No dia 26 de março, pessoas do mundo todo são convidadas para usar a cor roxa com o intuito de conscientizar sobre a epilepsia, alteração do funcionamento do cérebro que se manifesta pelas crises já conhecidas por muitos. O chamado Purple Day (dia roxo) busca promover o debate acerca da condição neurológica que afeta cerca de 1 a 2% da população mundial, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Os sintomas da epilepsia são caracterizados pelas crises epilépticas, manifestações transitórias do cérebro que disparam descargas elétricas, focais ou generalizadas, que levam a convulsões. “Pode ser desde um mal-estar vago com tremores de um membro, ou parte do corpo, até o quadro clássico de abalos e tremores do corpo todo com perda de consciência. Desde uma sensação vaga de ausência ou tremores e abalos, até a perda da consciência com abalos, contrações e hipertonia”, afirma Sandra Bronstein, neurologista do Hospital São José.
A epilepsia é caracterizada como uma síndrome, conjunto de sinais e sintomas que determinam uma condição, sendo comum a muitas doenças. Por isso, ela pode ser causada por diferentes fatores: transmissão hereditária por mutações do gene, alterações do neurodesenvolvimento, infecções, tumores, doenças cerebrovasculares como o AVC, sequelas de traumatismo do crânio, entre outros. “As idades de aparecimento da condição também são variáveis, sendo os picos de incidência na infância, adolescência e nos idosos”, completa a especialista.
O tratamento da epilepsia é indicado a partir da segunda crise do paciente, podendo ser recomendada uma medicação que deve ser usada regularmente para bloquear as crises. Os principais fatores que podem desencadear as convulsões são: esquecimento da dose do anticonvulsivante, álcool, estresse, desidratação, calor excessivo, infecções e febre.
“Desde que o epiléptico esteja com as crises controladas, não existem contraindicações. Algumas recomendações gerais são evitar a direção de veículos, esportes radicais, natação e mergulhos. Jogos eletrônicos e o uso excessivo de telas também podem favorecer e desencadear convulsões”, comenta a Dra. Sandra Bronstein. A boa alimentação, entretanto, pode ser aliada do paciente com epilepsia, podendo ajudar no controle de crises. A dieta cetogênica, por exemplo, é muito indicada para o tratamento da doença. “Caso presencie alguma pessoa tendo uma crise convulsiva, tente colocá-la deitada em um local mais confortável e seguro para minimizar quedas e ferimentos. Não tente dar nenhum remédio, comida ou água para a pessoa. Apenas chame a emergência”, finaliza a neurologista do Hospital São José.