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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Dengue: Teresópolis confirmou 55 casos em 2024, segundo a SES

Enquanto isso há 455 confirmações em Nova Friburgo e 225 no município de Petrópolis

Marcello Medeiros

“Brasil ultrapassa meio milhão de casos prováveis de dengue. Foram registradas 75 mortes e 340 estão sendo investigadas”, informou a Agência Brasil de notícias no início da semana. Ainda segundo a reportagem da plataforma de informações do governo federal, o coeficiente de incidência da dengue no país, neste momento, é 252,3 casos para cada grupo de 100 mil habitantes, segundo dados constam no painel de monitoramento de arboviroses do Ministério da Saúde. Em Teresópolis, porém, a situação parece estar bem diferente da média nacional. De acordo com dados do setor de vigilância epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde (SES), em 2024 foram confirmados 55 casos no município. Logicamente, se confirmada a situação é motivo de “comemoração”, visto que os municípios vizinhos, e que vivem realidade semelhante, registram números totalmente diferentes. No mesmo período, Petrópolis confirmou 225 casos de dengue e Nova Friburgo já alcançou 455, portanto dez vezes mais do que Teresópolis. Desde o início da semana, o Diário tem buscado mais informações sobre essa diferença de números, sem obter resposta por parte da assessoria de comunicação da prefeitura.
Em nota encaminhada à imprensa nesta quinta-feira (15), o governo municipal informou que reenviou para a Câmara de Vereadores, em regime de urgência, Projeto de Lei Complementar (PLC) para a criação de 160 vagas de agente comunitário de saúde (ACS) e de 70 vagas de agente de combate a endemias (ACE). “O objetivo é a futura realização de Processo Seletivo Simplificado para contratação desses profissionais, a fim de reforçar as equipes da Secretaria Municipal de Saúde e ampliaras ações de prevenção de doenças”, justifica a gestão.
Os ACS e ACE realizam um trabalho fundamental nas visitas domiciliares para orientar a população e incentivar a busca por atendimento em saúde, quando necessário, e nas atividades de vigilância, prevenção e controle de doenças como dengue, zika e chikungunya, entre outras arboviroses. Ainda de acordo com a nota, tal projeto foi rejeitado em setembro de 2023. “A intenção do Executivo era realizar a contratação no final do ano passado, a fim de intensificar as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, doença que neste verão se tornou uma epidemia em vários estados brasileiros, inclusive no Rio de Janeiro, com algumas cidades declarando emergência de saúde pública”, informa ainda a PMT.

A melhor forma de combater a dengue é impedir a reprodução do mosquito. Foto: Arte/EBC

Mais uma morte
Na quarta-feira (14), o secretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, confirmou a segunda morte por dengue no município. Agora, sobe para quatro o número de mortos pela doença no estado, sendo dois na capital, um em Mangaratiba e um em Itatiaia. A segunda vítima de dengue é um homem de 23 anos de idade, residente de Senador Camará, que apresentou sintomas como febre, dores musculares, vômito, náusea, dores nas articulações e atrás dos olhos e não apresentava doenças pré-existentes. O quadro evoluiu, após 3 dias, para sinais de alarme e gravidade como hipotensão postural, ou seja, ao mudar de posição, sensação de perda de força muscular, queda abrupta de plaquetas, dor abdominal intensa, sangramento espontâneo de mucosa e desidratação. O exame RT PCR foi detectável para dengue tipo 2 (DENV2). Segundo dados do Painel Monitora, da Secretaria de Estado de Saúde, de janeiro até o dia 13 de fevereiro, o estado registrou 39.311 casos prováveis de dengue. No ano passado, o Centro de Inteligência em Saúde (CIS-RJ), da secretaria, contabilizou 51.479 registros prováveis da doença, com 32 mortes.

Mais calor, mais mosquitos
As mudanças climáticas vão aumentar a frequência de dias mais quentes no estado do Rio, nos próximos anos, e isso tem o potencial de ampliação da população de mosquito Aedes aegypti e a transmissão da dengue no estado. A conclusão é de estudo realizado pelos pesquisadores Antonio Carlos Oscar Júnior, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), e Francisco de Assis Mendonça, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A pesquisa, publicada em 2021 utiliza modelos de previsão climática para as próximas décadas e uma avaliação sobre o potencial impacto à eclosão de ovos do mosquito Aedes, transmissor da dengue, e ao ciclo de vida do inseto, para estimar a ocorrência da doença até 2070. Segundo a pesquisa, um dos principais fatores para o aumento da proliferação do mosquito é a temperatura. No Rio de Janeiro, a previsão é de aumentos das temperaturas média e mínima nos próximos anos, o que favoreceria o ciclo de reprodução do Aedes. O aumento da temperatura no estado também poderá expandir a ocorrência do mosquito em locais do território fluminense onde hoje é limitada por causa do frio, como a Região Serrana, o sul fluminense e o noroeste do estado.


Edição 22/11/2024
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