Marcello Medeiros
Nesses dias de céu azul do final de Outono, com o Inverno já batendo à porta, outra beleza comum além dos cenários “geladinhos” em tons de anil é a floração da Thitonia diversifolia. Popularmente conhecida como Margaridão, ou ainda “Mão de Deus” e “Girassol Mexicano” em algumas regiões, essa planta atinge o alto da sua floração nessa época do ano e ajuda a deixar ainda mais bonitos diversos cantinhos de Teresópolis. E, devido à sua característica de se propagar com extrema facilidade e prosperar em encostas e terrenos que sofreram com a ação humana ou mesmo intempéries, suas grandes flores amarelas contribuem para o equilíbrio de ambientes que por vezes necessitam de um longo período de recuperação. As margens de cursos d´água, cuja mata ciliar tenha ficado comprometida, são outros locais comuns às plantas dessa espécie.
Com boa adaptação em nosso país, o Margaridão é encontrado com abundância em praticamente todas as regiões. Essa planta possui inflorescência disposta em capítulos com corola amarela que pode ser propagada por estacas ou sementes, florescendo entre outono e inverno. O problema dessa planta são as proporções que ela toma e, no período sem flores, fica apenas um grande arbusto, de quase três metros. Porém, não deve ser retirada, principalmente pelo motivo explicado acima, e pode ser cuidada de uma forma bem simples.
Utilização como chá
A parte aérea da planta pode ser utilizada como chá, indicado para atenuar a síndrome de abstinência a drogas psicotrópicas em dependentes químicos (álcool, fumo) e também diabetes, dor de cabeça, diarreias, anti-inflamatório, febre, hepatite, malária e ascaridíase. Porém, para essa utilização é indicado comprar o produto industrializado, por exemplo, para evitar a preparação de modo incorreto ou com partes que tenham propriedades diferentes do indicado e que podem vir a causar problemas graves. “Ela é muito promissora como fitoterápico, com muitas pessoas utilizando como calmante ou anti-inflamatório, por exemplo. Mas é preciso ter muito cuidado, pois por outro lado há estudos toxicológicos que mostram que o uso oral e prolongado pode fazer o efeito contrário. No lugar de bem, fazer mal ao fígado e rim do usuário. É preciso saber qual parte, qual planta exata utilizar, qual espécie, pois pode haver variações”, alerta a Bióloga Hayssa Dumard.