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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Teresópolis: “Hoje o servidor vai ganhar um salário menor do que no ano passado”

SINDPMT alega que perda poderia ter sido amenizada por recomposição salarial

Luiz Bandeira

Na sessão da Câmara desta última quinta-feira, 16, entrou em votação o Projeto de Lei que reajusta para 14% o desconto em folha dos servidores públicos municipais ao regime próprio de previdência, Tereprev. O projeto recebeu votação favorável da maioria dos vereadores, contrário apenas dois deles. Com a aprovação, o SINDPMT se movimenta agora para manifestar insatisfação com o que considera uma redução do valor recebido pelo servidor no final do mês. O jornal O Diário e Diário TV foi esteve na sede do sindicato para conversar com a presidente Kátia Borges, que manifestou a nossa reportagem certa indignação pela falta de apoio em favor do servidor municipal. “A gente esteve duas outras vezes na sessão na Câmara, conseguimos vista e em função disso, demos uma adiada, esse projeto já vem sendo adiado há mais de um ano, é um projeto que é obrigatório, uma lei federal, tem que ter esse reajuste no nosso regime próprio no Tereprev. A gente sai de 11% hoje para 14% e o patronal sai de 15% para 20%. Só que a gente precisava – e a gente já vinha falando isso desde o início – que fosse feita uma recomposição para não ter perda, que foi isso que aconteceu. A gente acabou tendo perda diante do reajuste, da revisão geral que o prefeito deu no início do ano e que é isso que a gente vai buscar agora essa perda, que a gente poderia ter feito ela lá no início, que é isso que a gente ia conversar, inclusive ele (prefeito) cancelou a reunião. O legislativo votou mesmo a gente estando lá e pedindo para que não fosse votado, então a gente não teve oportunidade de fazer exatamente essa discussão, de mostrar que a gente perde 3% e precisava ganhar esses 3% pra não ter perda no salário, hoje o servidor vai ganhar um salário menor do que no ano passado”, lamenta Kátia Borges.
Segundo a sindicalista, as outras categorias poderiam receber os mesmo índices dados ao magistério. “O magistério ganhou os 5,33% da revisão geral mais os 6, 60% pra ficar no mínimo indicado hoje para o professor, por lei. Vai ter uma perda menor, vai ter também, mas vai ser menor, que era isso que a gente queria quando a gente pedia os 6,60% também pras demais categorias. Não existe essa divisão, eu sou professora, a gente gostaria que fosse para todos, porque a gente entende que a gente ia perder. A gente tem aí pela frente o aumento do salário mínimo em maio, então o servidor já perde esse aumento, mais esse aumento do regime próprio do Tereprev, então na verdade o servidor não teve revisão nenhuma esse ano, não vai ter o ganho da revisão, o ganho real no salário, tudo aumentou e você não vai ter. Esse 6,60% que foi dado para o magistério, que deveria ser muito mais, pois é o que a gente pede de valorização do servidor, mas ai pelo menos recompor tudo aí que a gente vai perder nesse caminho, mas infelizmente a gente não teve oportunidade nem de sentar pra discutir isso”, reclamou a presidente do sindicato dos servidores municipais.

Falta de apoio da Câmara
Kátia Borges disse ainda que não houve por parte do legislativo municipal apoio para debater a questão com o sindicato. “A gente sempre teve uma boa relação com o legislativo, o nosso pedido é que não fosse feito nada ilegal, mas que passasse pelo sindicato, esse texto desse projeto de lei precisava de vários ajustes no corpo do texto e não passou pelo nosso jurídico, a gente não teve oportunidade de estar com ele em nossas mãos, não nos foi avisado. Inclusive a gente estava em passeio com os aposentados, não nos foi avisado que teria a votação. Infelizmente a gente não pôde debater, discutir, sentar pra ver uma situação tão importante. Mexe na vida de tantos servidores, hoje mesmo eu já recebi pedido de cesta básica e eles não tiveram o devido cuidado de olhar, como também no início do ano não tiveram o devido cuidado. Uma coisa que tem incomodado muito o servidor, a gente vê ainda vereadores tentando lutar e buscar uma discussão em cima disso, mas são minoria hoje”.
A presidente lembrou ainda que alguns dos vereadores um dia foram servidores de carreira. “A gente tem servidor de carreira sentado ali, servidor que passou anos sentado ali na prefeitura e também não fez a discussão, é o calar, votar calado é nem se levantar pra discutir em prol do servidor. Então hoje o servidor já sabe que a gente não tem só o executivo contra a gente, a câmara também tem se mostrado contra o servidor, tem apresentado isso desde de janeiro, alguns vereadores têm se colocado calado dentro da sessão, sabendo que vai prejudicar o servidor e isso tem incomodado muito as pessoas aqui fora”, revelou Kátia.

Manifestação
A presidente do SINDPMT informou também que a partir de agora os servidores vão manifestar nas ruas suas insatisfações. “A gente agora vai pra luta, a gente nunca se negou a lutar, nós temos agora a assembleia no dia 23 de março e vamos voltar as nossas ações e aí vamos fazer ações na ‘Praça dos Três Poderes’, que a gente chama, pois tem a prefeitura, o fórum e o legislativo, e a gente vai estar lá na rua de novo”, anunciou.

Posição do governo
Em resposta ao Diário, a Prefeitura de Teresópolis informou “que o aumento da contribuição previdenciária do Tereprev (Instituto de Previdência dos Servidores Públicos Municipais de Teresópolis) cumpre determinação da Emenda Constitucional 103/2019, segundo a qual os regimes próprios de previdência devem aumentar a alíquota de contribuição de 11% para 14%. Trata-se do cumprimento de uma determinação constitucional imposta pela União”.

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Edição 22/11/2024
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