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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Vinícius nega ter recebido R$ 180 milhões da água e R$ 51 milhões do Witzel

Prefeito diz que não recebeu os R$ 180 milhões da concessão e que é mentira também que recebeu R$ 51 milhões do Estado em 2020

Wanderley Peres

Na semana em que fez selfie com o presidente do MDB, Leonardo Piciani, comemorando o encontro sem lembrar do que falou do partido cinco anos atrás em entrevista na tevê Diário, por isso, denunciado na justiça pelo partido que considerava “do mal”, o prefeito Vinicius Claussen postou nesta terça-feira, 30, que é mentira o que estão falando, que a Prefeitura teria recebido R$ 180 milhões da outorga da água, afirmando, ainda, que também não teria recebido R$ 51 milhões do governo do estado do Rio de Janeiro, em 2020, notícia que ele confirmou à época, dizendo até o que teria feito com o dinheiro. “Quem se lembra daquela fake news dos 51 milhões na saúde em 2020? Agora, em 2024, estão espalhando outra mentira, dizendo que a Prefeitura recebeu 180 milhões da Concessão da Água e Esgoto. Não se deixem enganar!”, publicou.

Embora a FESO tenha afirmado a O DIÁRIO que a Prefeitura não pagou dívida atrasada alguma desde que Vinícius assumiu, dando conta de verba especial que recebeu do governador Wilson Witzel, Vinícius afirmou quatro anos atrás, em 1º de setembro de 2020, que os R$ 52.511.117,55 recebidos do governo do Estado teriam sido utilizados para o pagamento de dívidas com os hospitais São José e HCT, no valor de R$ R$ 33 milhões; destinando R$ 9 milhões do recurso especial para o pagamento dos profissionais da UPA e R$ 3 milhões para a compra de medicamentos e equipamentos, sobrando R$ 6.796.021,81 para o exercício seguinte (veja ilustração do prefeito em suas redes sociais).

A fala contra o MDB, que agora o prefeito exalta o partido político do aliado Amós, é um capítulo à parte na história da eleição passada. Na última semana da campanha, participando de entrevista na tevê DIÁRIO, em 29 de maio de 2018, ao usar o minuto final onde poderia pedir o voto, direito concedido a todos os demais candidatos que também participaram do programa, e todos respeitaram as regras, de pedir o voto apenas, sem citar os adversários, porque era um programa de entrevistas e não de debate, e seria crime eleitoral citar adversários na sua ausência, Vinícius citou o principal oponente, Luiz Ribeiro, falando mal da legenda que o abrigava, dizendo que ela seria um partido do mal.

“O PMDB, do doutor Luiz Ribeiro, é o mesmo partido que faliu o Rio de Janeiro, é o mesmo partido que está lá o Temer, que está tomando atitudes que faz a população sofrer. Chega disso, enxerga, está na hora do teresopolitano enxergar isso, chega de PMDB, chega da Velha Política. Eu até gosto do doutor Luiz Ribeiro, mas o partido dele vai sugar as últimas energias de Teresópolis. É um partido que tem um esquema muito arrogante, é do mal, e está prejudicando toda a situação do Brasil e que pode piorar ainda mais a nossa situação. Se você acha que está ruim, pode ficar pior, então, chega do PMDB”, publicou em suas redes sociais, postagem que até a noite desta terça-feira, 30-01-24, não foi apagada.

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E o candidato foi além. Ao ser informado sobre o erro que cometeu, pediu à direção do jornal a parte que haveria de ser editada, “para consultar o jurídico”, e vendo que a repetição do programa foi feita como orientado pelo jurídico do jornal e não do dele, de caráter ruim que é, publicou o vídeo que recebeu de boa-fé, alegando que havia sido censurado pelo DIÁRIO, motivo que poucos sabem, e que foi a gota d’água para que o víssemos, já àquela época, como quase todos agora o vêm depois que sua máscara de bom moço caiu. “Ontem fomos entrevistados ao vivo pela TV Diário. Estranhamente, o vídeo exibido nas reprises e no canal do YouTube foi editado, sumindo a última parte. O que você não viu na “tevê”, a gente mostra aqui, até porque não temos o menor problema em falar sigla de partido”, foi a chamada que fez para a postagem, em total falta de respeito com O DIÁRIO, e com a verdade.

Diante do crime eleitoral cometido, ao vivo, O DIÁRIO suprimiu da fala a citação ao outro candidato e ao seu partido, para as duas repetições do programa, que sairiam à noite e na manhã do dia seguinte, providencial decisão que fez o juízo eleitoral retirar o DIÁRIO da ação criminal movida contra o candidato Vinícius pelo candidato Luiz Ribeiro e seu partido, e que acabou não dando em nada o processo, como tantas outras denúncias contra o prestigiado “bom moço”. Basta lembrar que Vinícius pediu voto em igreja, subiu em palco de evento na Casa de Cultura usando praguinha de candidato, contratou pessoal acima do permitido pela legislação eleitoral, e estava em dois partidos na eleição extemporânea de 2018, em nada dando essa reclamação eleitoral também.

Até se compreende o prefeito não se lembrar do dinheiro que recebeu do governador Wilson Witzel, a quem demonstrava carinho e admiração até o amigo cair em desgraça e ser cassado. Se esquecer do que falou do MDB se entende também. São águas passadas, para ele. E era campanha eleitoral, daí ser natural o candidato exaltar as qualidades que julgava ter e apontar os defeitos que quisesse colocar no partido do candidato adversário. Mas, o prefeito publicar que não recebeu dinheiro da outorga da água é diferente, e cabe providências da Câmara de Vereadores, e mesmo da Justiça investigar a afirmação, que embora tenha sido dita por um mentiroso contumaz, se for verdade, é fato relevante para agravar o suspeito processo de corrupção em que a água de Teresópolis foi feita.

Edição 23/11/2024
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