Marcello Medeiros

Divulgado recentemente, o Índice de Desenvolvimento Urbano para Longevidade (IDL), um indicador das melhores cidades para envelhecer no Brasil, colocou Teresópolis na 208ª posição. Em um universo de mais de cinco mil municípios no país, essa é sim uma boa colocação. Porém, em comparação aos “vizinhos” Petrópolis e Nova Friburgo, que vivem situação semelhante na Região Serrana, se percebe que há necessidade de mais investimentos e melhor administração. Essas cidades estão na 72ª e 92ª colocações, estando entre as melhores do estado do Rio e da região Sudeste do país. Um dos indicadores analisados para escolher as cidades melhor preparadas para o envelhecimento da população que deixou Teresópolis na “terceira colocação” entre as três grandes da serra carioca é a saúde. Em nosso município, a pontuação chegou a 47.9, enquanto Friburgo pontuou 54.6 e a terra de Pedro chegou a 63. O número do ranking do IDL no país, São Caetano do Sul, em São Paulo, chegou a 76.5 na saúde.

Os dados foram divulgados pelo Instituto de Longevidade, uma associação sem fins lucrativos idealizada pela MAG Seguros que estuda os impactos socioeconômicos do envelhecimento e oferece soluções para auxiliar esse público. Na edição mais recente do IDL, de 2023, todos os municípios do Brasil foram avaliados. Cidades preparadas para o envelhecimento da população são aquelas com infraestrutura necessária para acolher pessoas idosas. E isso pode se enquadrar em diversos aspectos. Por exemplo, locais com bom atendimento médico, ruas adequadas para a locomoção ou mesmo uma boa cobertura telefônica.
Esses indicadores medem a qualidade de vida das pessoas idosas, evidenciando as condições de serviços de saúde, a acessibilidade urbana, também a conectividade. Afinal, quanto mais conectados as pessoas estão, mais acesso à informação possuem. Mas esses são apenas algumas exemplos de critérios usados para avaliar os municípios. No IDL 2023, 23 indicadores foram usados para identificar cidades preparadas para o envelhecimento da população. Tais indicadores foram divididos em três dimensões, sendo eles Saúde, Socioambiental e Economia. No boxe, veja os números obtidos por Teresópolis e municípios da região.

Pesquisa na área da saúde
A saúde é um dos pontos mais importantes quando o assunto é qualidade de vida de pessoas com 60 anos ou mais. Isso porque esse grupo precisa de uma atenção especial quando o assunto é cuidado com a saúde. No IDL 2023, os parâmetros desta dimensão teve como objetivo avaliar os fatores de saúde que impactam a qualidade de vida da população a partir dos 60. Com isso, foram mensurados os seguintes quesitos: – Estabelecimentos de saúde; – Leitos hospitalares; – Profissionais de saúde; – Cobertura vacinal; – Procedimentos ambulatoriais; – Procedimentos hospitalares; – Óbitos por doenças infecciosas e parasitárias; – Óbitos por doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas; – Óbitos por doenças de aparelho circulatório; – Óbitos por causas externas.

Melhor planejamento das cidades
“O IDL atinge na sua terceira edição a condição a que sempre almejamos: uma avaliação de escala nacional”, explica Gleisson Rubin, diretor do Instituto de Longevidade. “Os dados do Censo 2022, à medida que vão sendo revelados, reforçam a já sabida necessidade de nos planejarmos para o envelhecimento da população”, completa.
De acordo com dados levantados pelo IBGE, relacionados ao Censo 2022, a população brasileira está envelhecendo cada vez mais. A previsão é que, em 2050, um a cada quatro brasileiros tenha 60 anos ou mais. Para Gleisson, se torna fundamental, então, entender o que é preciso para garantir longevidade e um envelhecimento ativo e saudável à população. “O papel de um índice que permita entender a realidade municipal de cada localidade do país para lidar com os desafios e as oportunidades dessa proporção crescente de idosos – e de idosas, em particular – é enorme. Essa terceira edição é um feito digno de ser comemorado”, ressalta.

CIDADES DA REGIÃO NO RANKING NACIONADO DO IDL

TERESÓPOLIS – 208ª posição
Economia – 50.2 pontos
Socioambiental – 46.5 pontos
Saúde – 47.9 pontos

PETRÓPOLIS – 72ª posição
Economia – 50.1 pontos
Socioambiental – 53.2 pontos
Saúde – 63 pontos

NOVA FRIBURGO – 92ª posição
Economia – 60.5 pontos
Socioambiental – 50.2 pontos
Saúde – 54.6 pontos

GUAPIMIRIM – 419ª posição
Economia – 44.7 pontos
Socioambiental – 52.5 pontos
Saúde – 45 pontos

SÃO JOSÉ DO VALE DO RIO PRETO – 1525ª posição
Economia – 50.2 pontos
Socioambiental – 46.5 pontos
Saúde – 47.9 pontos