Ana Júlia dos Santos – Estagiária do Diário
No programa Hélio Carracena da última segunda-feira (07), na Diário TV, o comunicador recebeu a médica Thais Braga para falar sobre o TDL, Transtorno de Desenvolvimento da Linguagem. Ela esteve acompanhada das mães Marcella Duarte e Luciana Leverone, que contaram como é conviver com crianças nesse quadro e com o intuito de visibilizar um transtorno que tem acometido muitas pessoas. Thaís Braga é fonoaudióloga e embaixadora do TDL no Brasil, lembrando que o dia 20 do último mês foi usado para trazer consciência sobre esse assunto. “Ele é muito confundido com o autismo e acaba tornando o diagnóstico mais complicado”, pontuou. Luciana Leverone e Marcella Duarte são mães de filhos com TDL, e junto a Thais, que foi a responsável pelo diagnóstico de seus filhos, elas nos relataram como é conviver com o alguém que possui esse transtorno.
Luciana contou sobre o seu caso: “Eu sou mãe de gêmeos e um dos meninos foi diagnosticado. Ele já apresentava algumas outras questões, mas sentíamos algo diferente. Meu filho não tem impacto na fala, sua dificuldade está na parte de leitura, escrita e interpretação. E ele já tinha outro diagnóstico de TDAH, por muito tempo foi debitado nesse transtorno, questões que são referentes ao TDL”. Marcella, por sua vez, explicou como identificou que seu filho tinha TDL: “No meu caso, o TDL também veio acompanhado de outro transtorno, a apraxia. Que compromete também a parte motora. Ele precisou fazer exercícios para aprender a falar”.
Ambas ainda contaram o quão importante foi a descoberta, para Marcella: “foi libertador, porque pude entender meu filho. Ele foi taxado como sem autonomia, sem interesse. Quem convive com a pessoa que tem TDL, tem uma visão diferente do que quem fica apenas algumas horas”. Luciana complementou dizendo que: “É libertador sim, por mais que eu já tivesse o diagnóstico de TDAH, eu via que tinha algo além”.
Para muitos, este pode ser um transtorno novo, mas é algo já descrito na literatura médica, a nomenclatura que veio depois em 2017. Thaís relatou o quanto esse transtorno atrapalha no desenvolvimento das crianças: “Ele é um transtorno de linguagem, a criança tem dificuldade para se expressar, para ler. Elas podem ter o comprometimento da socialização, porque elas têm dificuldade na comunicação. Mas, ela tem inteligência normal. Não é como no autismo, onde o nível de socialização é primário. A criança com TDL, não. Ela quer participar, mas não consegue devido à dificuldade de se comunicar.
Visto ser um assunto “recente”, mas que acomete muitos jovens é importante aumentarmos a sua visibilidade. De acordo com a doutora: “14 a cada 100 crianças têm TDL. Em uma sala com 30 alunos, duas crianças têm. Ultrapassa o autismo, por isso a iniciativa para tornar outubro o mês de conscientização do TDL, porque as crianças ou não estão sendo diagnosticadas ou elas estão sendo diagnosticadas indevidamente. A intervenção clínica e educacional vai ser diferente, se o transtorno for diferente”. Quer aprender mais sobre o assunto? Assista ao programa na íntegra em nosso canal no YouTube!