Marcello Medeiros
Quando se fala em floração, a estação que se vem à mente é a Primavera. Porém, nem sempre as cores são comuns somente nessa época do ano. Devido a grande variação de espécies e a constante busca de equilíbrio da Natureza, que a cada dia sofre mais com a pesada mão do homem, importante frisar, as flores também se destacam em outras épocas do ano, como agora, em pleno Verão. Em praticamente todo o município, tons de rosa e amarelo têm deixado mais coloridos os dias daqueles que estão com os olhos e coração abertos. Entre as espécies floridas atualmente, se destacam as gigantes Paineiras e as não menos imponentes Quaresmeiras. Com suas muitas variações de rosa e roxo, elas compõem lindos contrastes nos dias de céu azul e são um alento mesmo nos dias chuvosos e cinzas. Quando se pensa no amarelo, que também tem sido destaque nos fragmentos florestais que resistem na zona urbana, exemplares de Fedogosos e Muricis, entre outros, são o charme.
Entre as mais comuns em locais como as praças e canteiros, devido ao seu porte, são as Quaresmeiras – que têm esse nome porque seu primeiro período de floração é na Quaresma. De nome científico Tibouchina granulosa, a mais comum é a que tem flores em tons de lilás, mas também podem ocorrer variações em rosa. “É uma espécie de uma árvore muito utilizada em arborização urbana por ser de pequeno porte e com uma floração exuberante. Tem variedades de cores entre rosa e roxo, passando, por exemplo, de roxo ao lilás e rosa do rosa pink ao rosa claro”, explica a Bióloga Hayssa Dumard. Da mesma família do jacatirão e do manacá-da-serra, ela é conhecida ainda como flor-de-quaresma, quaresmeira-roxa ou simplesmente quaresma. É uma espécie nativa e endêmica do Brasil e ocorre somente na Mata Atlântica e no estado do Rio de Janeiro.
Paineiras além do bairro
Outra que vem chamando atenção em vários pontos do município é a Paineira, de nome científico Ceiba speciosa. Nesse caso, por conta do diferente porte e comportamento de raízes, ela não tem tanto volume na utilização na arborização urbana. “A Paineira já é uma árvore mais robusta, passa dos 20 metros de altura. Por isso não é comum encontrar em locais como o Canteiro Central ou calçadas, por ser muito alta. Mas podemos observa-la em vário pontos, se mostrando com sua copa frondosa e rosa pink, com flores maiores. Ela é uma espécie caducifólia, que perde todas as flores e folhas em determinada época do ano. A floração de alguns exemplares pode variar por conta das condições climáticas diferentes como temos enfrentado, com um calor acima da média dos menos anos e períodos maiores sem chuva”, destaca Hayssa. Dois dos exemplares em destaque ficam na Tenente Luiz Meirelles, Bom Retiro. Na Vila Muqui, uma gigante Paineira também é vista à longa distância com suas flores roseadas.
Canteiro central
Em entrevista recente ao Diário, a Bióloga Hayssa Dumard destacou também a importância das árvores, principalmente na região central do município – onde a presença delas é muito mais relevante que a estética. “Além de fornecer oxigênio para a nossa sobrevivência, elas retém o CO2, trazem sombreamento, servem de abrigo para os animais, trazem alimentos para os animais, são base de medicamentos e também alimentos para os seres humanos, ou seja, têm uma importância muito grande na nossa saúde. Além disso, podemos dizer têm o poder de acalmar, de tranquilizar… Ambientes com árvores trazem um grande bem estar para a população”, enfatiza.