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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Mototaxistas cobram regulamentação do serviço em Teresópolis

Grupo tenta abrir nova conversa com o governo municipal para buscar a liberação

Utilizando cartazes com a frase “nos deixem trabalhar” e camisas com a mensagem “não somos marginais”, um grupo de pessoas que trabalha com o serviço de mototaxista em Teresópolis, após realizar cadastro em um famoso aplicativo de transporte de passageiros, realizou uma manifestação pacífica em frente ao Palácio Teresa Cristina, sede da prefeitura, na tarde desta quarta-feira, 08. O objetivo foi tentar reunião com o prefeito Vinicius Claussen, ou algum representante do governo municipal, para tratar da regularização da prestação do serviço em Teresópolis. Como não existe regulamentação para tal tipo de transporte particular de passageiros, a secretaria municipal de Segurança Pública tem realizado ações de fiscalização e apreensão de motocicletas. Na última terça-feira, 07, um rapaz que fazia a condução de uma pessoa na Várzea foi detido e encaminhado para a 110ª Delegacia de Polícia, sendo autuado por exercício ilegal da profissão e tendo a motocicleta apreendida e encaminhada para o depósito público municipal. Tal situação foi o principal motivador para a manifestação desta quarta.
Nossa reportagem conversou com os mototaxistas, que expuseram suas dificuldades e a intenção de prestar o serviço de maneira legal, além de questionar o encaminhamento para unidade policial. “Viemos aqui tentar uma resposta sobre o ocorrido, sobre um mototaxista conduzido para a 110ª DP e autuado por exercício irregular da profissão. Importante que desde que fomos informados que o serviço (que passou a ser oferecido pelo famoso aplicativo) estava funcionando irregular, estamos tentando contato, diálogo com o executivo e legislativo para trabalhar certinho, assim achamos essa medida muito extrema. O fato é que não é algo escondido, já tivemos reunião com o prefeito, com a secretaria de Governo, de Segurança Pública, com vereadores, para tentar, dentro do possível, essa regulamentação. Não dá para entender toda essa repressão para evitar regularizar, tanta burocracia. Não queremos nos esconder ou ficar sendo presos, como aconteceu”, pontuou Erick Maia. “Todo mundo aqui anda certinho, tem habilitação, a moto com documentação paga, e precisamos de uma resposta, uma liberação mesmo que seja provisória para que a gente possa continuar trabalhando. Não temos outra fonte de renda e o usuário quer continuar sendo atendido”, completou.
Outro mototaxista, Paulo Cesar da Silva Dias frisou a dificuldade dos condutores profissionais de motocicleta conseguirem o sustento em outro setor, como o de alimentação por aplicativo, que por cobrar altas taxas tem inclusive deixado de ser opção dos próprios comerciantes, e que as pessoas que fazem partem desse grupo que cobra uma regulamentação andam com a situação documental em dia. Aqueles que insistem em utilizar motos sem placa e não possuem CNH, por exemplo, não representam essa categoria, segundo ele.
“Estamos lutando na Câmara, na Prefeitura, na mídia, temos grande apoio da população e uma aceitação absurda. Mas infelizmente a resposta que tivemos agora é que somos oficialmente marginais, se flagrados tentando o pão de cada dia sendo levados para a DP. Isso é desumano, não estamos atrasando a vida de ninguém. Estão pegando exclusivamente mototaxi, mas não vemos pegando moto sem placa, sem retrovisor, não vejo isso e estou todo dia na rua. Provavelmente a gente mexeu no bolso de alguém. Mas não tem prefeito, político, ninguém que vai levar o nosso pão para dentro de casa. Sabemos que tem lei federal, municipal, que a moto pode ser apreendida se flagrada em atividade irregular, mas não queremos ser conduzidos para a DP como marginais”, destacou.

Utilizando cartazes com a frase “nos deixem trabalhar” e camisas com a mensagem “não somos marginais”, grupo cobrou novamente posicionamento do governo municipal

Posicionamentos
Até o fechamento desta edição a prefeitura não havia se pronunciado oficialmente sobre tal manifestação. No horário que o grupo estava na PMT, prefeito e alguns secretários participavam de evento no bairro de São Pedro. Dessa forma, o grupo se dirigiu para o Cerom e foi recebido pelo prefeito Vinicius Claussen. Em relação à empresa de transporte por aplicativo que passou a oferecer o serviço em Teresópolis em setembro do ano passado, mesmo sem tal regulamentação, a assessoria de comunicação entrou em contato com o Diário no final da tarde e prometeu se posicionar sobre o assunto – além de reclamações de dificuldade de contato dos próprios cadastrados – até meados desta quinta-feira.

Sobre o caso da delegacia
O comandante da Guarda Civil Municipal e subsecretário de Segurança Pública, Gil Wellington, esteve na tarde desta terça-feira na 110ª Delegacia de Polícia e falou com a reportagem do Diário sobre o caso. “Foi até uma ocorrência do próprio secretário de Segurança, Marcos Antônio da Luz, ele chamou o ROMU que o conduziram o motociclista a 110 DP. Ele identificou tanto o passageiro quanto o rapaz que estava na moto prestando o serviço irregular de transporte de passageiros por aplicativo”, informou Gil. “A gente vê nas redes sociais o pessoal dizendo que estamos pegando trabalhador. Mas esquecem que esse serviço é irregular na cidade, que os motociclistas façam suas manifestações pacíficas para regulamentar, a gente não é contra, mas enquanto estiver irregular no município, por vários questões, nós não vamos permitir”, completou.

Na última terça-feira, 07, um rapaz que fazia a condução de uma pessoa na Várzea foi detido e encaminhado para a DP, sendo autuado por exercício ilegal da profissão e tendo a motocicleta apreendida e encaminhada para o depósito público municipal

Novas operações
O comandante da GCM alertou também que as operações vão ser intensificadas para coibir a atividade. “Estive agora no gabinete do secretário Da Luz que determinou que a fiscalização vai continuar firme. Pedimos apoio ao Comandante do 30º BPM, Coronel Soliva, para que nessa semana mesmo, possamos continuar ferrenhos na fiscalização, até que se regulamente a atividade. Depois que se regulamentar vai ter direito, mas hoje não é regulamentado, não adianta insistir e cabe a GCM e a prefeitura através da Secretaria de Segurança fiscalizar, não só o moto taxi, como Uber também de outra cidade. A Guarda não faz só isso, ela fiscaliza carros irregulares, inabilitados, veículos que andam de forma irregular dentro da cidade. Fica o recado: se regulamente porque a fiscalização vai apertar”, alerta Gil Wellington.


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Edição 22/11/2024
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