Marcello Medeiros
Há mais de seis meses quem trafega pela parte inicial da RJ-134, que conecta os dois distritos do interior do município, tem que ter a atenção redobrada nas proximidades da Cachoeira de Campanha. Parte da via está cedendo em direção ao rio e, em trecho de curva, um grande escorregamento deixou apenas uma passagem estreita que pode fazer com que um motorista desavisado tombe no barranco com cerca de 10 metros de altura – havendo ainda a possibilidade de terminar dentro do curso d´água. A situação de grande risco já foi comunicada ao Departamento de Estradas de Rodagem (DER-RJ) algumas vezes. Meses atrás, representantes do órgão estiveram no local e colocaram grandes blocos de concreto interditando a pista, além de placas indicando a interdição nas proximidades do km 3,4. Porém, moradores da região, que dependem dessa via para acessar mais facilmente a RJ-130, a Teresópolis-Friburgo, retiraram uma das proteções para permitir a passagem de veículos. “Cansamos de esperar por uma obra que nunca vem”, relatou um produtor rural ao Diário no último fim de semana.
Na última terça-feira (03), cobramos do DER-RJ novo posicionamento sobre a situação da rodovia estadual de grande importância para o escoamento da produção rural e o turismo naquela região. O Departamento de Estradas de Rodagem disse “que coloca sinalização vertical no trecho da RJ-134 para garantir a segurança de quem trafega pelo local” e que iria “enviar uma equipe para realizar inspeção para solucionar o problema na região de Campanha, em Teresópolis”. Porém, não foi divulgada nenhuma informação sobre quando será realizada uma grande intervenção no trecho. Importante frisar ainda que há outros pontos logo à frente, no sentido Sebastiana, que também estão cedendo em direção ao rio.
À noite é pior
Se durante o dia já é perigosa, a situação do motorista que trafega pela RJ-134 à noite é ainda mais complicada. Sem iluminação pública, aumenta consideravelmente a chance de um veículo ou mesmo um ciclista ou pedestre cair no barranco – principalmente se tratando de pessoa que não conheça a região e desconheça tal problema.
Vistoria nas estradas
As rodovias e estradas estaduais poderão ser analisadas anualmente, com o objetivo de avaliar sua adequação e fornecer subsídios para a elaboração de diretrizes para a melhoria das vias. É o que autoriza o Projeto de Lei 5.464/22, de autoria do deputado Samuel Malafaia (PL), que a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou em segunda discussão. O texto segue para o governador Cláudio Castro, que tem até 15 dias úteis para sancioná-lo ou vetá-lo. A medida prevê que a análise dará base para a melhoria das faixas de domínio e de rolamento, quando se tratar de estrada sem pavimento, dos dispositivos de drenagem, das obras de arte correntes e especiais e da sinalização horizontal e vertical da infraestrutura do e pavimento (sub-base, base e revestimento), quando se tratar de rodovia pavimentada.
Para a realização da vistoria poderá ser constituída comissão multidisciplinar com engenheiros, arquitetos, geólogos, geógrafos, técnicos Industriais e de outras atividades profissionais que se fizerem necessárias. A Fundação Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Rio de Janeiro (DER-RJ) deverá ser responsável pela elaboração do cronograma de vistoria. Após a vistoria, o órgão elaborará um relatório detalhado da situação de cada rodovia e estrada com as suas condições e tráfego. Os relatórios deverão estar disponíveis no site da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Cidades (Seic), em linguagem simples e com fácil acesso, bem como uma cópia deve ser enviada para as Comissões de Obras Públicas e de Transportes da Alerj.
Quando as rodovias forem concedidas, uma cópia do relatório da vistoria técnica também deverá ser enviada à concessionária responsável para as providências cabíveis. “Ao estipular esse prazo, estamos auxiliando o governo a trabalhar de forma inteligente, para que as intervenções sejam cirúrgicas e precisas, fazendo com que o impacto na vida da população seja o menor possível”, explicou Malafaia.