da Assistência Social é adotar as providências para que a População em Situação de Rua, retorne ao convívio familiar”, disse a O DIÁRIO o secretário Valdeck Amaral, prometendo a obra pronta para março do ano que vem.