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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Dia das Mulheres, de Teresópolis

O Dia Internacional da Mulher é data, então, para reverenciarmos a memória das mulheres que foram relevantes em seu tempo, agradando ainda, merecidamente, aquelas que fazem a diferença nos dias atuais.

Wanderley Peres

Data que remete à importância das mulheres na sociedade e a história das conquistas dos seus direitos, o Dia Internacional da Mulher, que ocorre em 8 de março no mundo inteiro, tem origem nos eventos de lutas das mulheres que aconteceram mundo afora no início do século passado, todos pedindo redução da jornada de trabalho, melhores salários e outros direitos, como o do voto, que no Brasil tem apenas 90 anos, criado em 1932 com a instituição da Justiça Eleitoral.

Além do 8 de março, outras datas também comemoram as mulheres: em 5 de setembro, em homenagem à mulher quéchua Bartolina Sisa, esquartejada durante a rebelião anticolonial na Bolívia; o 25 de novembro, “de Combate à Violência contra a Mulher”, pelo assassinato das revolucionárias dominicanas Irmãs Mirabal e o 25 de julho, “de Tereza de Benguela e da Mulher Negra”, data que homenageia a líder quilombola que viveu no Brasil no século XVIII.

Matéria no DIÁRIO, edição do final de semana, mostrou que as mulheres continuam se destacando entre nós, em diversas áreas, como no turismo, lembrando a jornalista Nina Benedito, também mulher de destaque, na imprensa, a guia de turismo Juliana Rocha; a secretária e empresária Elizabeth Mazzi; a presidente do polo gastronômico de Teresópolis, Vânia Baddini; a coordenadora da Rota Cervejeira RJ, Ana Pampillón, e a atriz Estefane Lucas, que dá vida a Teresa Cristina, mãe dos pobres, imperatriz do Brasil que emprestou seu nome à nossa cidade. Dá um livro uma pesquisa aprofundada desse tema e lembrar as cidadãs ilustres é um estímulo à memória municipal, que tanto ignorou os feitos das mulheres, basta notar que as homenagens oficiais da municipalidade preferem os homens, bem mais de 90%.

Primeiros bairros a serem criados em Teresópolis, se somando aos outros 47 existentes na zona urbana, formando o primeiro distrito do município, a cidade de Teresópolis, Várzea e Alto têm 105 logradouros, apenas 7 destes com nomes de mulheres: ruas Carmelita, Alice Quintela Regadas e Gabriela Oliveira e vilas Maria e Marina; na Várzea e, no Alto, apenas a rua Olga de Oliveira, esposa do jurista João de Oliveira, doadores da Fonte Judith à municipalidade.

O Dia Internacional da Mulher é data, então, para reverenciarmos a memória das mulheres que foram relevantes em seu tempo, agradando ainda, merecidamente, aquelas que fazem a diferença nos dias atuais. E, em Teresópolis, temos dezenas, centenas de ilustres teresopolitanas a serem lembradas. Numa breve pesquisa, observamos uma dúzia de mulheres que se destacaram em diversos setores, e por isso foram homenageadas pela municipalidade. Vale conferir quem foram essas mulheres de destaque, a quem rendemos em seus nomes homenagem às demais no seu dia.

ACLIMEA DE OLIVEIRA NASCIMENTO. Professora da rede municipal, esposa de Eduardinho Nascimento, pais do ex-deputado Paulinho Nascimento. Nome da escola do Tiro de Guerra.

CARLINDA BERLIM. Empresária do ramo funerário, de família voltada para o importante serviço em Teresópolis, é filha de Glória e Américo Berlim. Nome do Cemitério Municipal.

FLORIPES LANGONI FERRO. Professora. Esposa do jornalista Renato Ferro. Nome de escola construída nas Paineiras pelo filho, e doada à municipalidade.

MERY FERES DE SOUZA. Professora da rede estadual e particular, muito respeitada pela sua dedicação ao ensino. Foi dado a ela, inicialmente, o nome do Colégio Estadual Edmundo Bittencourt, que ajudou a implantar, homenagem que foi substituída durante o período militar.

ALICE QUINTELA REGADAS. Esposa de José Joaquim de Araújo Regadas. Nome de rua na Várzea, logradouro próximo ao Parque Regadas, que homenageia o marido, Alice Quintella Regadas foi uma das pessoas mais relevantes na criação do Hospital São José.

INÊS JOAQUINA. Juíza de Menores em Teresópolis, de saudosa memória pelo tanto que fez e a rigidez que tinha com a educação e o cuidado das crianças. Foi dado a ela o nome da sede do CRIAM, na Fonte Santa e, ainda, o novo nome da antiga rua Guarei, no bairro de Fátima.

CARMEN GOMES. Cantora lírica, irmã do ex-presidente da Academia Teresopolitana de Letras, Jim Barbosa, Carmen Gomes é tia do Brigadeiro Eduardo Gomes, que disputou a presidência da República em 1945 e em 1950, perdendo a eleição para Gaspar Dutra e, depois, para Getúlio Vargas.

VIRGÍNIA JAHARA. Casada com o comerciante Rage João Jahara, pais do ex-prefeito Pedro Rage Jahara, e ainda Saline, Antônio, Olga, Otília, Regina e o ex-combatente Victor Jahara. Dá nome a modesta pracinha no bairro Jardim Europa, próxima ao colégio Carmo.

BELKIS MORGADO. Professora do CEM, CEEB, Carmo, São Paulo e do antigo Teresa Cristina, autora de diversos livros, a poetisa Belkis Morgado dá nome a colégio no bairro São Pedro. Foi diretora da Casa de Cultura e membro do Conselho Municipal de Cultura.

HERMÍNIA JOSETTI. Nome de escola no bairro da Tijuca, Hermínia Josetti é esposa do benemérico Artur Josetti, industrial de descedência alemã que construiu e doou à cidade diversas escolas para a rede municipal, nos bairros da Tijuca e da Posse.

DONA TATANA, Margarida Lorent Lesconzeres, é nome de rua no bairro Bom Retiro, homenagem feita pela municipalidade à matriarca da família Meirelles, esposa de Eduardo Meirelles Sobrinho, que fundou em 1902 o primeiro jornal do município, Thresopolitano.

MARIA CORINA. Parteira em Teresópolis, mãe da enfermeira Helena Turl, que até seus últimos dias de vida cumpriu a missão que escolheu, se espelhando no trabalho da mãe. Por escolha dos moradores da Barra do Imbuí, foi dado à ilustre teresopolitana o nome da praça do bairro.

NILZA CHIAPETA FADIGAS. Nome de rua na Várzea que se chamava Cotinguiba. É filha de Zé Chiapeta e Dulce, da loja Carrapeta, empresa que assumiu ainda adolescente, hoje sob os cuidados dos seus sobrinhos. Esposa de Ivo, pais de Paula e Marcela, avós de Helena e Maria Cecília e Manuela e Alexandre.

OLGA DE OLIVEIRA. Esposa do jurista e acadêmico João de Oliveira Filho, da Academia Teresopolitana de Letras, intelectual que se apaixonou por Teresópolis nos anos 1960, Olga de Oliveira é nome de rua onde fica a Fonte Judith, que o casal doou à municipalidade.

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Edição 22/11/2024
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