Após a apresentação do plano de retomada gradativa das atividades pela Secretaria Municipal de Educação, com previsão de retorno de aulas presenciais a partir de abril, o Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Teresópolis (SindPMT) se posicionou contra qualquer tentativa de retorno antes que todos os profissionais estejam vacinados. A diretoria do sindicato afirmou que não se pode negociar quando se trata de vidas, enfatizando ainda a importância de também imunizar os alunos.
De acordo com o plano do Município, após um treinamento dos professores, as aulas retornariam no mês de fevereiro ainda de forma remota para no mês seguinte começar a transição: em março haveria o retorno do ensino híbrido para 4° e 5°, 8º e 9º e EJA. Já em abril, retorno presencial dos demais anos (1, 2 e 3, 6 e 7) e em maio o retorno presencial da Educação Infantil. As condições apontadas para que essas diretrizes sejam seguidas são as recomendações das secretarias estadual e municipal de Saúde dando o aval.
“Nós participamos da reunião na Secretaria de Educação, assistimos à apresentação do plano através da nossa diretora Denise, mas a gente entende que o momento ainda não é esse. Apesar do retorno não ser presencial, será remoto, mas eu acho que nem esse ano ainda teria como voltar. O plano não pode ser apenas de retorno às aulas, mas de vacinação para os professores, vacinação para as crianças, que na maioria são assintomáticas, mas mesmo assim ainda podem passar o vírus em casa”, afirmou Kátia Borges, presidente do SindPMT.
Kátia, que também é servidora da Educação, alertou para os problemas que apontam para um alto risco em caso de retorno das aulas presenciais sem medidas de prevenção mais eficientes: “A gente encontra as nossas escolas ainda sem espaço adequado, sem ventilação adequada, muitos alunos em sala de aula e aí existe a preocupação desse retorno. Entramos em contato com a Secretaria e já informamos nosso posicionamento. Ela sabe que se houver um retorno nós vamos mobilizar a comunidade escolar porque a gente não concorda, é um momento muito delicado para pensar na volta as aulas. Os números na cidade ainda não diminuíram. A perda de aulas a gente recupera. Entendo que há pessoas com dificuldades , mas acho que em primeiro lugar as vidas devem ser preservadas. Hoje dentro das escolas que a gente tem, acho que a gente não vai conseguir preservar”.
A presidente do SindPMT afirmou que ainda haverá nova reunião na busca de soluções para esses problemas com o prefeito e pretende espera uma evolução favorável para a segurança de todos: “O secretário disse que pretende vacinar 70% da população até dezembro, então como voltar as aulas em março ou abril?! Então não teremos 50% da população vacinada, é um risco muito grande. Muitos pais pediram ajuda porque não querem levar seus filhos então vai ser um prejuízo ainda maior. A gente não está com quadro grande de professores devido a aposentadorias, falecimentos, o concurso que ainda vai acontecer. Então existe uma série de cosias a se pensar antes de querer colocar todo mundo em sala de aula”.
A Secretaria Municipal de Educação informou através de nota que o Plano de Retomada contém estratégias pedagógicas, administrativas e sanitárias, pensadas juntamente com o corpo técnico da Secretaria Municipal de saúde.
Sobre o início de liberação no retorno híbrido, a nota diz que “Na próxima semana está programada a visita da equipe técnica da vigilância sanitária e epidemiologia a cada Unidade Escolar Municipal para averiguação local das particularidades de cada um desses espaços, para que assim seja possível orientar as equipes gestoras”.
“Com relação aos colaboradores da Secretaria Municipal de Educação, foi feito um levantamento para que fosse desenhado o perfil de funcionários – quem tem mais de 60 anos, os que possuem alguma comorbidade, quem mora com pessoas do grupo de risco. Este movimento nos permite começar o entendimento do perfil de nossa rede municipal e de cada Unidade Escolar”, prossegue a nota.
“A Secretaria entende o momento delicado que todos nós estamos atravessando, e ouvirá as entidades envolvidas. Será realizada uma reunião com o Sindicato dos Servidores (SINDPMT), na próxima semana, para ouvir a demanda que vem sendo recebida por essa instituição. A Secretaria destaca ainda que vai buscar o entendimento junto aos gestores de cada unidade para identificar qual o percentual de alunos retornariam para a escola neste momento, respeitando as opiniões de pais e responsáveis sobre o assunto que ainda são muito diversas. Nenhum aluno será obrigado a ir à escola, já que o responsável poderá optar pelo sistema remoto. As adequações pedagógicas serão feitas pelo corpo técnico da Secretaria Municipal de Educação juntamente com a equipe gestora de cada Unidade Escolar”.
A nota da Secretaria de Educação se encerra afirmando que: “a maioria dos 92 municípios do estado do Rio de Janeiro, voltará remotamente em fevereiro com possibilidade da abordagem híbrida a partir de março. Este plano de retomada será reavaliado a cada 21 dias pela Secretaria M. de Saúde, que analisará o perfil epidemiológico de cada unidade escolar, ouvindo também os apontamentos da equipe gestora das escolas. A partir dessas avaliações serão definidos os próximos passos. Assim, todas as decisões e medidas serão tomadas em conjunto: Secretaria Municipal de Educação e de Secretaria Municipal de Saúde”.
